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Prognósticos, artigo de Roberto Naime

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[EcoDebate] A idéia de diagnosticar é identificar uma situação da forma em que a mesma se apresenta e usar este conhecimento e os fatores condicionantes para procurar prognosticar uma situação de curto, médio ou longo prazo.

A expressão prognosticar vem do grego onde “pro” é antecipar, prever, estimar e a expressão “gnosticu” significa alusiva ao conhecimento de uma situação.

Na medicina a analogia é mais fácil de compreender. Diagnosticar é identificar a doença para poder atribuir um tratamento adequado, enquanto prognosticas é prever a evolução da doença diante dos contextos específicos da pessoa e das probabilidades abertas pela terapia a ser utilizada. Resumindo é a previsão sobre a evolução e sobre os procedimentos terapêuticos mais adequados.

Prognóstico também é uma expressão muito empregada para avaliar situações mercadológicas, e a partir da avaliação criar matrizes de alternativas e cenários onde os atores sociais possam avaliar e tomar as atitudes mais convenientes.

Na avaliação de situações de mercado é muito comum o uso da estatística como ferramenta para melhor avaliar as probabilidades de ocorrência de eventos futuros. Mas os fatores principais dos prognósticos continuam sendo o conhecimento acumulado e a insubstituível intuição humana.

Prognósticos portanto podem ser definidos como formas de predição. E são indispensáveis para o planejamento de matrizes de alternativas e construção de cenários. Os prognóstico baseados em diagnósticos e profundo conhecimento empírico ou científico dos operadores da situação que está sendo avaliada. Os prognósticos, assim como os diagnósticos que são fases anteriores e matrizes de alternativas e construção de cenários que são posteriores são dinâmicos.

Não se esgotam em situações estáticas que cristalizam as realidades como fotografias. São cenários em constante movimento, induzidos por incontável número de fatores, quase sempre todos humanos e muitas vezes imensuráveis.

Devemos diferenciar situações de risco que geralmente consideram amostras idealizadas e situações concretas mas estáveis da análise prognóstica, que sempre é feita sobre situações que exigem melhorias. E estas melhorias podem ser buscadas no caso dos resíduos sólidos por ações consorciadas entre municípios, que se apropriem da sinergia gerada pela ação coletiva e multipliquem soluções que isoladamente teriam uma elevada relação entre custo e benefício.

Um prognóstico é sempre uma medida estimada e quando não se aplicam ferramentas estatísticas para sua comprovação, se torna mais importante a avaliação empírica ou científica para sustentar afirmações intuitivas.

Os prognósticos sempre se desenvolvem a partir de um momento de corte, denominado de “tempo zero” a partir do qual são feitas as inferências sobre as situações.

Em medicina se associa de forma comum as estimativas de vida com a qualidade de vida que será obtida neste tempo. Em outras situações nem sempre esta correlação é direta, mas sempre é recomendável estimar ainda que qualitativamente os ganhos a serem obtidos em qualidade de vida ao se implantar determinados procedimentos.

Em medicina, principalmente em carcinogenia, é conhecido o método Kaplan-Meier, também conhecido como produto dos limites. É um método estatístico de probabilidades. Em outras situações de prognóstico este tipo de ferramente não se adequa, mas nem por isso não se usam outras metodologias.

Prognosticar situações de gerenciamento ambiental usando diagnósticos destas situações e atores cujo conhecimento empírico e/ou científico permite que acumulem “expertise” para avaliações realistas é de extrema importância para que se efetuem a proposição de programas relevantes na sociedade que conduzam a melhorias eficazes na qualidade de vida e matrizes adequadas de probabilidades e construções de cenários realistas, que propiciem tomadas de decisões fundamentadas.

Dr. Roberto Naime, Colunista do EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

EcoDebate, 13/06/2012

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