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China critica postura dos países desenvolvidos na emissão de gases

poluição - emissão de gases

O responsável chinês pelas negociações sobre as alterações climáticas afirmou nesta segunda-feira que a postura da China – o maior emissor mundial de gases poluentes – ainda está longe dos países desenvolvidos, os quais acusou de “falarem muito e fazerem pouco”.

Xie Zhenhua vai liderar a delegação chinesa no encontro em Copenhague, Dinamarca, em que a comunidade internacional tentará ratificar um novo acordo climático pós-Quioto. Zhenhua assegurou que as negociações são um “combate de luta livre” das quais depende o futuro do ambiente, mas também o desenvolvimento econômico dos países ricos face os pobres.

O ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, principal órgão de planejamento econômico da China, lamentou que as nações desenvolvidas “enfatizem os problemas climáticos e tirem importância ao desenvolvimento econômico”, querendo estabelecer responsabilidades iguais para todos os países seja qual for o seu nível de desenvolvimento.

À luz do Protocolo de Quioto, cuja vigência termina em 2012, a China não está obrigada a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE), mas nações como os Estados Unidos têm pressionado o gigante asiático e outras nações emergentes, como Índia e Rússia, a assumirem maiores responsabilidades ambientais no futuro acordo climático.

Xie Zhenhua considerou que as nações desenvolvidas “falam muito e fazem pouco” na hora de adaptar o mundo ao fenômeno climático, acusando-as de não transferirem para países em desenvolvimento tecnologia que lhes ajude a poluir menos.

Zhenhua lembrou que os países desenvolvidos são “os principais responsáveis pelos problemas climáticos atuais”, situação que resultou da “falta de restrição nas emissões durante os seus respectivos processos de industrialização”.

A China defende que os países em desenvolvimento não podem ser obrigados internacionalmente a adotar um futuro acordo sobre o clima sem que desenhem primeiro as suas políticas internas de redução de emissões.

“Nós, os países em desenvolvimento, insistimos em que os desenvolvidos liderem a responsabilidade de reduzir as suas emissões e apoiem os menos desenvolvidos com fundos e tecnologia”, salientou o responsável chinês.

Mesmo assim, Xie Zhenhua garantiu que a China vai participar do encontro das Nações Unidas sobre as alterações climáticas de Copenhague “com sinceridade” e tentando cooperar ao máximo para que se alcance um acordo climático bem-sucedido.

A China continua dependente do carvão, fonte de energia altamente poluente. Segundo dados internacionais, só este país asiático foi responsável por 58% do aumento das emissões mundiais de GEE entre 2000 e 2006.

Apesar de a China ser, atrás dos EUA, o maior poluidor do mundo, o fato de ter cerca de 1,3 bilhão de habitantes faz com que as emissões de GEE per capita sejam inferiores a países como a Austrália.

Os EUA são responsáveis por um quarto do total das emissões globais de GEE a partir da produção de eletricidade, seguidos pela China (2,4 milhões de toneladas), Rússia (600 milhões) e Índia (529 milhões).

Nota do EcoDebate: a posição chinesa, historicamente apoiada pelo Brasil e Índia, certamente reforçará o impasse previsto para a reunião da ONU em Copenhague, tendo em vista que, atualmente, a China é o maior emissor global de CO2. A título de demonstração sugerimos que leiam a matéria “Estudo demonstra que a emissão de CO2 de 3 termelétricas chinesas supera o Reino Unido“.

Reportagem da Agência Lusa, publicada pelo EcoDebate, 25/08/2009

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