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Notícia

Carta Aberta enviada ao Dep. Aldo Rebelo sobre as alterações no Código Florestal

MD. Deputado Aldo Rebelo.

Esta é uma carta aberta aos seus eleitores e a sociedade brasileira.

É com muita consternação e surpresa que muitos receberam sua correspondência, inclusive eu, (que me parece e-mail padrão) contra os ambientalistas e a Ong Greenpeace e todos mais que se manifestaram contra as alterações do Código Florestal. Esta carta não é uma resposta, não quero acusações mútuas quero respostas e soluções para um Brasil sustentável, quero o debate e o jogo aberto da democracia. Entendo que todos nós estamos surpeendidos com V. Excia. pertencente a um honroso partido que sempre se posicionou ao lado da democracia e da vida cidadã em defesa da liberdade e de ideais de solidariedade e atenção aos mais humildes e excluídos .


Infelizmente sua atitude de atacar e desqualificar o discurso dos que são contrários as alterações do Código Florestal incluindo a ONG Greenpeace citada por V. Excia em sua resposta, conforme matéria da Revista Veja Edição 1338, Ano 27, 04 de maio de 1994, não tem nada a ver com o debate. “Na Matéria da Revista Veja, Aldo preferiu terceirizar as críticas à ONG. Transcreve uma entrevista publicada na revista “Veja” em que um islandês de nome impronunciável faz duras denúncias contra o Greenpeace. Esquece apenas de mencionar que a entrevista foi feita há 16 anos e que o islandês foi trazido ao Brasil para uma turnê apoiada pelo lobby nuclear durante nossa campanha contra Angra 2. Esquece igualmente de informar que as acusações do islandês não geraram nenhum tipo de investigação ou inquérito contra o Greenpeace e foram, inclusive, respondidas ponto por ponto (as respostas encontram-se nos arquivos do Greenpeace para quem quiser ver)”. Vejam resposta na íntegra no link.

Vamos conversar sem perder o foco, não queremos o jogo dos dossiês isso é da época da ditadura que democraticamente destruímos. V. Excia tem agora a oportunidade de colocar-se ao lado dos desfavorecidos e excluídos ambientais, seu relatório de Lei, cada vez mais próximo da bancada ruralista, acirra ainda mais a exclusão ambiental e as injustiças no campo. Apure mais suas informações para agregar conhecimento sobre o assunto informe-se com os especialistas, com os técnicos de universidades, de instituições de pesquisa ambientais e ONGs, reveja seu ponto de vista vamos pensar num Brasil sustentável com agricultura familiar sustentável, por que defender o latifúndio? Por que apoiar os setores mais retrógrados do ponto de vista ambiental? Quem se beneficia com sua proposta? Os escravocratas? Os latifundiários? Repense deputado, é nobre em um ser humano reconhecer seus enganos e retroceder.

Além disso lembro a V. Excia que “O Brasil já derrubou muita floresta. Não é mais concebível mudar o Código Florestal para aumentar desmatamento, principalmente neste momento em que vivemos uma preocupante crise climática. Qualquer debate sobre a nossa lei florestal deve ser feito com seriedade, por toda a sociedade, e fora de um ano eleitoral.”, afirma Rafael Cruz, do Greenpeace. Dentre as mudanças que a bancada da motosserra quer, está anistiar quem cometeu crimes ambientais nas últimas cinco décadas, reduzir a obrigatoriedade de cada fazenda ter uma reserva legal (área coberta com mata nativa) e aumentar o limite de desmatamento em áreas de preservação permanente (APPs). Chuvas torrenciais, secas, deslizamentos e mortes. Tudo isso tem a ver com o desequilíbrio ambiental que estamos legando ao país. Qualquer investida contra nossas florestas é um tiro no pé. Mesmo assim, as ameaças a elas não cessam. E uma das maiores, hoje, vem justamente da capital do país, Brasília. É no Congresso Nacional que representantes do agronegócio têm movido mundos e fundos para derrubar o Código Florestal brasileiro, levado pelo boom econômico, o tema ambiental não tem recebido o tratamento devido por parte do governo (http://www.ecodebate.com.br/2010/06/07/brasil-a-agenda-esquecida-codigo-florestal-debate-para-alem-da-questao-ambiental/), pelo contrário, é visto como um empecilho para o crescimento econômico a lei que protege nossas matas desde 1934. Mas a população brasileira não foi chamada para o debate. O destino de nossas florestas está sendo decidido por “meia dúzia” de deputados, em pleno ano eleitoral. O argumento dos políticos que defendem a agropecuária é velho primitivo e não funciona os objetivos dos ruralistas são muito claros com a proposta de retalhar o Código Florestal: “consolidar o desmatamento que já promoveram no Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Caatinga; avançar na destruição da Amazônia e consolidar as áreas que já desmataram”, avalia Luiz Zarref, engenheiro florestal, especialista em agroecologia e militante do MST para o país se desenvolver, o campo tem de produzir. Isso é óbvio. O problema é que, invariavelmente, a agropecuária avança sobre as florestas. Vamos ao debate democrático, aberto, honesto sem dossiês que fogem ao tema. VAMOS CONSTRUIR UM BRASIL SUSTENTÁVEL!

Amistosamente,

Ricardo Machado

OBS: Usando seu exemplo de citar reportagem da Revista Veja, para opinar sobre o Greenpeace, o que foge do assunto que é o Código Florestal e não julgar os méritos da Organização Greenpeace, lembro ao ilustre deputado que se for usada a mesma linha de raciocínio para definição do PC do B tendo como parâmetro a matéria publicada no Jornal O Globo, 04/abril/2010 pg. 15, que diz” MILITANTE DO PC do B FOI SUBORNADO PARA ENTREGAR APARELHO”, certamente tendo como informação esta matéria os leitores deste conceituado Jornal em sua maioria teriam uma opinião contrária aos ideais do PCdoB.

Disponível também no site visitado em 30/06/2010
http://www.pcdobararas.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=170:general-admite-que-ditadura-subornou-traidor-para-liquidar-pcdob&catid=1:latest-news&Itemid=61

EcoDebate, 08/06/2010

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