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Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear no MAM – 28/6 a 14/7/2012


De 28 de junho a 14 de julho acontece na Cinemateca do MAM a segunda edição do Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear. Os organizadores do evento destacam que a proposta da mostra é promover um amplo debate sobre o tema. Serão exibidos 48 filmes, com a presença de diretores e a entrega do Oscar Amarelo

No ano passado, em sua estreia, o Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear, lotou os centros culturais Laurinda Santos Lobo e o Parque das Ruínas com alunos da rede pública e de escolas particulares, como as da rede CEL, que aderiram em massa.

Este ano, seis dias após a Rio+20, a segunda edição acontece na Cinemateca do MAM, de 28 de junho a 14 de julho. Serão exibidos 48 filmes, inclusive produções motivadas pelo próprio evento, como é o caso do curta Era uma vez na cidade atômica, rodado em Pocinhos, na Paraíba. Estão previstas também itinerâncias em Berlim e na Índia, ainda este ano. O melhor curta, o melhor longa e a melhor animação receberão o Oscar Amarelo, prêmio máximo do festival, na cerimônia de encerramento.

A iniciativa é da Ong Arquivo Amarelo, dirigida por Norbert G. Suchanek e Márcia Gomes. – Buscamos o diálogo, um debate aberto e a oportunidade de ter o máximo possível de informação disponível sobre a energia nuclear, que é uma realidade do mundo. Nosso objetivo é informar e discutir – afirma Márcia, diretora executiva da mostra. – Na verdade, o tema é muito maior do que a energia nuclear em si; a radioatividade é a grande questão – aponta Norbert Suchanek. – É importante saber que, ainda que todas as usinas nucleares fossem fechadas hoje, seriam necessários técnicos qualificados e conhecimento sobre os riscos dos resíduos radioativos durante alguns milhares de anos – explica.

O jornalista alemão Norbert G. Suchanek, que vive no Brasil há vários anos como correspondente dos jornais Neues Deutschland e Junge Welt (Berlim) e editor da revista BrasilienNachrichten, teve a ideia de criar o festival depois que foi parar num evento internacional em Window Rock, EUA, a capital dos indígenas Navajos, como representante – por incrível que pareça – dos povos Guarani Mbya do Brasil. – O evento em Window Rock reuniu povos indígenas de todos os continentes que são afetados por projetos nucleares, e os índios Guarani-Mbya do Estado Rio de Janeiro foram convidados. No entanto, nenhum deles tinha passaporte e visto para sair do país, então eles me delegaram essa função – conta Norbert.

Márcia Gomes é formada em sociologia e conheceu Norbert nessa época. Os dois criaram a Ong Arquivo Amarelo, cujo objetivo é criar a primeira cinemateca do Brasil e da América Latina sobre a temática nuclear e disponibilizar os filmes principalmente para escolas e universidades. Ambos apostam no diálogo:

Somente com informação é que a sociedade pode compreender todos os lados da questão. Por isso escolhemos o cinema como via de comunicação, tanto com os jovens das escolas e universidades como com a sociedade em geral – diz Norbert Suchanek. E acrescenta que, este ano, o festival irá até as escolas. – Após o festival, vamos levar os filmes diretamente aos alunos e incentivar a importância da educação nesse debate tão relevante para a sociedade – afirma.

O festival será realizado exclusivamente na Cinemateca do MAM, um dos apoiadores do evento. Os ingressos custam R$ 5 (inteira) e R$ 2 (meia entrada para estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais). Como fruto da parceria com o MAM, quem compra ingresso para as exposições do museu tem gratuidade nas sessões da mostra.

Na abertura oficial, dia 29, um curta experimental do diretor Peter Greenaway – Bombas atômicas no Planeta Terra (Países Baixos/Reino Unido, 2011) – mostra, em 12 minutos, todas as 2201 explosões atômicas feitas pelas cinco potências nucleares mundiais entre 1945 e 1989, com data e nome dos responsáveis. Em seguida vem o longa Abrigo nuclear, ficção científica do brasileiro Roberto Pires, morto em 2001 em consequência de um câncer, possivelmente por contaminação durante a produção de Césio 137 – O pesadelo de Goiânia (filme que realizou sobre o primeiro acidente nuclear ocorrido no Brasil).

Exposição e debates com diretores

De quebra, o público poderá curtir a exposição fotográfica Atrás da Cortina Atômica (Behind the Atom Curtain), com fotografias realizadas pelo Grupo Internacional de Fotógrafos Atômicos (The Atomic Photographers Guild). Está confirmada a presença do fundador da instituição, o fotógrafo americano Robert Del Tredici. A exposição acontece no hall da Cinemateca do MAM durante todo o período do festival.

Os debates com diretores são uma atração à parte. Dentre as presenças confirmadas está a de Katherine Aigner, diretora do filme Confissões atômicas (Australian Atomic Confessions, Austrália/2005), que conta a história da explosão de 12 bombas atômicas no território australiano pela Grã-Bretanha. Aigner trabalhou durante 15 anos com os sábios indígenas da Austrália e foi curadora assistente do Museu Nacional da Austrália, além de ter trabalhado em Berlim e Roma. O debate com o público acontece dia 30/6, sábado, após a exibição do filme.

No dia 6 de julho, os diretores italianos Maurizio Torrealta, autor de A terceira bomba nuclear (Itália, 2008) e Flaviano Masella, de Quirra é uma lixeira radioativa (Itália, 2011), debatem seus filmes com o público após a sessão. Os documentários tratam, respectivamente, da investigação da “terceira bomba nuclear” e de casos de câncer entre pastores de ovelhas em Quirra, na Sardenha, área de treinamento da OTAN. No dia 7 é a vez do americano Nathan Meltz, diretor da animação Depois do dia seguinte (EUA, 2011), participar do debate com o público. O curta é alusivo ao célebre filme O dia seguinte, sobre o dia que se segue à guerra atômica.

Serviço

2º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear (Uranium Film Festival)

Realização: Ong Arquivo Amarelo

Direção geral: Norbert Suchanek

Direção executiva: Márcia Gomes de Oliveira

De 28 de junho a 14 de julho, na Cinemateca do MAM

Avenida Infante Dom Henrique, 85 – Rio de Janeiro

Quarta a sexta a partir de 18h30 – Sábado e domingo a partir de 16h (ver programação no site www.uraniofestival.org)

Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2 (meia entrada)

Entrada gratuita para quem apresentar o canhoto do ingresso para as exposições do MAM

EcoDebate, 26/06/2012

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