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Rio de Janeiro começará, em janeiro, a recuperação dos canais do Cunha e do Fundão

Canal do Cunha. Marilena Ramos, secretária do Ambiente e Luis Firmino, presidente da Serla. Fotógrafo: Ignácio Ferreira Fonte: Subsecretaria de Comunicação Social - RJ
Canal do Cunha. Marilena Ramos, secretária do Ambiente e Luis Firmino, presidente da Serla. Fotógrafo: Ignácio Ferreira Fonte: Subsecretaria de Comunicação Social – RJ

Canal do Cunha, na Avenida Brasil. Fotógrafo: Ignácio Ferreira.  Fonte: Subsecretaria de Comunicação Social - RJ
Canal do Cunha, na Avenida Brasil. Fotógrafo: Ignácio Ferreira. Fonte: Subsecretaria de Comunicação Social – RJ

Uma dos mais graves passivos ambientais do estado começa a ser solucionado definitivamente em janeiro: a despoluição dos canais do Fundão e do Cunha e do seu entorno. A obra, sob a responsabilidade da Secretaria Estadual do Ambiente, terá recursos de R$ 185 milhões, da Petrobras, e será realizada pela empresa Queiroz Galvão.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (22/12) pelo ministro do Meio Ambiente,Carlos Minc, e pelo subsecretário estadual do Ambiente, Antonio da Hora – que representou a secretária Marilene Ramos -, em coletiva à imprensa. Além de recuperar uma região bastante degradada, a dragagem também irá reduzir as enchentes causadas pela elevação do Rio Faria Timbó.

Segundo Minc, a recuperação dos canais do Cunha e do Fundão constitui a primeira medida do Plano Brasileiro de Mudanças Climáticas lançado pelo Ministério do Meio Ambiente, na semana passada, na Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, na Polônia.

– Essa medida é uma adaptação às conseqüências geradas pelas mudanças climáticas, como a elevação do nível do mar. Essa área é afetada pelas enchentes porque o aterro antigo da Ilha do Fundão impediu a circulação de água. A obra permitirá solucionar este fato, reduzindo significativamente as enchentes provocadas pela elevação do rio Faria Timbó – disse o ministro.

A obra, explicou o subsecretário Antônio da Hora, deverá ser concluída em dois anos e abrangerá o desassoreamento dos canais, facilitando a circulação de água. Serão dragados 2 milhões e 200 mil metros cúbicos de material em uma área de 6,5 km de extensão. O lodo a ser retirado possui aproximadamente quatro metros de altura, a partir do nível da água.

O projeto também compreenderá urbanismo e saneamento do Fundão e o reforço nas pontes. A Petrobras também financiou, com recursos de R$ 2 milhões, o projeto-executivo da obra e o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental).

Antes da obra, a UFRJ efetuou um estudo detalhado do solo e análise dos sedimentos em 107 pontos da região e constatou a presença de metais pesados como mercúrio, chumbo, cádmio, antimônio e outros metais. A camada contaminada com metais pesados passará por um processo de separação de areia para tratamento. Após esse procedimento, os sedimentos restantes serão dispostos em cápsulas de geotextil, para drenagem de líquido. A água, completamente limpa, retornará para a Baía de Guanabara.

– Esses bolsões geotextil serão dispostos no solo em uma área de aproximadamente 9 km de extensão. Mas, antes, o solo passará por um processo de impermeabilização. Sobre essa área, faremos a urbanização. Esse material é extremamente seguro, não oferecendo portanto qualquer perigo ao meio ambiente e também para a saúde da população. O material que não estiver contaminado com metais pesados, será disposto em alto mar, em local licenciado. Já o restante do lixo como pneus, carcaças de automóveis serão encaminhados para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Vamos monitorar todo esse trabalho, durante e após a obra – afirmou Antônio da Hora, ressaltando, que durante a obra, será utilizado produto para modificar a composição do gás sulfídrico, responsável pelo forte mau cheiro da região.

Posteriormente, a Secretaria do Ambiente fará novas intervenções na região como a construção de um píer para os pescadores, horto e sede para cooperativas de catadores, com recursos do Fecam.

“Além de causar péssimo aspecto, esse canal é passagem obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim. Inclusive, a degradação ambiental em que se encontra foi um dos motivos que levaram uma equipe do Comitê Olímpico Internacional, que desembarcou no aeroporto e passou por ele, a desclassificar o Rio na disputa pelo direito de sediar os Jogos Olímpicos. E agora, sua recuperação é um pré-requisito para que a cidade possa disputar a chance de sediar as Olimpíadas de 2016”, disse Minc.

* Informações da SEA – Secretaria de Estado do Ambiente

[EcoDebate, 23/12/2008]

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