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Mudanças climáticas ameaçam produção na China

Dezenas de milhões de agricultores no norte e nordeste da China poderiam enfrentar drásticas perdas de renda em decorrência das mudanças climáticas, que provavelmente amplificarão as secas, já problemáticas, nessas regiões, segundo novo estudo da empresa de consultoria McKinsey. Até 35 milhões de produtores poderão perder mais de 50% de sua renda, se não forem tomadas medidas para que as regiões se preparem para o impacto do aumento das temperaturas, de acordo com o relatório.

O norte e o nordeste da China têm algumas das principais áreas de plantio de grãos do país e formam a espinha dorsal do gigantesco setor agrícola chinês. Neste ano, no entanto, enfrentaram algumas das piores secas em meio século. O estudo, mais recente de uma série de alertas severos sobre os possíveis impactos das mudanças climáticas na China, enfatiza por que o governo federal em Pequim começou a dar passos decisivos no último ano para restringir o crescimento das emissões de gás carbônico no país.

O estudo, intitulado “From bread basket to dustbowl?” (algo como, “Do cinturão de grãos ao cinturão de tempestades de areia?”, em inglês), foi elaborado em colaboração com a comissão de reforma e desenvolvimento nacional, principal órgão de planejamento da China, e a Academia de Ciências Agrícolas da China. Reportagem de Geoff Dyer, Financial Times, de Pequim.

O norte do país está menos exposto aos riscos das mudanças climáticas porque os governos locais já tomaram medidas para limitar o impacto de secas persistentes, segundo o relatório. As perdas no nordeste, mesmo em cenários moderados de mudanças climáticas, poderiam aumentar 50%. “O nordeste já está em estado crítico”, disse Martin Joerss, principal autor do estudo e sócio da McKinsey, em Pequim. “Está muito exposto a mais mudanças no clima.”

A McKinsey estima que a China precisará investir 25 bilhões de yuans (US$ 3,7 bilhões) anuais até 2030 para reduzir o impacto das secas, incluindo gastos em irrigação, tecnologia de sementes, conservação de solo e reservatórios. Embora tais medidas possam prevenir até metade da perda, a China também precisaria ampliar os serviços de seguros agrícolas, que cobrem apenas 25% dos agricultores.

Wu Changhua, especialista em políticas de mudanças climáticas na China e diretora do gabinete chinês da organização sem fins lucrativos The Climate Group, disse que Pequim estuda anunciar em Copenhague a data em que as emissões do país chegariam a seu pico. A maioria dos assessores do governo sugeriu datas entre 2030 e 2040 como uma meta viável.

A China também deverá apresentar em Copenhague sua meta de intensidade de carbono, nome dado ao volume de emissões produzido por unidade de produção econômica. De acordo com Wu, o governo estuda anunciar uma meta de redução de 40% na intensidade de carbono até 2020.

Reportagem [China farmers face climate woes] do Financial Times, no Valor Econômico.

EcoDebate, 03/12/2009

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