EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Prejuízos cognitivos após mais de dois anos de pandemia demandam atenção

 

cérebro

Prejuízos cognitivos após mais de dois anos de pandemia demandam atenção

Médico lista sintomas da chamada “névoa cerebral”: falhas na memória, distração, exaustão mental, dores de cabeça.

Grande parte do número de brasileiros permaneceu aproximadamente dois anos em isolamento social desde o início da pandemia do covid-19. Alguns públicos, como o dos idosos, foram os primeiros a enfrentarem a nova realidade que se apresentava em 2020 e que esboça mudanças apenas em 2022 com o avanço da vacinação em massa.

A interrupção da rotina, inatividade física, ausência do contato social e a ociosidade, estão entre os principais causadores de problemas como o aumento de casos de ansiedade, depressão e comprometimento cognitivo que foram adquiridos ao longo dos últimos anos por parte dos idosos. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), já confirmaram que a doença do coronavírus também atinge as funções neurológicas, ampliando as dificuldades de quem já conviveu com o vírus no retorno à normalidade.

Recentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade de York divulgou um estudo indicando que a solidão e o isolamento social podem aumentar o risco de doenças cardíacas em 29% e o de acidentes vasculares em até 32%.

Para a gerontóloga e professora do curso de Memória da Universidade Sem Fronteiras, Lucila Bomfim, algumas demências, como a do Alzheimer, se potencializaram no período de isolamento. “Fatores como a memória, atenção e funções executivas foram comprometidas nesse tempo, levando o idoso a dificuldades de atividades como gerenciar seus medicamentos, administração das finanças, preparação de alimentos e práticas cotidianas. Por isso, a realização de exames e check ups é também de suma importância nesse pós”, lista.

A profissional destaca ainda que o retorno às atividades sociais devem ser inseridas aos poucos na vida de quem passou por mudanças durante a pandemia. “Com o auxílio da família, amigos e cuidadores, deve-se motivar a pessoa idosa a retornar para pequenas funções que antes lhe cabia. Seja a visita a casa dos filhos, ir à igreja, fazer pequenas caminhadas ao ar livre, são maneiras válidas de incentivar. Desta forma, o idoso é motivado também a se redescobrir, seja buscando novos aprendizados, novos hobbies ou contato com outros grupos que farão parte do seu novo circulo”, finaliza.

Névoa cerebral

Além dos efeitos negativos causados pelo isolamento, o médico e gestor em Saúde, Álvaro Madeira Neto, alerta ainda para outro problema que tem sido constatado pelos profissionais de saúde: a síndrome pós-Covid e, mais especificamente, a chamada “névoa cerebral”.

“Temos observado um número considerável de pessoas com sequela pós-Covid. A Covid deflagra um processo inflamatório sistêmico muito importante, o que parece ser um dos mecanismos de agressão ao sistema nervoso central, ocasionando a névoa cerebral, traduzida por alguns sintomas: falhas na memória, distração, exaustão mental, dores de cabeça”, detalha.

Os tratamentos, segundo o médico, apontam para uma direção, que é o estímulo cerebral: leitura, palavras-cruzadas, reabilitação ou ginástica cerebral. Sobre o tempo que esse processo levará, ainda não sabemos, porque ainda é muito novo, mas o mais importante é sempre ter um médico de confiança, porque ele é o profissional adequado e para orientar a reabilitação da síndrome pós-covid”, conclui.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 22/07/2022

 

A manutenção da revista eletrônica EcoDebate é possível graças ao apoio técnico e hospedagem da Porto Fácil.

 

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate com link e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate, ISSN 2446-9394,

Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta enviar um email para newsletter_ecodebate+subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição

O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.

Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate

Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para newsletter_ecodebate+unsubscribe@googlegroups.com ou ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.