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Fornecedores como Stakeholders Sustentáveis

 

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Fornecedores como Stakeholders Sustentáveis, artigo de José Austerliano Rodrigues e Gabriel Pereira Rodrigues

[EcoDebate] As organizações não se limitam a vender; elas também compram vastas quantidades de matérias-primas, componentes manufaturados, instalações e equipamentos, suprimentos e serviços empresárias (KOTLER; KELLER, 2018).

Contudo, as redes de fornecimento global complexas de hoje costumam diminuir a visibilidade a respeito da origem das matérias-primas, da fabricação e envio de produtos conforme percorrem distâncias cada vez maiores e rotas turbulentas. Com mais interesse nas especificidades da sustentabilidade por meio do ciclo de vida todo de um produto, os fornecedores, com seu profundo conhecimento a respeito de seus materiais, componentes ou tecnologias podem oferecer apoio essencial para reduzir os impactos ambientais e trazer inovações de produtos e serviços (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).

Desta forma, os comerciantes do Wal-Mart têm um grande incentivo para trabalhar com seus fornecedores para se tornarem mais verdes. Em 2006, como parte do esforço global para satisfazer a demanda ambiental dos consumidores e ajudar a melhorar a imagem prejudicada por questões trabalhistas, o Wal-Mart apresentou um sistema de avaliação verde para que seus 60 mil fabricantes do mundo todo reduzam a quantidade de embalagens que usam em 5%, usem mais materiais renováveis e diminuam o uso de energia (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).

Existem conhecimento sem precedentes das operações de seus fornecedores, os comerciantes do Wal-Mart têm que responder: quais são as emissões de gases de efeito estufa? Qual é o uso total de água das fábricas que produzem para o Wal-Mart? Qual é a localização de todos os fornecedores de seus produtos? As empresas que conseguem avaliações boas são categorizadas como “fornecedores preferenciais”, enquanto aquelas com avaliações baixas correm o risco de perder lugar nas prateleiras do Wal-Mart (AMIN, 2010; OTTMAN, 2012).

Todavia, trabalhar com os fornecedores para satisfazer as demandas ambientais e sociais dos consumidores e dos varejistas é desafiador.

Em primeiro lugar muitos fornecedores não gostam de revelar segredos de comercialização. Sua rede de fornecimento pode ser formada por diversas entidades, espalhadas por todo o mundo. Alguns fornecedores ficam distantes e não conhecidos dos revendedores.Os fornecedores podem ser iniciantes nas questões ambientais e socais, por isso podem não estar preparados para responder às perguntas mais difíceis, muito menos pagar caro por análises sofisticadas de seus materiais, ingredientes e processo (OTTMAN, 2012).

Desta forma, reservar um tempo para educar e trabalhar com os fornecedores enquanto se protege seus segredos de comércio pode resultar em novos produtos e embalagens, e ciclos de vida mais sustentáveis que podem estabelecer vantagem competitiva (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).

Por exemplo, o sistema GreenList da SC Johonson, que ela licencia a outros fabricantes, avalia e classifica os componentes químicos em seus produtos. A HP está reunindo dados de seus fornecedores de 240 produtos químicos de “preocupação emergente”, enquanto a Nike mantém uma lista de substâncias restritas em um esforço para identificar e avaliar os elementos químicos existentes em seus produtos (OTTMAN, 2012).

Autores:
1. José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade de Marketing e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.

2. Gabriel Pereira Rodrigues. Aluno do Curso de Direito. E-mail: gp3147125@gmail.com.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/01/2021

 

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