EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

SC: Itaiópolis é a 2a colocada no ranking das cidades que mais desmatam a mata atlântica no País

O “Atlas dos Remanescentes Florestais” posiciona a cidade catarinense atrás apenas de Jequitinhonha, em Minas Gerais, que teve quase 700 hectares a mais de área destruída. Foto:Jessé Giotti
O “Atlas dos Remanescentes Florestais” posiciona a cidade catarinense atrás apenas de Jequitinhonha, em Minas Gerais, que teve quase 700 hectares a mais de área destruída. Foto:Jessé Giotti

A estimativa é de que 1.806 hectares (cerca de 1.806 campos de futebol) tenham sido devastados em três anos

Uma fotografia capturada a 778 quilômetros de distância da Terra está manchando a história de Itaiópolis, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes localizada no Planalto Norte de Santa Catarina. O município já foi considerado um paraíso por ter a maior cobertura de mata atlântica do Estado, mas sua imagem foi ofuscada por buracos gigantescos que o deixaram na posição de vice-campeão nacional de desmatamento. Matéria de Amanda Miranda, do A Notícia, SC, 21/06/2009.

A estimativa é de que 1.806 hectares (cerca de 1.806 campos de futebol) tenham sido devastados em três anos. O título não orgulha nem o poder público nem os habitantes de Itaiópolis. Os dados foram divulgados no fim de maio por um estudo feito em parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Organização Nãogovernamental SOS Mata Atlântica, mas o número é contestado pela Prefeitura e pelos órgãos de fiscalização ambiental. 

O levantamento é feito via satélite e compara imagens obtidas em 2005 com as registradas no ano passado. O “Atlas dos Remanescentes Florestais” posiciona a cidade catarinense atrás apenas de Jequitinhonha, em Minas Gerais, que teve quase 700 hectares a mais de área destruída. Nos dados levantados por Estado, Santa Catarina também alimenta uma posição de deixar pessimista qualquer morador: desmatou 25.953 hectares, ocupando a mesma segunda posição de Itaiópolis no ranking municipal.

As imagens via satélite registram uma realidade diferente da que é vista a olho nu. De perto, Itaiópolis se assemelha a qualquer cidade do interior: vocação rural, moradores pacatos e um território amplo a ser explorado. As áreas de reflorestamento também formam uma paisagem bastante comum na região, que abastece indústrias madeireiras e de papel e celulose instaladas pela região. Apesar disso, é nas propriedades rurais que o desmatamento tem aumentado nos últimos anos. A estimativa é de que cerca de 80% da população sobreviva da agricultura, percentual formado, principalmente, por pequenos produtores.

Por conta disso, é comum que a lenha gerada pelo corte das árvores abasteça fornos de carvão e sirva para a secagem do fumo, principal produto local. Outro fato que favorece o desmatamento é a necessidade de expansão das lavouras. As famílias crescem e se veem obrigadas a adquirir lotes e a incrementar a produção. Como boa parte da cidade é coberta pelo verde, avançar a área de cultivo é admitir o risco de ser punido por crime ambiental. O novo cenário gera um problema social que Itaiópolis ainda não sabe como resolver.

LEIA TAMBÉM

Três anos sem liberar licença
Agricultor diz estar sem terra para expandir
“Falhas” no Atlas
Mesa do promotor está cheia de processos
Em defesa dos agricultores
Ainda há florestas preservadas
Eles são os guardiões do verde

A NOTÍCIA

** Enviada por Germano Woehl Jr.

[EcoDebate, 22/06/2009]

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta que envie um e-mail para newsletter_ecodebate-subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.