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Kit desenvolvido na Fiocruz Pernambuco usa sangue e urina para diagnosticar tuberculose

O diagnóstico da tuberculose (TB) em crianças e pacientes HIV positivos será mais facilmente confirmado nos próximos anos com o uso de um kit de diagnóstico molecular que está sendo desenvolvido na Fiocruz Pernambuco. As principais vantagens são a confirmação da doença em menos tempo, o uso de sangue ou urina para o exame e o resultado com maior precisão. Concluída a fase de validação e mantidos os resultados promissores, a ferramenta poderá vir a ser adotada pelo Ministério da Saúde como auxiliar na confirmação da doença, principalmente, entre esses dois grupos. Mesmo doentes, eles têm poucos bacilos causador da TB, o Mycobacterium tuberculosis, circulando no organismo. É a chamada forma paucibacilar da doença. Essa característica dificulta o diagnóstico.

O kit utiliza uma tecnologia molecular chamada Nested PCR em tubo único, que é mais sensível e específica para detecção da presença ou ausência do bacilo no organismo do que a baciloscopia e a cultura de secreção, exames convencionais usados pelos médicos para diagnóstico, além do raio-x do tórax, teste de Mantoux e dos sintomas relacionados pelo paciente. Além de ajudar no diagnóstico da TB, o kit também servirá para acompanhar a resposta do paciente ao tratamento com a medicação.

Testes feitos com amostras de sangue e urina de cem pessoas de ambos os sexos, acompanhadas em hospitais de referência no tratamento da TB, no estado, mostraram sensibilidade (capacidade de confirmar a presença do bacilo) variando entre 61% e 72% no caso dos pacientes com a forma pulmonar da doença, e de 72% a 82% naqueles com a forma extrapulmonar (acomete glânglios, rins e ossos, por exemplo). A especificidade (capacidade de reconhecer a ausência do bacilo) variou de 90% a 97%, em ambos os grupos. “A baciloscopia tem sensibilidade de menos de 40% e a cultura de secreção leva de 30 a 60 dias para ser concluída. No caso da PCR em tubo único o resultado sai em 48 horas”, afirma a biomédica Juliana Figueiredo, que fez o estudo no mestrado em saúde pública da Fiocruz Pernambuco.

A PCR (do inglês Polimerase Chain Reaction, ou reação em cadeia de polimerase) é uma técnica de amplificação do DNA da célula capaz de detectar menos de um fragmento do bacilo de Koch. “Há várias técnicas de PCR. A que é realizada em tubo único tem menos chances de contaminar a amostra de sangue ou urina usada no exame do que a PCR convencional em que a amostra é processada duas vezes em tubos distintos. Outra vantagem é usar menos reagente que os outros tipos de PCR, barateando mais o custo”, explica a coordenadora do estudo, Haiana Schindler. A equipe está desenvolvendo outro tipo de PCR para diferenciação da tuberculose típica e da atípica em pacientes com Aids.

Reportagem de Fabíola Tavares, da Agência Fiocruz de Notícias, publicada pela EcoDebate, 03/02/2010

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