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Artigo

A água e o lixo, artigo de Aroldo Cangussu

A água e o lixo

[EcoDebate] Pode não parecer, mas todo o lixo que produzimos, se não bem cuidado pode acarretar sérios problemas para a água existente na natureza.

Cada brasileiro produz, em média, 700 g de lixo por dia, podendo chegar a muito mais. Todos geram algum tipo de resíduo, mas alguns geram mais que outros, dependendo de seu estilo de vida e de seu grau de conscientização a respeito desse assunto.

A maior parte do lixo é orgânica: cascas de frutas e legumes, restos de comida, podas de jardim e outras. Tudo isso pode ser transformado em adubo ou composto, mas, na maioria das vezes, é jogado fora da casa, transportado até lixões e acaba contaminando as águas, pela infiltração do chorume (líquido negro) gerado em sua decomposição.

No Brasil, das 125 mil toneladas de lixo anualmente, 76% vai parar nos lixões a céu aberto, contaminando o meio ambiente e prejudicando a saúde pública. Muitas vezes, a chuva leva parte dos resíduos para os córregos ou nascentes.

Parte desses resíduos poderia ter sido vendida para indústrias que reciclam papel, alumínio, plástico, vidro, metais e alguns outros materiais. Parte poderia ter sido transformada em belos artesanatos ou utensílios domésticos. E ainda outra parte poderia ter sido evitada, se as pessoas usassem menos produtos descartáveis e evitassem tantas embalagens quando fazem suas compras. Parte poderia se tornar adubo orgânico.

Uma tonelada de papel reciclado evita o corte de cerca de 20 árvores, economiza oito mil litros de água e ainda sobra em torno de três metros cúbicos de espaço disponível nos aterros sanitários para outros resíduos, ao longo do tempo. Um quilo de vidro reutilizado evita a extração de seis quilos de areia dos rios e a energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante quatro horas. Ou seja, quando uma pessoa cuida do lixo de sua casa, está cuidando das águas de seu município, tanto em termos de qualidade, quanto em termos de quantidade, deixando bastante para seus filhos.

A água que sai das casas pelos ralos e vasos sanitários geralmente vai para os córregos ou rios, porisso a poluição das águas tende a aumentar cada vez que alguém joga alguma substância tóxica na pia ou vaso sanitário – venenos, remédios, detergentes, restos de comida e muito mais.

Procure, caro leitor, saber o número telefônico do serviço de abastecimento de sua cidade para informar vazamentos que observar em espaços públicos. Essas perdas afetam todos os moradores, tanto pela possível falta de água nas residências, quanto pelo custo final. Além disso, sabe-se que na distribuição local de água existem perdas consideráveis devido a grandes fugas nas canalizações principais e nas ligações clandestinas.

Aroldo Cangussu
Coordenador Adjunto do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica

EcoDebate, 03/09/2009

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4 thoughts on “A água e o lixo, artigo de Aroldo Cangussu

  • 5 DE JUNHO – DIA MUNDIAL DO MEIO-AMBIENTE

    LIXO É CARTÃO DE VISITA DAS CIDADES

    O maior problema ambiental das cidades no mundo é o lixo. Quando se trata das cidades brasileiras, a situação piora. Nas capitais o volume de lixo jogado nas ruas mostra a educação do nosso povo com o meio ambiente. Nas cidades do interior onde não existem lixeiras suficientes para o descarte do lixo e os serviços de limpeza urbana são falhos e aterros sanitários não existem, a população joga o lixo na natureza achando que os ventos e chuvas destruirão a sujeira… Uma das imagens mais comuns no Brasil, são os lixões nas entradas e saídas das cidades…A tal ponto de nem precisarmos mais consultar as placas das BRs para sabermos se estamos próximos de alguma “civilização” … Basta observarmos um lixão.Pronto: estamos entrando em uma cidade brasileira. Hoje em vez das placas de boas vindas nas entradas das cidades, o lixo e urubus nos recepcionam primeiro. É uma vergonha. Até nos locais que deveria ensinar sobre preservação do meio-ambiente, nota-se a falta de educação, na maioria das escolas, o pátio é depósito de papeis e embalagens plásticas e lixeira é artigo de luxo…
    Como se não bastasse a poluição dos resíduos sólido, o desmatamento da Amazônia Legal mostra que foram destruídos 57 quilômetros quadrados em março e 121 quilômetros quadrados em abril deste ano, e as madereiras do Pará há muito desembarcaram no Maranhão e barganham água potável por madeiras em um município do sul estado.
    Como resposta, a natureza avança o leito dos rios que alagam cidades e plantações. E quando a natureza cansada tira um cochilo, o homem volta e continua a destruí-la.

    Leo Lasan

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