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Como adaptar a produção agrícola ao visível e anunciado aquecimento global?

TECNOLOGIAS EMPREGADAS PELA EMBRAPA POSSIBILITAM AGRICULTURA MAIS RESISTENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS – Uma equipe de 70 pesquisadores, 12 bolsistas e 25 instituições de pesquisa se empenha em desenvolver um projeto que tem por objetivo organizar e disponibilizar a informação que atenda a demanda de outros pesquisadores , produtores e público em geral. A equipe é liderada pelo engenheiro agrícola, Eduardo Delgado Assad, que chefia a Embrapa Informática Agropecuária, na coordenação de 24 projetos. Um dos projetos destaca os impactos sofridos pela agricultura nos próximos 100 anos. Adotou-se como tecnologia o zoneamento agrícola de riscos climáticos para minimizar os impactos sofridos na produção agrícola quanto ao surgimento de doenças, e o adequado controle. Matéria de Ana Lúcia de Moura Fé, Revista Info Exame, de março de 2009.

A Embrapa e outros institutos têm simulações feitas para 5.600 municípios já aplicadas a diferentes culturas. Como hipótese foram criados dois cenários: um pessimista e outro otimista, em que as oscilações de temperatura para o primeiro caso varia entre 2ºC e 5,4 º C e, no segundo caso, entre 1,4 º C e 3,8 º C. Com o naipe de temperaturas projetadas foi possível prever o que acontecerá em 2010, 2020, 2050 e 2070, quando está prevista uma escalada da temperatura até 2100. Matéria da Revista Info Exame – março de 2009.

A metodologia baseou-se na modelagem matemática para calcular os efeitos do aquecimento e as conseqüentes perdas econômicas de nove diferentes culturas, quais sejam: café, algodão, arroz, cana – de – açucar, feijão, girassol, mandioca, milho e soja. Já foi disponibilizado o diagnóstico on-line de doenças do milho.

Vinte e cinco computadores trabalharam em tempo integral durante 120 dias. A idéia é que os resultados obtidos sejam transferidos para um supercomputador para facilitar o acesso a todos os dados. O estudo permite obter as projeções e o impacto econômico, custos e tempo necessário às modificações e adaptações genéticas de uma planta com as garantias que ela possa suportar o aumento da temperatura. A Embrapa é reconhecidamente o celeiro de tecnologias empregadas no campo. Detém grande conhecimento tecnológico em agricultura tropical podendo atuar de forma eficiente na minimização dos efeitos provocados pelo aquecimento global. Segundo Assad, a Embrapa já tem disponível uma tecnologia de mistura de café mais resistente ao aumento da temperatura.

A principal ferramenta para os agricultores tem sido o software Diagnose Virtual desenvolvido pela empresa e destinada a identificar as doenças surgidas no novo contexto do aquecimento global via web. Os inputs são os sintomas e os outputs são as medidas de controle associadas. É previsto que as informações possam ser obtidas futuramente através de celulares e laptops. A Embrapa disponibiliza seus conhecimentos através do “ Repositório Digital da Embrapa “ – RDE, que armazena mais de 500.000 títulos, sobre agricultura, com a apresentação dos textos originais. O RDE é um software livre assim como são os aplicativos usados nos escritórios da Embrapa.

Aí está um exemplo a ser replicado por outros setores da economia para fazer frente às conseqüências do aquecimento global visível e já antecipado pelos pesquisadores de todo o mundo. Mãos à obra !

* Matéria Revista Info Exame, enviada por Carol Salsa, colaboradora e articulista do EcoDebate

[EcoDebate, 20/04/2009]

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