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Rio, São Paulo, Paraná e Minas Gerais: Petróleo, celulose e minerais provocam grave dano ambiental na região

Os Estados do Rio, São Paulo, Paraná e Minas Gerais concentram 61% das indústrias com maior potencial de emissão de gases poluidores no Brasil, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem. Do Jornal do Brasil, 04/06/2008.

O mapeamento identificou as regiões com mais indústrias que trabalham com processos poluentes – metalurgia, refino de petróleo, celulose e minerais, de acordo com metodologia do Banco Mundial –, mas não realizou medições de contaminação nas áreas.

No Rio, os pesquisadores mapearam todas essas indústrias e, com base em seu números de funcionários, identificaram o tamanho de cada empresa e potencial poluidor. Para estabelecer parâmetros para os dados fluminenses, estimativas mais simplificadas foram realizadas para os parques industriais de São Paulo, Minas e Paraná. A intenção era saber se os números do Rio são altos ou baixos em relação aos outros.

Estados

O estudo divulgado é um projeto piloto para outro que medirá, nos próximos dois anos, a poluição real em todos os Estado, com aferições da quantidade de poluentes e não apenas dados do potencial poluidor. A meta é, com esses dados, direcionar recursos para o combate à poluição nessas áreas.

– Existem Estados hoje que não têm nem noção dos gases poluentes que contêm – disse a pesquisadora de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE Rosane Moreno.

De acordo com os dados do IBGE, feitos com informações levantadas em 2005, São Paulo concentra 22% das indústrias com maior potencial de emissão de gases poluentes no Brasil. O percentual paulista é o maior, à frente de Minas Gerais (21%), Rio (9%) e Paraná (9%).

Apenas no Estado do Rio, no entanto, o mapeamento das indústrias foi feito. De acordo com o levantamento, a capital fluminense tem um quarto das indústrias com maior potencial de emissão de PM10 (particulados finos, um tipo de agente poluidor) e 30% de SO2 (dióxido de enxofre). Esse dois agentes são os mais emitidos por indústrias fluminenses, segundo o estudo.

Atrás da capital fluminense, está o município de Volta Redonda, na região do Médio Paraíba, com 21% das indústrias com potencial emissão de PM10 e 13% de SO2. Mesmo pequeno e em uma região pouco industrial (serrana), o município de Cantagalo foi o terceiro da lista por ter muitas fábricas de cimento e, com isso, ser um potencial poluidor de PM10 (18%), de acordo com o IBGE.

Èmissões

Esses três municípios (Rio, Volta Redonda e Cantagalo) concentram 64% do maior potencial de emissão de PM10, que é considerado pela pesquisadora Rosane Moreno o mais prejudicial para a saúde da população, sobretudo crianças e idosos.

– Sabemos que as indústrias do Rio vêm melhorando seu desempenho no controle das emissões de gases poluentes, mas mesmo assim merecem fiscalização contínua porque têm uma natureza poluidora”, afirmou a pesquisadora.

As indústrias automobilísticas, que estão presentes na região fluminense do Médio Paraíba, ficaram de fora deste levantamento por não constarem na metodologia do Banco Mundial. A idéia, segundo Moreno, é incluí-las na próxima etapa do estudo.