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O que esperamos de 2014? artigo de Gilmar Passos

 

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[EcoDebate] Todo final de ano há uma mistura de expectativas e esperanças que contagia todas as pessoas. Tudo fica a critério de ser melhor no ano seguinte. Nada fica por perdido, porque se espera que no ano seguinte as coisas sejam melhores do que foram no ano que finda. Para garantir que no futuro todo seja melhor as aventuras arriscam palpites e incentivam as superstições. É o tempo onde se incentiva o olhar para frente, para aquele tempo que ainda não chegou, mas é acreditado que ele é bom.

As festas entram em cena, o ano está chegando e é preciso acolhê-lo bem. As festas demonstram toda euforia das pessoas saudando, alegres, o ano que nasce. Enquanto se celebra com todo entusiasmo o ano que chega ou nasce, é colocado para trás o ano em curso. O que se mais ouve é o “Feliz ano novo!” e o “Adeus ano velho!”.

A euforia das festas em muitas pessoas rouba a cena da celebração da vida. As festas do nosso tempo são incentivadas pelas propagandas de consumo que são as armas do mercado econômico para garantir o lucro. Enquanto muitos pensam em festejar outros pensam no lucro em demasia, criando um sistema de dependência em comprar.

No jogo do sistema econômico de lucro e dependência, os festejos de relações humanas sadias das grandes festas comemorativas, como Natal e Ano Novo, são substituídas pelas coisas. Por essa deturpação, o que tem mais valor não são as relações humanas, mas os objetos de consumos. As bebidas alcoólicas lidaram os objetos de consumo.

O consumo de objetos e coisas aumenta e diminui as relações entre as pessoas. Acontece também de existir as relações entre elas por influência do consumo descartável, isto é, existem casos, infelizmente em grande proporção, em que as pessoas não se reúnem para partilhar a vida, mas para partilhar o objeto de consumo. Com isso quem não faz uso do objeto de consumo de tal grupo tende a ser eliminado do seu meio. Por exemplo, quem não bebe ou usa drogas não será bem aceito pela turma que as consomem, ou simplesmente a pessoa não irá se sentir bem neste meio.

Esperamos que o ano que vem não seja o da perversão humana, nem da miopia que é a distorção das verdades essências da vida. Não vamos falar de melhorias da saúde pública, nem da natureza e o meio ambiente, nem tão pouco da política. Nada disso está doente. O que está doente é o ser humano.

Por isso, este é o momento de esquecer todas essas coisas exteriores. O que precisa de mais atenção e ser curado não está fora, o que precisa ser curado é o interior do ser humano, a terra onde poucos se aventuram a entrar e conhecer. Cuidemos da vida, isto é, do nosso desconhecido e temível o qual denominamos de coração. É lá que habita o mistério do amor de Deus.

O coração não é apenas um órgão essencial à vida, é também o nome que usamos para representar o desconhecido em nós. Esse desconhecido é pra ser explorado, pois, nela está presente a essência da nossa vida. É nele que podemos encontrar as soluções para os nossos problemas psíquicos e sociais.

Seria diferente se todos os seres humanos fizessem o propósito para o ano que vem de visitar o desconhecido em si mesmo, de explorar o que há de essencial para si mesmo. Certamente, se isso fosse feito teríamos uma sociedade mais justa, uma natureza mais feliz e seríamos mais sadios em nossos relacionamentos.

Gilmar Passos é sacerdote da Diocese de Estância (SE) e tem uma formação cristã ampl. Estudou Filosofia no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, Aracaju-SE e Teologia no Seminário Diocesano Rainha das Missões. Obteve a validação do Curso de Teologia pelo MEC na Faculdade Católica de Fortaleza. Atualmente cursa Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior no Instituto de Ciências Humanas João Paulo II (IJOPA). É membro da Academia Estanciana de Letras (AEL), em Estância/SE. Passos é autor de dois livros: Identidade cristã no século XXI (2012) e Miopia humana e mensagem cristã: uma leitura de fé em tempos de crise (2013), ambos publicado pela Fonte Editorial.

EcoDebate, 02/01/2014


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2 thoughts on “O que esperamos de 2014? artigo de Gilmar Passos

  • Querido Padre, suas palavras são incontestáveis, realmente hoje vivemos em uma sociedade onde temos dois mundos opostos: materialismo versus espiritualidade, onde infelizmente se preza pelo primeiro.

  • Querida Laci, nossas conversas me ajudam bastante a entender que a vida exige vivência saudável e a espiritualidade pura, sem mancha, nos ajuda na vida saudável. Obrigado.

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