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Notícia

Países desenvolvidos concordam em reduzir emissões de carbono em até 80%. Países em desenvolvimento permanecem céticos

poluição

O G8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia) firmou um acordo para reduzir em até 80%, até 2050, as emissões de dióxido de carbono. O objetivo é impedir que a temperatura global cresça mais de 2ºC.

As nações mais ricas do planeta, reunidas em L’Aquila, centro da Itália, decidiram reduzir pela metade suas emissões de gases de efeito estufa até 2050 em relação ao ano de 1990, “ou a anos mais recentes”, e diminuir em 80% as emissões das nações industrializadas, para limitar o aquecimento global em 2ºC, segundo a declaração final da reunião de cúpula. Matéria da Folha Online

Isso deixa a porta aberta aos Estados Unidos, que se comprometeram com reduções de mais de 80% de suas emissões até 2050, mas em comparação com 2005. A diferença é significativa: desde 1990, as emissões de carbono dos Estados Unidos cresceram 23%.

Mudança

O texto estipula logo depois que “os níveis de referência podem variar” sendo necessário “que os esforços empreendidos sejam comparáveis”. É a primeira vez que o G8, que conta, agora, com a participação do presidente americano Barack Obama, chega a um acordo para máximo de 2ºC no aquecimento, já aprovado por mais de uma centena de países, entre eles a União Europeia.

É também a primeira vez que este grupo –que representa 13% da população e 40% das emissões mundiais– adota um objetivo para apenas as nações industrializadas, consideradas “poluidoras históricas” da atmosfera.

Para especialistas no clima, o acordo é importante porque obriga os países a fazerem algo sobre o assunto. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, classificou como “histórico” o consenso, enquanto Angela Merkel, a chanceler alemã, afirmou que se trata de “um claro passo adiante”.

“Depois de uma longa disputa, todas as nações do G8 finalmente aceitaram a meta dos 2ºC, Dos Estados Unidos ao Japão e a Europa, todos aceitaram esse objetivo”, afirmou Merkel.

Hoje, durante uma reunião para discutir o tema, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que havia um acordo sobre mudança climática entre os membros do bloco, integrado por Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Canadá e Rússia.

Berlusconi acrescentou que amanhã, quando os membros do G8 se reunirão com os G5 (Brasil, México, Índia, China, África do Sul) mais o Egito (convidado especial da Itália), será verificada a disponibilidade da China e da Índia aderirem ao acordo, já que os dois países são um dos maiores emissores de poluentes.

A 35ª Cúpula do G8, que foi iniciada hoje e ocorre até a próxima sexta-feira na cidade italiana de L’Aquila, tem o objetivo de discutir os problemas mundiais, como a crise econômica, as mudanças climáticas e a não proliferação nuclear.

Com Ansa, France Presse e Associated Press

Apesar do G8, países em desenvolvimento permanecem céticos sobre acordo climático

O G8 (grupo dos sete maiores economias do mundo e a Rússia) concordou nesta quarta-feira (8) em tentar limitar o aquecimento global em 2ºC e cortar as emissões de dióxido de carbono em até 80% até 2050, mas fracassou em persuadir China e Índia a adotarem medidas semelhantes. A medida foi adotada durante reunião do G8 em L’Aquila, centro da Itália. Da Reuters, L’Aquila

A decisão foi tomada apenas cinco meses de uma convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) em Copenhague, em que se espera chegar a um acordo sobre o clima que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Organizações ambientais afirmam que o G8 deixou muito trabalho a ser feito e se esquivou em questões importantes.

A temperatura média do planeta já cresceu 0,7ºC desde a revolução industrial, há cerca de 150 anos, em razão do aumento no uso dos combustíveis fósseis.

China e Índia resistem a se comprometer com uma meta global de redução de emissões para 2050 –países em desenvolvimento pedem que as nações ricas adotem objetivos mais no curto prazo. E, apesar de essas metas terem sido adotadas pela primeira vez por Estados Unidos, Rússia, Japão e Canadá, já haviam sido estabelecidas por países da União Europeia há mais de uma década.

O G8 também não estabeleceu um ano-base para essa redução de 80% das emissões –afirma apenas que a comparação é “entre 1990 ou anos mais recentes”, o que significa que a meta está sujeita a interpretações. O grupo também apoiou a criação de um mercado de créditos de carbono e um fundo financiado pelos países ricos para financiar esse tipo de tecnologia, mas o valor é menor que os US$ 100 bilhões defendidos pelo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e organizações ambientalistas.

“Apesar de ter concordado em manter o máximo do aumento de temperatura em 2ºC, sem um plano claro, recursos e metas sobre como fazer isso, os líderes do G8 não vão ajudar a resolver o impasse nas negociações sobre clima na ONU”, afirma Tobias Muenchmeyer, conselheiro do Greenpeace para política internacional.

Nesta quinta-feira, um grupo dos 17 principais emissores globais de gases do efeito estufa se reúne, durante a cúpula do G8, para tentar destravar as negociações. Delegados afirmam que a ausência do líder chinês Hu Jintao, que voltou a seu país em razão de conflitos internos, deixa menos espaço para um acordo.

“A China não está lá, então eles não podem ir a lugar algum: não haverá acordo amanhã. Isso nos levará novamente a uma reunião do G20 (principais países desenvolvidos e em desenvolvimento) quando a China estiver presente”, afirmou um delegado envolvido nas negociações.

[EcoDebate, 09/07/2009]

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