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Embrapa avalia o impacto ambiental da cadeia produtiva de canola

Canola. Foto de Nilton Bustão
Canola. Foto de Nilton Bustão

Na terça-feira (29) a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e a Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) realizam treinamento em ferramentas de avaliação de impacto socio-ambiental da cadeia produtiva da canola para obtenção de biocombustíveis em Passo Fundo.

Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo Gilberto Tomm, devido ao elevado teor de óleo nos grãos da canola – cerca de 38% – e pelo teor de proteínas no farelo, a cultura representa importante insumo para produção de ração animal, além de ser uma forte opção de cultivo para fins agro-energéticos.

Outra vantagem apontada pelos especialistas, explica o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Cláudio Buschinelli “é a possibilidade de rotação no inverno ou na primavera, de acordo com cada região do Brasil, já que variedades resistentes estão sendo introduzidas no Centro-Oeste como alternativa para a safrinha”. Com estas características, acrescenta, sua produção tende a aumentar, tanto pelos incentivos do Governo Federal por meio do Programa Biodiesel, principalmente para pequenos produtores familiares, disponibilidade de melhores variedades e práticas de manejo, como pela maior oferta de conhecimento e tecnologias mais adequadas, como o Zoneamento Agrícola da Canola para os estados do Sul.

A política pública brasileira de incentivo à produção de biocombustíveis a partir de oleaginosas tem apresentado distintos resultados de acordo com as particularidades regionais e principalmente pela matéria-prima utilizada no processo.

Entretanto, questões importantes relacionadas ao fato da canola poder competir com alimentos como trigo em regiões de clima temperado, a excelência na qualidade de seu óleo para fins alimentares e, consequentemente maior preço de mercado, têm sido levantadas como possíveis entraves para o setor agroenergético ao longo prazo.

Por isso, acredita Buschinelli, “é importante capacitar parceiros e representantes dessa cadeia produtiva nas questões relacionadas aos impactos ambientais decorrentes da geração de biodiesel”.

Sistema Eco-cert.Rural

No treinamento serão discutidas a realidade e as perspectivas do cultivo da canola no Brasil, os componentes ambientais do Projeto Biodiesel da Embrapa, métodos de avaliação de impacto e de gestão ambiental de atividades rurais e práticas de avaliação socio-ambiental da cadeia produtiva da canola na Região Sul.

Seguindo a mesma sistemática já adotada em outras regiões, será apresentado o Sistema Eco-cert.Rural (Sistema Base de Eco-certificação de Atividades Rurais), que vem sendo utilizado para avaliação de impacto socio-ambiental das cadeias produtivas de outras oleaginosas avaliadas pelo projeto.

O objetivo é reunir em um painel os principais representantes da cadeia produtiva da canola para geração de biodiesel (produtores rurais, pesquisadores, agentes de desenvolvimento, agroindústria, dentre outros), para uma consulta sobre os impactos da atividade em componentes e indicadores das dimensões social, econômica e ecológica contidos no Sistema Eco-cert.Rural.

“O registro dessas informações e sua integração com os resultados de outros estudos conduzidos pelo Projeto Biodiesel da Embrapa, que se encerra neste ano, poderão auxiliar na proposição de políticas públicas, bem como em modificações de cunho estratégico para a sustentabilidade da cadeia produtiva da canola para produção de biodiesel”, informa Buschinelli.

* Texto de Cristina Tordin, Embrapa Meio Ambiente, publicado pelo EcoDebate, 12/09/2009

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