O Que Virou da Destruição das Árvores? artigo de Aroldo Cangussu
[EcoDebate] A pergunta do título acima se refere à destruição das árvores que enfeitam o canteiro central da Av. Beira Rio em Janaúba. Já faz mais de um mês que uma carreta transportando uma gigantesca peça industrial arrasou mais de dez palmeiras e foi embora sem dar satisfação. A pergunta que todos fizeram foi: “por que não parou na primeira”?
Falou-se, vagamente, que o Ministério Público foi acionado, mas, depois disso, não se ouviu mais acerca do assunto. Nem o nome da transportadora a imprensa divulgou. Cobramos daqui, veementemente, que a empresa responsável por esse dano seja devidamente autuada por crime ambiental (Lei 9.605) e diversas outras infrações. Mas, o que dói mesmo é a petulância, o sentimento de impunidade e o desprezo pela comunidade janaubense desse motorista e seus batedores que arrebentaram um patrimônio valioso da cidade e se escafederam. As autoridades não podem deixar passar em branco, pois, afinal elas têm a responsabilidade constitucional de cuidar do bem público.
Também vou tomar providências acionando o nosso Comitê de Bacia e demais órgãos a que estou ligado. Quando eu trabalhava com engenharia mecânica pesada tive a oportunidade de lidar com este tipo de transporte diversas vezes em obras de montagem industrial. Sempre era feito um planejamento rigoroso e um detalhado plano de viagem, observando-se as estradas, pontes e demais interferências. Nas vezes que dava algum problema, a empresa imediatamente procurava saná-lo e ressarcir a quem de direito. Por isso, pela minha experiência no assunto, não vou deixar passar em branco.
Mudando de assunto, mas mantendo a indignação e a cobrança. Escrevi aqui nesse espaço sobre a travessia do Rio São Francisco entre as cidades de Matias Cardoso e Manga que é feita de maneira bastante precária por balsas desconfortáveis e periclitantes. Mencionei também que o barranco do rio, nas duas margens, tem que ser preparado na hora do desembarque.
Pois bem, voltei lá algumas semanas depois e pude constatar que … tudo continua igualzinho. E ainda mais. Nesta última vez, descobri mais um absurdo, desta vez protagonizado pela Transnorte, a empresa de ônibus que faz o transporte de passageiros de Janaúba para Manga e Montalvânia.
A empresa deixa os passageiros do lado de cá do rio e os obrigam a atravessar de balsa para pegar outro ônibus do lado de lá, mas, pasmem, carregando a própria bagagem. Verifiquei que o trocador do ônibus até tem boa vontade em ajudar, mas é por seu livre arbítrio. Se ele não quiser, ninguém obriga. Achei o cúmulo do descaso com os clientes que, além do desconforto da viagem e da balsa, ainda tem que se submeter a mais essa humilhação.
* Aroldo Cangussu é engenheiro e ex-secretário de meio ambiente de Janaúba e diretor da ARC EMPREENDIMENTOS AMBIENTAIS LTDA.
EcoDebate, 28/06/2011
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