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Amor sem inteligência é obsessão, artigo de Américo Canhoto

Dr. Américo Canhoto
Dr. Américo Canhoto

[EcoDebate] Amar não é um simples desvario emocional – um peripaque afetivo recheado de palavras vazias e de conceitos dominadores; até incoerentes; como costumamos praticar no day by day da atualidade.

É incontestável que o afeto, em todas as suas dimensões, desempenha um papel essencial no funcionamento da inteligência.

Sem afeto não haveria interesse, nem necessidade, nem motivação e, conseqüentemente, perguntas ou problemas nunca seriam despertados; não haveria inteligência na sua mais pura e equilibrada acepção.

A afetividade é uma condição indispensável para a constituição da inteligência, embora não seja suficiente; pois, hoje ela é distribuída em todos os aspectos do existir.

A contrapartida é natural: sem inteligência não há afeto. Pessoas pouco dadas a raciocinar são pobres em demonstrações de afeto.

Podemos considerar de duas maneiras diferentes as relações entre afetividade e inteligência. A verdadeira essência da inteligência é a formação progressiva das estruturas operacionais e pré-operacionais durante o desenvolvimento do ser, mas o afeto contribui substancialmente para a formação das várias estruturas cognitivas.

Merece estudo o desenvolvimento afetivo de boa parte das crianças da atualidade em razão da ausência materna na maior parte do tempo; pela necessidade de trabalho fora de casa. O objeto presencial para a criança será a funcionária da creche ou berçário.

Mas, e o que dizer dos órfãos de pais vivos?

É uma incógnita como se fará o desenvolvimento psicológico dessas crianças ao longo dos anos; pois é fato aceito que as relações afetivas da criança com o objeto-mãe, ou com outros objetos-pessoas, são responsáveis pela formação da estrutura cognitiva. Muitos autores entendem que a emoção seja a fonte do conhecimento. Outros entendem que o afeto explica a aceleração ou o retardo da formação das estruturas responsáveis pelo mecanismo da cognição multifocal.

Embora a afetividade seja uma condição necessária, ela não é condição suficiente na formação da estrutura cognitiva. Pois a estrutura da consciência, em si, independe do afeto, mesmo que ela possa acelerada ou retardada por sentimentos, interesse e afeto.

O afeto pode levar a erros momentâneos; que a própria estrutura cognitiva corrige. A própria dinâmica das situações pedagógicas que se formam ao longo da vida corrige os desvios da afetividade; mas, quase sempre através do mecanismo do sofrer.

Imaginemos uma família daquele tipo comum que se desfaz durante o dia – pai para um lado, mãe para outro e a criança fica na escola o dia todo – natural que brote um núcleo de culpa; e os adultos passam a demonstrar afeto para a criança satisfazendo-lhe todas as vontades e presenteando-a em ocasiões indevidas; essa criança possivelmente se tornará uma pessoa mal agradecida, insatisfeita, acha que tudo lhe é possível e permitido; e facilmente torna-se um desses sociopatas tão comuns na atualidade; cuja correção pode demorar; mas não tarda.

Todos os distúrbios na forma de expressar afeto; distorce a percepção e a representação da realidade.

Até na área da ciência cartesiana, pouco a pouco caminhamos em direção à compreensão do Ser Integral.

O conceito de inteligência deixou de ser apenas cognitivo e foi melhorado consideravelmente com a introdução de outras variáveis envolvidas: emoção, sentimento, visão de mundo.

Muito há que ser melhorado ainda: Pessoas educadas de forma equivocada passam a apresentar cisões em seu comportamento.

Cisões na personalidade?

Cada vez que fixamos isoladamente qualquer das partes que forma nossa personalidade nos separamos de nós mesmos. Exemplo, pessoas que no trabalho são fortes e eficientes e na vida particular são ingênuas, fracas e medrosas.

Devemos nos preocupar muito com o assunto afeto, amor, inteligência; pois, para onde formos carregamos nosso baú de experiências e nossa forma de expressão; até nas múltiplas subdimensões de 4D.

Nas nossas experiências em bater papo com as pessoas que estão hoje polarizadas em 4D confirmamos a importância do respeito, amor e afeto – especialmente tudo que envolve a figura materna – para quebrar as fixações mentais de seres extremamente inteligentes; se considerarmos apenas a inteligência cognitiva; mas, um zero à esquerda com relação á inteligência afetiva.

Evidente que um dia tudo será equacionado; mas até lá; muito sofreremos e faremos sofrer em razão desse grave descuido: deixar de amar e de manifestar afeto. Mas, com inteligência e principalmente com a amorosa disciplina.

Na dúvida sobre o que fazer; apenas ame; mesmo que do seu errado jeito; depois basta consertar amando com inteligência…

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 16/11/2010

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One thought on “Amor sem inteligência é obsessão, artigo de Américo Canhoto

  • Luiz Carlos Gonçalves

    Excelente o artigo da Drª Lélia Barbosa de Souza Sá do dia 15/11/2010 referente à conciliação da troca das cadeiras com a capacidade técnica. Parabéns!

Fechado para comentários.