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Carta ao Presidente ‘Lula do Brasil’: POR QUÊ?, artigo de Tadeu Santos

Presidente Luiz Inácio da Silva na COP 15, em Copenhague.
Presidente Luiz Inácio da Silva na COP 15, em Copenhague. Foto Scanpix/Reuters

[EcoDebate] Mas por quê Presidente Lula, Vossa Excelência faz um discurso bonito, ousado e histórico na COP 15, porém, antes de viajar a Copenhagen empresta R$ 1 Bilhão para a construção de uma térmica a carvão mineral no Maranhão (Eike / MPX) e quando volta, incompreensivelmente, veta a proposta da Lei de Mudanças Climáticas que propõem a redução ‘’paulatina’’ do uso dos combustíveis fósseis para a geração da mais suja fonte de energia?

Deve estar havendo algum equívoco ou nós é que somos realmente leigos e ingênuos ambientais em acreditar que haveria depois de tudo um possível avanço, considerando o imenso potencial que o país possui para a implantação de fontes renováveis como a eólica, solar, biomassa e hidrelétrica.

Vossa Excelência sempre contestou que os do Norte não tinham que estar apontando o dedo sujo para o Brasil, numa alusão a energia suja gerada pela queima de carvão, responsável maior pelo aquecimento global.

Então Vossa Excelência entende que o Sul de SC e RS deverá continuar convivendo com a degradação da extração do minério carvão, tendo a cada dia que passa mais degradação em seus recursos naturais, como a água, o solo, a flora e ar, como também Vossa Excelência está realmente apoiando as famigeradas térmicas a carvão mineral, que além de emitirem o CO² de forma descontrolada e não monitorada, comprometem a qualidade do ar que respiramos com milhões de toneladas de SO² e NOx, como também uma enorme quantidade de calor que evapora na atmosfera podendo estar contribuindo com o desequilibrado clima na região.

Da mesma forma que na COP 15 prevaleceu os interesses do setor produtivo, que ainda não sente as consequências do aquecimento global, nem como humanos e nem no lucro que é a mola propulsora do capitalismo selvagem, denominada como ganância infecciosa segundo Alan Greenspan, então presidente do FED.

Nem o Ministro do Meio Ambiente MMA e nem o Presidente do FBMC estão preocupados com a derrota para o Ministro das Minas e Energia MME porque não tocou na Amazônia, a bola da vez em mudanças climáticas no país.

Até o presente momento nenhuma medida governamental foi tomada em forma de política pública para avaliar a dramática situação do sul de Santa Catarina. Apenas no município de Araranguá – epicentro do furacão Catarina e reconhecido pelas trágicas enchentes desde 1974, ocorreram num período de 15 dias três eventos extremos, iniciando com a segunda maior enchente da Bacia Hidrográfica, uma chuva de granizo gigante e um tornado.

A Região Sul do Brasil comprovadamente é a que está mais registrando a frequência de eventos extremos do clima, com mortes e destruição, onde a população afetada, principalmente a mais desprotegida já vive em estado de pânico com qualquer mudança do tempo e que quer respostas às tragédias climáticas para melhor se prevenir e se adaptar.

Tadeu Santos – Coordenador Geral dos Sócios da Natureza – ONG Conselheira do CONAMA e FNMA – Biênio 2009/2011, pela região sul SC/RS/PR. Araranguá – SC.

* Colaboração de Tadeu Santos para o EcoDebate, 06/01/2010

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