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Energia solar: Prédio-piloto da UFPR será autossuficiente em energia em 2020

 

Por Camille Bropp, UFPR

Os projetos de eficiência energética que a UFPR coordena — com financiamento da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — completarão uma etapa importante em março de 2020, quando o prédio do Departamento de Engenharia Elétrica (Delt), no Campus Politécnico, deve se tornar autossuficiente em energia. Considerado “tubo de ensaio” do plano de gestão de energia que será estendido a todos os campi de Curitiba, o edifício será o primeiro a reunir as ações previstas, como lâmpadas de LED, medidores de energia “inteligentes” e abastecimento com energia solar gerada pela usina fotovoltaica que está em construção no campus e será a maior do Paraná.

Para manter o prédio de dois andares, são consumidos, em média, cerca de 7 megawatts-hora, dos quais 100% serão substituídos pela energia gerada pela usina, além da energia economizada pela redução de consumo. Hoje o edifício consome 1% do total de energia exigida para manter o Politécnico. Esse é um campus relevante para os projetos não só por abrigar a maioria dos departamentos e laboratórios envolvidos, mas também por responder por metade do consumo de energia da universidade (cerca de R$ 500 mil por mês).

Prédio do Departamento de Energia Elétrica (Delt), no Politécnico, será o primeiro autossuficiente em energia da UFPR

Prédio do Departamento de Energia Elétrica (Delt), no Politécnico, será o primeiro autossuficiente em energia da UFPR; plano de gestão energética abrange oito campi em Curitiba. Foto: João Américo Vilella Jr./Divulgação

“Esses projetos, além de fomentarem a pesquisa e gerarem economia de recursos para a UFPR, também visam contribuir para criar na universidade uma cultura de racionalidade no uso de energia”, explica o professor João da Silva Dias, do Delt e atual superintendente da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar). Dias ressalta que o conjunto de ações em curso na UFPR fazem do Centro Politécnico uma espécie de “laboratório vivo” (living lab) voltado ao uso de energias alternativas, eficiência energética, Internet das Coisas (IoT) e outras tecnologias associadas às cidades inteligentes.

Politécnico

O andamento dos projetos foi tema da primeira reunião da CICE, na última sexta-feira (18). Segundo o decreto nº 99.656/90, a comissão é obrigatória para órgãos federais com consumo anual de energia elétrica superior a 600 mil quilowatt-hora (KWh). No caso dos projetos Copel/Aneel, a comissão terá o papel de desenhar o Projeto Prioritário de Eficiência Energética e P&D, por meio do qual serão implementadas medidas amplas para racionalização do consumo de energia, que incluem ações de conscientização — daí a composição com membros de diversas áreas de conhecimento, que vão da segurança do trabalho à comunicação.

Instalação dos painéis solares criará uma cobertura sobre o estacionamento do Setor de Ciências Biológicas

Instalação dos painéis solares criará uma cobertura sobre o estacionamento do Setor de Ciências Biológicas

Quanto ao Campus Politécnico, já foi mapeado potencial futuro de redução do consumo que chega a 60% da conta atual. Por ora, está encaminhada uma redução de 15 %, o que representa economia de R$ 1,5 milhão por ano. Em longo prazo, todas as medidas devem ser ampliadas aos campi de Curitiba, o que ajudará a reduzir a conta de mais impacto no custeio da universidade. “Em março a comissão deve decidir o modelo de gestão de energia que será implantado, porque é quando teremos um conjunto de informações relevantes para isso”, conta o professor James Baraniuk, professor do Delt e presidente da CICE.

Apenas a energia produzida pela usina solar suprirá a necessidade de aproximadamente quatro meses do principal ramal do Politécnico. A conclusão da obra está prevista para novembro. Outra consequência da instalação das 3 mil placas, que farão da usina fotovoltaica a maior do Paraná, será a reabertura do estacionamento no Setor de Ciências Biológicas, dessa vez com a cobertura proporcionada pela estrutura.

Projetos

Por meio da Funpar, a UFPR toca atualmente três projetos de eficiência energética, dos quais dois estão em fase final de implantação, o que garantiu avanços. É o caso dos projetos aprovados em editais lançados em conjunto pela Aneel e pela Copel entre 2016 e 2017. Um deles abrange o Programa de Eficiência Energética (PEE); e, o outro, uma proposta de pesquisa e desenvolvimento que também prevê a implementação na UFPR da norma ISO 50.001, de gestão de energia. Ao todo, os projetos representam um investimento de cerca de R$ 19 milhões na instituição, dos quais R$ 18,4 milhões se referem aos dois projetos mais avançados.

Principais frentes dos projetos de eficiência energética que estão em fase de conclusão na UFPR

Principais frentes dos projetos de eficiência energética que estão em fase de conclusão na UFPR: troca de 56 mil lâmpadas fluorescentes pelas de LED; instalação dos 3 mil painéis fotovoltaicos da usina solar; e cerca de 110 medidores de energia que compõem sistema de acompanhamento. Fotos: André Filgueira-Sucom/UFPR

Os projetos abrangem os campi Agrárias, Reitoria, Botânico, Polo de Comunicação, Politécnico, Escola Técnica, Prédio Histórico (Santos Andrade) e Setor de Ciências da Saúde, todos em Curitiba. Além das medidas de geração e economia de energia, estão previstas outras frentes de eficiência energética, como monitoramento e controle do consumo de energia em todos os prédios — por meio de um sistema de medição de energia com mais de cem pontos de coleta de dados –, a troca de 56 mil lâmpadas fluorescentes pelas de LED e ações de conscientização da comunidade interna e externa à UFPR.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 07/01/2020

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