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Brasil vai defender criação de santuário de baleias no Atlântico Sul

 

Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, recebe duas caixas com 800 mil assinaturas pela criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul (Vladimir Platonow/Agência Brasil)
Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, recebe duas caixas com 800 mil assinaturas pela criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul. Por Vladimir Platonow/Agência Brasil

 

O Brasil vai defender a criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul para proteger os cetáceos da caça e garantir sua sobrevivência. A posição será levada pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, à Comissão Internacional da Baleia, na Eslovênia, que deverá votar a questão no dia 24 de outubro.

O assunto foi debatido nesta quinta-feira (20), no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio, quando o ministro recebeu duas caixas contendo mais de 800 mil assinaturas, coletadas pelo Greenpeace e outras entidades, que serão levadas ao encontro internacional.

“A criação do santuário no Atlântico já foi proposta em minha primeira gestão como ministro e perdemos por muitos votos. Depois, o Brasil propôs novamente e perdemos por cinco votos. Então eu acho que é importante que a gente se posicione a esse respeito, todos os países do litoral atlântico da América do Sul estão de acordo. Também é uma maneira de puxar o assunto sobre o equilíbrio marinho, dos corais, da poluição, dos estoques pesqueiros”, disse Sarney.

A bióloga Leandra Gonçalves, da Fundação SOS Mata Atlântica, disse que o santuário de baleias já é defendido pelo governo brasileiro desde 1999, como garantia de que nunca mais haverá caça às baleias no Oceano Atlântico Sul.

“Para garantir que essa ameaça silenciosa fique completamente fora dos planos de qualquer indústria baleeira, o santuário seria a melhor ferramenta para isso. Ele viria a proteger baleias e também golfinhos”, disse Leandra. São 51 espécies de cetáceos que habitam o Atlântico Sul.

Na costa brasileira, segundo ela, são 33 espécies, incluindo a baleia jubarte, a baleia franca, a baleia de bride, a baleia fin e a cachalote, popularizada na figura de Moby Dick. A baleia azul, que é a maior espécie, com 30 metros de comprimento, era bastante presente na costa brasileira e hoje é rara sua aparição. Segundo documento distribuído pelo Ministério do Meio Ambiente, no século 20, cerca de 2,9 milhões de baleias foram mortas em todo o mundo, sendo 71% das mortes verificadas no hemisfério sul.

Para ser aprovado o santuário do Atlântico Sul são necessários 75% dos votos dos países membros da Comissão Internacional da Baleia. Na última votação, em 2014, foram obtidos 69%. A expectativa é que na próxima reunião, entre os dias 20 e 28, na cidade de Portoroz, na Eslovênia, seja possível alcançar os votos necessários.

O santuário abrangeria as águas oceânicas entre América do Sul e África, chegando até próximo da Antártida. Outros dois santuários já existem: um no Oceano Índico e outro ao redor da Antártida. Atualmente, só o Japão pratica pesca da baleia em águas internacionais. A Noruega e a Islândia permitem a captura dos cetáceos em suas águas territoriais.

No Brasil, a pesca da baleia é proibida desde 1986, segundo o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Márcio Astrini.

“O Brasil já proíbe a caça de baleia desde os anos 80, mas outros países promovem a caça em águas internacionais. Então a gente quer criar o santuário, para ajudar a proteger essas espécies, abrangendo a costa africana e da América do Sul”, disse Astrini. Os interessados e sabe mais sobre o santuário podem acessar o site do projeto.

 

Por Vladimir Platonow, da Agência Brasil, in EcoDebate, 21/10/2016

 

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