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Estudo da USP sugere que distribuição de leite ajuda crescimento de crianças

leite
Melhores resultados do projeto se dão com as crianças em pior estado nutricional

O Projeto de distribuição de leite do Estado de São Paulo, Vivaleite, é efetivo na melhora do peso das crianças atendidas. Cerca de 60% das crianças que ingressaram no projeto com baixo peso, ou risco de baixo peso se aproximaram do peso normal após 4 meses de atendimento. Uma pesquisa de doutorado da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP comparou durante cinco anos os dados de peso e idade das crianças ao ingressarem e depois de atendidas pelo projeto no interior do Estado.

O Vivaleite atende famílias de baixa renda que tenham crianças com idade entre 6 meses e 6 anos e 11 meses, e idosos acima de 60 anos, e é gerido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. O leite distribuído no projeto é fortificado com ferro e vitaminas A e D. O peso e a altura das crianças são coletados a cada quatro meses e a nutricionista responsável pela pesquisa, Rosângela Aparecida Augusto, usou os dados de peso para avaliar a efetividade do projeto.

Rosângela trabalha no Vivaleite desde o ano 2000. Desde então ela sentia a necessidade de avaliar o estado nutricional das crianças beneficiárias do Projeto e se essa política pública produzia efeitos na saúde da criança. Ela usou os dados das fichas de 25.433 crianças do programa com idade entre 6 a 24 meses que ingressaram entre 2003 a 2008, em 311 municípios do Estado.

Análise
Para analisar essa quantidade imensa de dados, ela usou os índices de peso para idade das crianças (conhecido na área como “Escore z Peso/idade”). Com esses índices em mãos, ela avaliou se as crianças tinham o peso saudável para a idade e dividiu as crianças em: ingressantes sem comprometimento de peso para idade (ISCP); ingressantes com risco de baixo peso (IRBP); e ingressantes com baixo peso (IBP).

A nutricionista avaliou a evolução do peso das crianças nas medições que são feitas a cada quatro meses e também comparou as crianças que já estavam no Projeto com as que acabavam de ingressar. “Nós temos crianças que entram no Projeto com diversas idades, isso me ajudou a comparar crianças de mesma idade expostas e não expostas ao Vivaleite e, desta forma, controlar o efeito próprio da idade na melhora nutricional”, explica Rosângela.

Os resultados da análise apontaram que o Vivaleite é “efetivo no crescimento de crianças menores de 2 anos, uma vez que crianças expostas ao programa (participantes) apresentam maiores médias entre peso e idade do que crianças não expostas (ingressantes)”, diz a nutricionista. Ela afirma que se surpreendeu com o fato de que o maior efeito do programa se deu entre as crianças que ingressam em piores condições nutricionais. “Eu não imaginava que iria encontrar esse resultado”, diz Rosângela. Outro dado da pesquisa foi que os melhores resultados se dão nos primeiros 4 meses de atendimento.

A tese de doutorado “Avaliação da efetividade de programa governamental de distribuição de leite fortificado no crescimento de crianças de 6 a 24 meses de famílias de baixa renda, residentes no interior do Estado de São Paulo” foi orientada pelo professor José Maria Pacheco de Souza, da FSP.

Mais informações: email rosangela{at}codeagro.sp.gov.br, site http://www.codeagro.sp.gov.br/vivaleite/vivaleite.php?pg=1#

Reportagem de Beatriz Flausino, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 27/10/2009

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