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Portugal cria rede nacional para abastecer carros elétricos

Ponto de abastecimento Mobi-e
Ponto de abastecimento Mobi-e. Foto divulgação.

Vinte e cinco municípios portugueses assinaram nesta segunda-feira, em Santarém, com a Inteli, Inteligência e Inovação, um contrato que visa a criação da primeira rede portuguesa de carregamento de veículos elétricos, um sistema que os envolvidos querem que seja “exportável”.

José Rui Felizardo, presidente da Inteli, disse à Agência Lusa que a assinatura do contrato com os municípios coincidiu com a criação do Rener, um laboratório vivo de energias renováveis, que se integra na Rede Europeia de Living Labs, dando expressão internacional ao modelo e à tecnologia desenvolvida em Portugal por um consórcio de tecnológicas.

O consórcio, que junta a EFACE, a Novabase e a Critical Software, tem já um protótipo pronto a “passar à fase de produção, em condições de se poder posicionar rapidamente, não só no mercado nacional, mas sobretudo no internacional”, disse.

José Felizardo destacou a possibilidade de o sistema que está sendo desenvolvido “poder incorporar outros produtores de tecnologia que venham a querer desenvolver as suas soluções em Portugal, dentro dos requisitos dos sistema e na ótica da universalidade dos serviços”.

O presidente da Inteli citou o pioneirismo do modelo português – designado por Mobi-e -, já que vai ser o primeiro a nível mundial a permitir que o proprietário de um veículo elétrico (VE) possa circular por todo o país, graças à rede de postos de abastecimento que o acordo hoje assinado entre os municípios vai permitir criar, o que só é possível dada a dimensão de Portugal continental.

Aderiram à rede piloto do Mobi-e os municípios de Santarém, Sintra, Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Loures, Cascais, Braga, Almada, Guimarães, Coimbra, Leiria, Viseu, Setúbal, Viana do Castelo, Aveiro, Torres Vedras, Faro, Évora, Castelo Branco, Guarda, Beja, Portalegre, Bragança e Vila Real.

Para José Felizardo, o conjunto de incentivos criado pelo Governo tem a ver com o risco do projeto, já que numa primeira fase não haverá massificação que “permita começar logo com o sistema em fase cruzeiro”.

Em 2010 deverão estar instalados 320 postos de carregamento, sendo objetivo a existência de 1.350 em 2011, afirmou, frisando que a tecnologia que está sendo desenvolvida visa ser “colocada em qualquer cidade do mundo”.

Segundo disse, há já contatos em curso com a Espanha e o Brasil para a internacionalização do modelo.

José Felizardo destacou ainda a possibilidade que o sistema oferece de, “a partir 2013, 2014 ou 2015”, os veículos poderem também vender energia à rede, por terem uma bateria integrada de acumulação de energia.

“Pode carregar-se à noite e vender energia de dia, na altura de pico, contribuindo para a estabilização da rede”, disse, adiantando que isso é válido tanto para as eólicas como para as fotovoltaicas.

A universalidade da rede permite a utilização do mesmo cartão em todo o país, o carregamento dos veículos de várias marcas e o fornecimento de energia por diferentes empresas de comercialização de eletricidade, disse.

Além das questões de natureza ambiental e de cumprimento dos compromissos de Quioto, a introdução do veículo elétrico vai permitir uma redução de custos para o usuário.

“Estamos a falar de valores quatro vezes mais baixos que os normais de uma motorização convencional”, afirmou.

Reportagem da Agência Lusa, publicada pelo EcoDebate, 22/09/2009

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