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SBACV lança manual de diagnóstico e prevenção ao pé diabético

 

Entre 14% e 24% das feridas nos pés de diabéticos podem evoluir para amputação. Livro será distribuído para especialistas que trabalham com diabéticos

Cerca de 15% dos diabéticos deverão apresentar úlceras nos pés durante sua vida e entre 14% a 24% desses terão feridas crônicas que evoluirão para amputação, de acordo com estudo da Associação Médica de Podiatria Americana. Cerca de 50% dos que sofreram amputação têm risco de morrer em cinco anos. Após dois anos de mutirões pelo país para tratar o problema e verificar que os dados no Brasil são similares ou até piores, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) começa a distribuir na quarta-feira, dia 21, o primeiro manual de atenção integral ao pé diabético. Com 40 páginas, os 10 mil exemplares serão distribuídos aos especialistas que trabalham com diabéticos com o objetivo de ajudar no diagnóstico e orientação precoce de problemas nos pés.

Além do livreto, a SBACV reitera junto ao Ministério da Saúde a proposta de implantação de um programa de profilaxia da doença em toda a rede pública, entregue em outubro pessoalmente ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Implantado no Rio de Janeiro entre os anos de 2002 e 2003, o programa reduziu em 50% a amputação de coxa e pernas de pacientes com a doença até 2006. Foram criados centros especializados no tratamento do pé diabético, levando a redução de 90% de internação na rede pública. “Infelizmente, o programa foi descontinuado e os índices de amputação voltaram ao que eram antes do programa”, conta o coordenador de programas sociais da SBACV e responsável pelo projeto no Rio, Jackson Caiafa. A meta da proposta entregue ao ministro é reduzir 50% das amputações no país em três anos.

De acordo com ele, com uma equipe de atendimento básico treinada para orientar diabéticos e também diagnosticar precocemente feridas que não cicatrizam reduz consideravelmente o número de internações. “Nosso objetivo é disseminar o conhecimento sobre a doença no atendimento básico de forma a diminuir o número de amputações de membros inferiores pela doença. De forma geral em todo o país, o paciente já chega ao hospital em fase muito avançada da doença, restando apenas como solução a amputação”, explica Caiafa.

Segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta, um dos problemas principais é o paciente não saber que tem diabetes. “Cerca de 50% dos diabéticos não são diagnosticados, prejudicando assim a prevenção das consequências da doença que engloba, entre outros, o pé diabético, a insuficiência renal com hemodiálise, um risco maior de infarto, e até mesmo a cegueira”, diz Pitta. O pé diabético é uma doença que pode afetar nervos e a circulação sanguínea das pernas. A lesão dos nervos pode causar formigamentos, agulhadas, queimação e até insensibilidade dos pés.

O manual da SBACV explica como prevenir machucados nos pés, os exames necessários para diagnosticar o pé diabético, alerta que os diabéticos podem perder a sensibilidade dos pés e, assim, a atenção ao pé deve ser redobrada, mostra as categorias de risco, sugere um panfleto com dicas de prevenção para ser distribuído à população leiga, entre outros. O material é todo ilustrado com imagens reais e no final há um exercício objetivo para verificar se toda a mensagem foi captada. O PDF do manual está disponível para consulta no site da Sociedade: www.sbacv.com.br. O texto foi elaborado pelos cirurgiões vasculares: Jackson Caiafa, Aldemar Castro, Cícero Fides, Vanessa Santos, Erasmo Simão da Silva e Cid Sitrângulo Jr.; e revisado pelo presidente da SBACV, Guilherme Pitta, e o secretário geral, Marcelo Araújo.

Custos da doença e números de amputações

Nos últimos dois anos, a SBACV realizou uma série de mutirões no país a fim de conscientizar e também tratar casos avançados. A ação chegou ao Rio de Janeiro (RJ), Itabuna (BA), Arapiraca (AL), Macapá (AP), João Pessoa (PB), Brasília, entre outras cidades. “Nesses eventos, percebemos que é preciso uma intervenção urgente da gestão de saúde pública. O programa de profilaxia vai gerar economia para o governo. Estudos americanos apontam que o custo de uma internação de diabético com úlcera nos membros inferiores varia de U$ 4.775 a US$ 14.881, enquanto que o custo do exame de debridamento de calosidades sai por U$ 200 ao ano”, afirma Caiafa.

Levantamento da regional Rio da SBACV em hospitais municipais mostrou que o número de amputações vem crescendo anualmente. Em 2008 houve 914 amputações, enquanto em 2009, o número subiu para 935 amputações. Observando apenas o mês de janeiro de 2008, 2009 e 2010, para comparação, observou-se respectivamente: 31, 71 e 84 amputações. A amputação pode ser evitada com medidas de acompanhamento da doença. De acordo com dados do Data/SUS de 2005 a 2011, estima-se que o índice de amputações no Brasil seja de 42 mil ao ano.

Clique aqui para ver o manual .

Fonte: Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)

EcoDebate, 10/01/2012

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