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Artigo

Sociedade Provisória – Inferno à Vista, artigo de artigo de Américo Canhoto

“Seu Cabral vinha navegando: inferno á vista…”

[EcoDebate] Tudo bem que não tenhamos sido descobertos de forma planejada – mas, que isso não deve ser desculpa; é vero.

É preciso mudar nosso DNA cultural para atender á demanda da vida com qualidade, daqui em diante.

Cá entre nós, a cultura de tornar definitivas as medidas provisórias é um flagelo a atormentar nossa vida particular, familiar, social e política.

Nós temos alergia a tudo que seja planejado, definido, estudado – Metas de longo prazo são muito demoradas para quem gosta de levar vantagem em tudo.

Nesta terra, nós vivemos como se a vida transitória fosse durar para sempre.

No planejamento de nossa existência apenas investimos nas metas de curto prazo.

– Nas finanças. Gastamos mais do que receberemos. O provisório uso do cheque especial e do crédito; torna-se um hábito financeiro definitivo.

– No cultivo das relações afetivas. Ficar e fazer um test drive sexual e afetivo é uma forma de viver que chegou e ficou. Somos adeptos dos ditados populares práticos e fast food: Quem dá para os pobres: cria o filho só – responsabilidade é para otários.

– Nos cuidados com a saúde. Somos os campeões do uso de sintomáticos. A sociedade do analgésico. Investir em prevenção de saúde é coisa para quem não tem o que fazer; o negócio é aproveitar a vida.

– Na convivência social. As pessoas se buscam e descartam segundo os interesses do momento.

– Horários foram feitos para serem descumpridos.

– Regras para serem burladas.

– Viver com ética não dá lucro; pois, exige investimentos educacionais de longo prazo.

– Nas amizades. As rapidinhas não precisam de nome; não trazem problemas; vão e vem como ondas.

– Na vida política. É sinal de esperteza não se definir. Princípios dão trabalho. Ética impede as amarrações. Programa de trabalho de longo prazo é entregar os dividendos para os sucessores.

Tudo que ocorre no macro é a soma das individualidades. E no íntimo, também somos a somatória de nós mesmos.

Para preencher esse vazio que começa a tomar conta do nosso peito e da mente; trazendo aquela sensação de inutilidade – o momento atual exige reflexão:
O que em nossas vidas é provisório?
O que é definitivo?
Quais são minhas metas de curto, médio e longo prazo? Estão alinhadas num mesmo foco? Tenho um projeto de vida?

Viver uma vida provisória é a principal razão das incertezas, conflitos, tristeza, depressão, pânico, angústia e seus filhotes: insônia, perda de memória, dores para todo lado, vontade de dormir para sempre.

O estilo de viver sob a batuta do provisório e da gariba; vai nos levar, mais além, a um inferno já muitas vezes, por nós, navegado.

Viver de forma provisória nos tira a dignidade; pois, perdemos o respeito por nós mesmos. E também por não estabelecermos uma vida regida pelos princípios da ética cósmica; no coletivo, são raras dentre milhões a conviver, as pessoas que se fazem respeitar por viver sob a guarida da simplicidade, honestidade, coerência.

O que fazer para encontrar metas de vida, definitivas; imutáveis?

Praticando o básico: Consulte permanentemente sua consciência, sem usar de desculpas nem justificativas, para saber se em cada momento fez o melhor possível.

No trato consigo mesmo e com os outros adote a máxima: só faça aos outros; aquilo que gostaria de receber – a começar pelo pensamento.

Se cada um de nós, deixar de ser um cidadão provisório; breve nós viveremos numa sociedade justa, ética, saudável, feliz, próspera, rica, amorosa.

Quer se curar? Não garibe sua saúde com sintomáticos nem pseudo preventivos – planeje sua cura.

Quer melhorar a vida social e política da sua terra – não se preocupe apenas em escolher o melhor candidato para esta eleição – atue politicamente o ano inteiro, o tempo todo; faça, cobre, exija, ponha, disponha e deponha se for preciso…

EcoDebate, 08/10/2010

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