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Sociedade de Endocrinologia aprova proibição de bisfenol-A(BPA) em mamadeiras e defende ampliação para brinquedos

 

A decisão de proibir a produção e a venda de mamadeiras com bisfenol A na composição foi bem recebida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, que lidera uma campanha contra o uso da substância. Anunciada no dia 15/9, a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi tomada para proteger a saúde das crianças, apesar de não haver resultados conclusivos sobre o bisfenol.

Para a subcoordenadora da campanha da Sociedade de Endocrinologia, Elaine Cota, o bisfenol deve ser banido de brinquedos e embalagens plásticas usadas para guardar alimentos. “Deveria ser proibido em todas as embalagens que acondicionam alimentos e nos brinquedos plásticos. As crianças não vão só usar a mamadeira, mas também o copinho plástico”, disse Elaine, que integra o grupo dos desreguladores endócrinos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, regional de São Paulo. “Quando a criança morde um brinquedo, a substância pode se desprender”, acrescentou.

O bisfenol A é utilizado na fabricação da maioria dos produtos plásticos, como potes, escovas de dente, copos, cadeiras e no revestimento interno de latas. Quando o plástico é aquecido ou congelado, moléculas do bisfenol A acabam por ser desprender e contaminar os alimentos e produtos embalados. Os especialistas estimam que uma pessoa ingere cerca de 10 microgramas de BPA por dia.

A exposição à substância, de acordo com os especialistas, altera o funcionamento das células e hormônios, podendo provocar deficiências físicas e até mesmo câncer. Estudos em animais apontam o bisfenol A como causador de doenças. “Os efeitos podem ser vistos muitos anos depois ou em outras gerações. Uma criança exposta pode ter infertilidade na vida adulta”, argumentou a médica, acrescentando que não existem estudos em seres humanos.

Elaine Cota recomenda que a população, principalmente as grávidas, evite o uso de embalagens plásticas para guardar bebidas e comidas. “Elas devem procurar não esquentar a comida em embalagens plásticas no micro-ondas”, aconselhou.

Apesar de não existir pesquisas conclusivas sobre os riscos do bisfenol, a Anvisa decidiu proibir o uso em mamadeiras como forma de cautela e proteção aos bebês com até 1 ano de idade, além de seguir medidas adotadas por outros países, como a Europa e o Canadá. A agência reguladora informa que “não há justificativa para adoção de outras restrições de uso para a substância” no momento. No entanto, a Anvisa aponta como substituto do bisfenol o polipropileno, já que a substância está presente no policarbonato. Ambos são tipos de material plástico.

A partir da publicação oficial da medida, os fabricantes terão três meses para retirar as mamadeiras com bisfenol do mercado. As produzidas nesse período deverão ser vendidas até 31 de dezembro de 2011.

Como evitar a exposição ao BPA

– Não esquentar no micro-ondas embalagens de plástico com bebidas ou alimentos, pois o bisfenol é liberado em maior quantidade quando o plástico é aquecido
– Evitar o consumo de alimentos e bebidas enlatadas. A substância é usada como resina para revestimento interno das latas
– Preferir embalagens de vidro, porcelana e aço inoxidável para armazenar alimentos e bebidas
– Descartar utensílios plásticos lascados ou arranhados
– Evitar a utilização de embalagens plásticas com os símbolos de reciclagem 3 (V) e 7 (PC) porque podem ter bisfenol A na composição

Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Reportagem de Carolina Pimentel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 19/09/2011

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2 thoughts on “Sociedade de Endocrinologia aprova proibição de bisfenol-A(BPA) em mamadeiras e defende ampliação para brinquedos

  • Leila Maria Rinaldi Vieira

    Acho importante a medida tomada pela Anvisa;
    mas, ao ler sobre esta substância, encontrei este texto “O Bisfenol-A é um composto orgânico fenólico presente em recipientes plásticos, como mamadeiras, garrafas de água e outros produtos à base de policarbonato.
    Só muito recentemente os efeitos adversos do material foram reconhecidos pelos cientistas. Hoje o Bisfenol-A é tido como um contaminante emergente e seu uso em mamadeiras já foi proibido na Europa.
    Entre os impactos nocivos do Bisfenol-A à saúde já foram listados obesidade, problemas cardíacos, antecipação ou atraso no desenvolvimento da puberdade e problemas hormonais, como a ginecomastia – crescimento das glândulas mamárias dos homens.
    A aplicação de produtos de limpeza com propriedades alcalinas nos recipientes de policarbonato, como alguns detergentes e água sanitária, promove a liberação do Bisfenol-A.
    Além de reações químicas, a liberação do Bisfenol-A ocorre também com o aquecimento e por desgaste dos recipientes.”
    (Fonte: Diário da Saúde, 15/03/2011 NutriCorpo – Google )
    Fiquei muito preocupada em não encontrar nenhuma citação, destes orgãos de saúde, envolvendo empresas que condicionam bebidas , nas chamadas garrafas “pets”, margarinas, iogurtes, etc.etc. É imensa a quantidade de produtos que são oferecidos em embalagens plásticas, com propagandas imensas e atrativas, em todos os meios de comunicação, principalmente destinadas às crianças; e, que podem liberar substâncias nocivas ao organismo humano.
    Com tanta tecnologia e tanta pesquisa, o ser humano consegue até se preocupar com o que existe em outros “mundos” e não consegue conter esta necessidade de enriquecimento de alguns, que despejam na nossa alimentação determinados produtos que levam o indivíduo à doenças desconhecidas e à morte.
    Todos nós sabemos que para engordar animais para o consumo, não existe grandes preocupações: é só observar o tempo que criadores hoje, gastam na engorda destes nossos alimentos, e comparar com o que era feito anos passados.
    Por exemplo: levava-se mais ou menos uns seis meses para que um frango estivesse no ponto de servir de alimento. Hoje, pelos dados que nos são fornecidos, quarenta e cinco dias é o ideal. Imagino “o quê” estes animais comem e passam para nós!
    Se, com os animais acontece isto, fico pensando em como as grandes empresas fazem, para aumentar o consumo e melhorar os seus ganhos, sem se preocupar com o que estão causando.
    Esta deveria ser também a grande preocupação dos órgãos que são craidos para defender a saúde.

  • Leila Maria Rinaldi Vieira

    O comentário sobre os animais, realmente já foi enviado mas, se pensarmos em termos de necessidade de propaganda, ainda será preciso fazer “muito”, este tipo de comentário, para que os nossos governantes entendam como devem se preocupar e agir, para proteger e evitar dores maiores aos brasileiros.

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