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No Brasil, 28 mil morrem ao ano por falta de água tratada, diz OMS

Genebra, 26 (AE) – Cerca de 28 mil pessoas ainda morrem no Brasil todos os anos por causa da contaminação da água ou de doenças relacionadas com a higiene. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que hoje (26) publicou um levantamento mostrando que investimentos no setor de água poderiam economizar enormes recursos públicos. No total, os serviços de saúde no mundo poderiam evitar gastos de US$ 7 bilhões por ano se os governos optassem por dobrar seus repasses ao setor de água. Em termos de produtividade e redução de gastos com saúde, o mundo ganharia US$ 84 bilhões por ano com um sistema de água confiável e tratado. Por Jamil Chade, correspondente, da Agência Estado, 26/06/08 às 16:29.

Para isso, porém, os países precisariam destinar cerca de US$ 11,3 bilhões a mais em investimentos no setor de água, esgoto e sanitários. No mundo, 6,3% das mortes ainda são geradas por doenças que nascem de problemas na qualidade da água e de falta de tratamento de esgoto. No total, são 3,5 milhões de mortes por ano no mundo que poderiam ser evitadas com os investimentos. Já no Brasil, a taxa de mortes por causa da contaminação da água são menores que a média mundial, com 2,3%. Mas o País tem uma proporção de mortes bem acima da dos países desenvolvidos. Um dos problemas são os mais de 15 mil mortos por diarréia por ano no Brasil, segundo os cálculos da OMS.

Na Áustria, na Itália e na Dinamarca, por exemplo, apenas 0,1% das mortes são causadas por doenças geradas por água contaminada. No Canadá, na França e na Bélgica essa taxa é de apenas 0,2%; em Cuba, de 0,6%. México, Malásia, China, Colômbia e China estão em uma situação mais confortável que a do Brasil. Mesmo na Argentina, a água é responsável por apenas 1,1% das mortes. Uma situação bem diferente vive Angola, com 24%, taxa semelhante em outros países da África.