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Dificilmente, a CCJ do Senado votará o projeto de mudanças no Código Florestal no próximo dia 14/9

 

Presidente da CCJ do Senado teme atraso nas discussões do projeto do novo Código Florestal

Dificilmente, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado votará o projeto de mudanças no Código Florestal Brasileiro no próximo dia 14. Segundo o presidente da comissão, Eunício Oliveira (PMDB-CE), questões de mérito “polêmicas” incluídas no texto pelo relator Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) podem gerar atraso na discussão. De acordo com Eunício, a possibilidade de construção de estádios de futebol e obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 em áreas de proteção permanente (APPs) é uma dessas questões.

O senador lembra que a competência da CCJ restringe-se ao debate da constitucionalidade e admissibilidade das matérias. “Os debates de mérito devem ser realizados pelas comissões específicas”, explica. No caso do Código Florestal, essas questões serão analisadas nas comissões de Agricultura, Ciência e Tecnologia (CCT) e de Meio Ambiente.

“O problema é que o relator Luiz Henrique introduziu em seu relatório novidades como a dos estádios [construção em APPs], além de suprimir e colocar uma série de artigos que estavam na proposta da Câmara”, acrescenta o presidente da CC, que é contra a permissão de retirada de vegetação das APPs e a anistia a produtores rurais.

Eunício Oliveira diz ainda que, “apesar de ser muito competente no assunto”, o colega de partido (Luiz Henrique) introduziu “coisas polêmicas”, em que chegar a um ponto comum demandará muito tempo. Na terça-feira (13), véspera da data prevista para a votação, a CCJ realizará audiência pública com juristas para debater as mudanças que o Congresso Nacional pretende promover no atual Código Florestal.

Quanto à possibilidade de anistia para produtores que desmataram áreas proibidas, o presidente da CCJ avisa que votará contra e diz que o Congresso precisa chegar a um meio termo de modo que quem desmatou não seja punido com prisão e tenha um prazo para recompor essas áreas em suas propriedades. “Para isso, é preciso criar condições para esses produtores.”

Reportagem de Marcos Chagas, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 08/09/2011

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