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Estudo revela que 25 anos após a criação do PRONAR, pouco se fez para monitorar a qualidade do ar no Brasil

 

poluição do ar em SP

 

Uma boa pesquisa científica é necessária para contribuir com a implementação de políticas públicas que controlem o impacto dos malefícios ambientais na saúde humana. No entanto, apesar de o Brasil estar entre os seis países que mais publicam artigos sobre o tema, ainda não conseguiu estabelecer políticas públicas que tragam melhorias para a qualidade do ar e, assim, para a saúde da população. Um estudo feito recentemente pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade (ISS) revelou que o monitoramento da qualidade do ar no Brasil é incompleto, insuficiente e pouco representativo. Apenas 11 das 27 unidades federativas (40%) monitoram o ar, somente 1,7% dos municípios brasileiros são cobertos pelo monitoramento, nem todos os poluentes considerados mais prejudiciais à saúde são monitorados e o acesso às informações é bastante difícil. Os dados são obtidos através de 252 estações de monitoramento que representam 94 municípios mais o Distrito Federal.

Há 25 anos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – criou o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar – PRONAR – para que fosse um instrumento de gestão ambiental. Para acompanhar os níveis de qualidade do ar como forma de avaliar as ações estabelecidas pelo PRONAR, criou-se também a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar. O primeiro dispositivo legal decorrente do PRONAR foi a Resolução CONAMA Nº 03 (28/06/1990) que estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar, define quais os poluentes que devem ser monitorados e determina que o monitoramento seja responsabilidade de cada Estado. Dessa forma, cabe ao CONAMA a responsabilidade de fazer se cumprir as resoluções.

Em 2013, o Instituto Saúde e Sustentabilidade pesquisou sobre a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar e não encontrou dados que representassem o cenário nacional. Em 2014 o ISS pesquisou em cada uma das unidades federativas para consolidar os dados e traçar o panorama nacional. “A investigação partiu do pressuposto que as informações estariam nos websites dos órgãos ambientais, mas não estão. Cada Estado tem o seu veículo para divulgar os dados e o faz de maneiras individualizadas sem pensar no acesso àquelas informações pela população”, avalia Evangelina Motta Vormittag, Diretora Executiva do Instituto Saúde e Sustentabilidade. Segundo ela, em muitos casos, não há transparência e, sim, descaso. “Há estados que não atualizam seus boletins desde 2007, caso do Espírito Santo, e até mesmo desde 2002, caso do Rio Grande do Sul”, afirma. O acesso aos resultados é limitado e a transparência está prejudicada. O único exemplo a ser seguido é o website da CETESB, responsável pelo monitoramento no Estado de São Paulo, com uma plataforma interativa, relatórios completos e atualizados (de 2013).

Além de não haver uma padronização na coleta, divulgação e atualização dos dados, há ainda o fato de que muitas estações não monitoram os poluentes prejudiciais à saúde humana e monitoram os mais irrelevantes. “Fumaça e partículas totais em suspensão (PT) são poluentes desatualizados com os novos conhecimentos sobre seus efeitos, enquanto que o material particulado (MP) deve ser monitorado com urgência”, alerta Evangelina.

Outros dois pontos a serem levados em consideração são: quantidade e localização das estações. Para que o monitoramento seja completo e realista, o número e local das estações deveriam ser definidos de acordo com a extensão territorial do Estado, o número de habitantes, o tamanho da frota e a quantidade de indústrias na região. “86 estações para monitorar o Estado de São Paulo são suficientes?”, questiona a diretora. Os estados com mais estações são São Paulo (86) e Rio de Janeiro (80), ao passo que Minas Gerais e o Rio Grande do Sul têm 20 cada e o Distrito Federal apenas 4.

Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui.

Instituto Saúde e Sustentabilidade

O Instituto Saúde e Sustentabilidade é uma organização que detém a qualificação de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), idealizado em 2008 pela médica Evangelina da Motta P. A, de Araujo Vormittag. Tem como objetivo propiciar a melhoria da saúde humana e o viver nas grandes cidades por meio da transformação do conhecimento científico em informação clara e acessível, do incentivo à mobilização social e da construção de políticas públicas. O Instituto tem sede em São Paulo e conta com o apoio de 65 fundadores, entre médicos e profissionais de diversas áreas. www.saudeesustentabilidade.org.br

 

EcoDebate, 11/07/2014


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2 thoughts on “Estudo revela que 25 anos após a criação do PRONAR, pouco se fez para monitorar a qualidade do ar no Brasil

  • Apenas uma consideração relevante sobre o que se pesquisa.
    Sabemos, hoje, da prática criminosa da pulverização de matérias estranhas ao estado natural da atmosfera, a titulo de Geo-Engenharia Climática, cuja evidência se dá por via das pulverizações por Boeings de grande porte, adaptados inteiramente para a função, ou com acessórios compartilhados no voo, que deixam o que ficou conhecido como CHEMTRAIL (rasto químico).
    A título de pretenderem uma redução na intensidade da insolação que atinge o planeta e conterem o aquecimento global, inundam a atmosfera com partículas de substâncias estranhas a esse meio ambiental, com suspeita de grandes riscos para a vida humana.
    Não sou da área e sequer me arrisco a citar quais são as substâncias usadas e seus efeitos colaterais que venham a ser ameaças ás vidas humanas e a todo o ambiente biológico integrado por humanos, animais, vegetais e minerais.
    Extrai e transcrevo: “As pesadas concentrações de bário, alumínio e outros metais pesados (e, o pior, inclusive RADIOATIVOS), além de agentes biológicos e polímeros desconhecidos, ocasionam isso que você vê acima e muitas outras coisas mais – e talvez ainda mais perigosas!”
    Referências outras existem na Web sobre flagrantes de pulverização ao tipo de Chemtrails, de materiais biológico contaminantes de doenças.
    Será importante um aprofundamento severo no assunto.
    Que a humanidade reaja a tais abusos.

  • Caro administrador: houve uma pane aqui no PC e a identificação foi truncada. Sou o emitente desse comentário identificado com “h”, sou Hélcio Totino. Autorizo retificar. Grato

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