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Os resultados da pandemia na redução de gases de efeito estufa na atmosfera

 

Os resultados da pandemia na redução de gases de efeito estufa na atmosfera

Artigo de Carlos Vinícius Marques dos Santos1

[EcoDebate] A saúde do ser humano tem sido, cada vez mais debatido em diversos contextos, em especial, no atual cenário pandêmico, causado pelo Covid-19. Em meios a tantos acontecimentos, que resultaram desde o isolamento social ao fechamento total ou parcial de comércios, inúmeros estabelecimentos foram acometidos no que diz respeito a diminuição de circulação de pessoas. Como exemplo principal, podemos destacar as empresas de transportes, sejam elas marinhas, terrestres ou até mesmo áreas.

Com o grande crescimento da urbanização datada desde os meados do século XVIII, os centros urbanos começaram a se expandir e os seus efeitos geraram avanços na produção civil, setor alimentício, industrial, entre outros ramos positivos para a comunidade. Entretanto, os efeitos negativos também vinham crescendo atrelado aos demais resultados. Com a intensa circulação de pessoas dentro dos aglomerados urbanos, o uso de automóveis, sejam eles transportes públicos (coletivos), carros ou motocicletas particulares, até mesmo navios e aviões, passaram a ser mais demandados pela população ao longo do tempo.

É por meio dessa análise que o presente texto pretende discutir como a redução de circulação das pessoas causaram um efeito dominó positivo no meio ambiente, em ênfase, na redução de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Para isso, faz-se um estudo de diferentes dados de relatórios de instituições de pesquisas climáticas e de transportes, tanto no âmbito nacional como internacional, comparando-os e apresentando dados quantitativos, desde alguns anos atrás até o momento atual da pandemia.

Os gases de efeito estufa, segundo o Waycarbon: “são compostos gasosos capazes de absorver radiação na frequência do infravermelho, aprisionando calor na atmosfera”. Dentre estes gases, pode-se destacar o dióxido de carbono (C02), principal responsável pelo efeito estufa.

Segundo a Organização Mundial Meteorológica (OMM), desde meados do século XVIII, até o ano de 2017, o nível de concentração de C02 aumentaram 146%. Em meio há tantas atividades, a emissão de gases se tornou o principal malefício para a saúde do ser humano. De acordo com a mesma organização, em 2019, o mundo alcançou altas concentrações de gases do efeito estufa. Dado tão preocupante se pensarmos em algumas projeções futuras.

O mundo parou e a natureza começou a “respirar bem melhor”. Para mais, abordando outra ótica, tem-se como uma visão de menos poluição. Isso se dar pelo simples fato: as pessoas não estão saindo de suas residências com a mesma frequência de antes da pandemia. Segundo o trecho retirado do site Super, “com o planeta focado em combater a pandemia de Covid-19, a poluição e as emissões de gases de efeito estufa caíram consideravelmente como consequência da diminuição da atividade econômica, cancelamento de voos e menor circulação de carros”.

Segundo pesquisadores do Instituto de Pesquisa Potsdam para o Impacto Climático, o aumento do clima de 3ºC a 4ºC no planeta terra será inevitável daqui alguns anos devido há altas concentrações de gases. A figura 1 representa de forma mais detalhada a variação de clima, desde o ano de 1961 até 2018, de acordo com o Anuário Climático do Brasil. Pode-se observar desde o ano de 1961, a temperatura média da terra tem aumentado, mesmo sofrendo algumas oscilações em determinados períodos de tempo. De modo geral, o clima vem apresentando taxa de crescimento. Esses dados são do território brasileiro, entretanto, analisando o mundo como todo, também haverá aumento da temperatura no mesmo período de tempo.

Figura 1- Temperatura média (1961-2018) X Normal Climatológica (1981-2010) no Brasil.

Temperatura média (1961-2018) X Normal Climatológica (1981-2010) no Brasil

Fonte: Anuário Climático do Brasil , 2018.

Atualmente, a poluição diminuiu de forma significativa devido a pandemia, gerando impactos positivos na qualidade do ar em todo o globo. De acordo com a revista Nature Climate Change, no começo de abril deste ano, houve uma redução de 17% de CO2 (equivalente a 17 milhões de toneladas), comparados com a média global do ano de 2019.

No Brasil, a redução foi de 25,2% entre 20 de março e 3 abril. Bem como levantado por diversas instituições de pesquisa que foram posta neste documento, os efeitos negativos desencadeados pela alta concentração de gases tóxicos lançados na atmosfera é um problema sério. Com a disseminação do Covid-19 pelo mundo, a redução da emissão de gases de efeito estufa se tornou notável, resultando no ar mais limpo. De fato, a pandemia reduziu a quantidade de gases lançados na atmosfera, principalmente por conta da redução de locomoção devido ao isolamento social. Isso, já que os transportes terrestres representam um percentual de 65% a menos de circulação. De acordo com Jornal Estado de Minas, “no curto prazo, as emissões de CO2 diminuem, porque os carros ficam na garagem, os aviões são imobilizados nas pistas dos aeroportos”.

Referências

RAMOS, Andrea M.; et al. ANUÁRIO CLIMÁTICO DO BRASIL – 2018. Ano 01 – Número 01, p.3, 2018. Disponível em: http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/anuarioClima2018_Final.pdf. Acesso em: 06 de jul. de 2020.

Pandemia reduz poluição do ar, mas tem ‘pouco efeito’ no clima, diz especialista. Estado de Minas; Minas Gerais. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/04/01/interna_internacional,1134534/pandemia-reduz-poluicao-do-ar-mas-tem-pouco-efeito-no-clima-diz-es.shtml. Acesso em: 09 de jul. de 2020.

Poluição atmosférica cai mundo afora com a pandemia de Covid-19. SUPER INTERESSANTE. Disponível em:https://super.abril.com.br/ciencia/poluicaoatmosferica-cai-mundo-afora-com-a-pandemia-de-covid-19/. Acesso em:07 de jul. de 2020.

QUARENTENA EVITA UM BILHÃO DE TONELADAS DE CARBONO NA ATMOSFERA. UOL. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/pandemia-evita-um-bilhao-de-toneladas-de-carbono-na-atmosfera/. Acesso em: 08 de jul. de 2020.

1 Técnico em Alimentos pelo IF Baiano Campus Santa Inês. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS, BA. Bolsista do PET Economia e pesquisador do programa Conhecendo a Economia Feirense: o Custo da Cesta Básica e Indicadores Socioeconômicos. E-mail: carlosviniciusmarques@outlook.com.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 13/08/2020

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