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O branco ecológico, tetos ‘frios’ em lugares quentes ajudam a economizar energia

Telhado branco na residência de Jon Waldrep, em Sacramento, Califórnia
Telhado branco na residência de Jon Waldrep, em Sacramento, Califórnia. Foto de Jim Wilson/The New York Times

Depois de um longo dia de trabalho no verão, ao voltar para sua casa em Sacramento, na Califórnia, Jon e Kim Waldrep sempre se deparavam com um muro de calor. “Quando chegávamos em casa no verão, ela estava a 46°C, sufocante”, disse Waldrep, diretor regional de uma empresa nacional.

Isso mudou no mês passado. “Agora, chegamos em casa em dias quando lá fora faz 37°C, e a casa está a 27°C”, disse Waldrep.

Sua solução foi um novo telhado: uma cobertura branca plastificada que, segundo especialistas, não apenas poupa energia como também ajuda a resfriar o planeta. Reportagem de Felicity Barringer, do The New York Times.

Contando com o princípio básico de que os objetos brancos absorvem menos calor que os escuros, proprietários de casas como Waldrep estão na vanguarda de um movimento que adota os ‘telhados frios’ como uma arma acessível contra a mudança climática.

Estudos mostram que os tetos brancos reduzem o gasto com ar-condicionado em 20% ou mais no clima quente. O menor consumo de energia também significa menos emissões de dióxido de carbono (CO2), que contribuem para o aquecimento global.

Art Rosenfeld, membro da Comissão da Energia da Califórnia que faz campanha pelos tetos frios desde a década de 1980, afirma que transformar todos os telhados do mundo em frios nos próximos 20 anos poderia poupar o equivalente a 24 milhões de toneladas em emissões de CO2.

“Isso foi o que o mundo inteiro emitiu no ano passado”, disse Rosenfeld. “Então, em certo sentido, é como desligar o mundo inteiro durante um ano.”

De Dubai a Nova Déli a Osaka, tetos reflexivos foram adotados pelas autoridades para reduzir os custos energéticos. Nos EUA, são um equipamento padrão há uma década nas lojas Wal-Mart.

Mas o fervor dos defensores dos tetos frios provocou uma certa reação. Alguns arquitetos e especialistas em coberturas afirmam que eles não levam em conta as diferenças climáticas ou as complexidades da construção de telhados. Em climas mais frios, segundo eles, os tetos reflexivos podem representar contas de aquecimentos mais altas.

Cientistas admitem que os custos extras de calefação podem superar a economia em ar-condicionado nos climas mais frios.

Diferentemente de soluções de alta tecnologia para reduzir o consumo de energia, como diodos emissores de luz, os telhados brancos têm uma história longa e humilde. As casas em lugares quentes são pintadas de branco há séculos.

Hashem Akbari, colega de Rosenfeld no Laboratório Lawrence Berkeley, diz que não tem certeza de quanto tempo levará para que os tetos frios realmente sejam adotados. Mas indica que a maioria dos telhados, sejam de telhas ou lâminas de asfalto, têm uma duração média de 20 a 25 anos.

Se os cerca de 5% de telhados que são substituídos a cada ano receberem cores frias, disse Akbari, a transformação nos Estados Unidos estaria concluída em duas décadas.

Reportagem [White Roofs Catch On as Energy Cost Cutters] do New York Times, na Folha de S.Paulo.

EcoDebate, 02/09/2009

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