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Contrabando de corais, artigo de Maurício Gomide Martins

Contrabando de corais: Material apreendido no RS (Foto: Divulgação/PF). Fonte: G1
Contrabando de corais: Material apreendido no RS (Foto: Divulgação/PF). Fonte: G1

[EcoDebate] Os jornais publicaram há pouco tempo e sem destaque uma notícia de grande significado. Examinada com olhar analítico, tal informe revela sua verdadeira dimensão. Diz o ditado que “pelo dedinho se conhece o gigante”. E toda informação deve ser examinada ante um critério crítico e racional.

Em resumo, os jornais informam que, em cumprimento a mandados judiciais, os órgãos federais de polícia, juntamente com a procuradoria pública e sob a coordenação da Interpol, efetuaram em 11 Estados brasileiros busca e apreensão de corais nas lojas especializadas em comercialização de aquários e produtos marinhos. Acrescentam que essas ações policiais foram realizadas também em diversos países, como Alemanha, EE.UU., França, Canadá, Argentina, Reino Unido, Holanda, Dinamarca.

A apropriação e destruição de corais, para atender à fome inextinguível da ganância comercial, é um crime contra o meio ambiente que vem sendo denunciado pelos ambientalistas há muitos anos, sem produzir qualquer efeito.

Na análise da notícia, tiramos a conclusão de que, ante a prontidão com que se mobilizaram o judiciário, a promotoria pública e a polícia federal no Brasil, e nos demais países, houve não um ato isolado de ação ambiental, mas o cumprimento de uma ordem da Interpol. Essa entidade internacional, para tomar uma decisão desse porte – logo na área ambiental –, deve ter sido fortemente pressionada por algum órgão de vulto. Imaginamos que tal iniciativa tenha partido da ONU; não sabemos, mas não temos dúvida de que o núcleo decisório esteja investido de alguma relevante autoridade.

O exame desse fato nos leva a destacar sua importância, desde que sugere uma ação mundial pioneira em assuntos ambientais. Pelo menos, evidencia que se está formando uma consciência para a necessidade de tomadas de decisão global quando o objetivo é o de preservar o planeta.

Tais fatos indicam a formação, a nosso ver, de um protoplasma do governo mundial. Já seria o primeiro passo no caminho certo. Contudo, as autoridades encarregadas de combater essa dilapidação não podem descuidar um momento sequer, pois os sugadores da Natureza insistem em enxergar apenas o dinheiro, mísero limite de visão de vida.

Foi o que ficou confirmado recentemente quando a polícia federal descobriu 114 pacotes contendo corais vivos, em poder de dois aventureiros irresponsáveis, frustrando uma tentativa de contrabando vindo de Los Angeles.

Os agentes do lucro obtido pela destruição da ecologia não cessam suas ações criminosas. Esse é mais um exemplo de que as forças aniquiladoras do nosso meio ambiente têm atuação contínua e progressiva. Sua ação é insidiosa e não se extingue voluntariamente. Por isso é extremamente necessária a vigilância constante dos órgãos para isso existentes.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

EcoDebate, 01/09/2010

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