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Esalq desenvolve nova técnica de irrigação que garante uso racional da água

A nova técnica de irrigação utiliza microtubos para consumir menos água, obtendo a mesma eficiência produtiva com um uso mais racional da água disponível nas propriedades rurais.

Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, estão desenvolvendo novas técnicas de irrigação que utilizam menos água, obtendo a mesma eficiência produtiva com um uso mais racional da água disponível nas propriedades rurais.

“Os métodos que consomem mais água no meio agrícola estão sendo substituídos gradativamente por métodos que consomem menos água, o que mostra uma significativa conscientização por parte de produtores e da comunidade científica”, comenta o professor Tarlei Arriel Botrel, do departamento de Engenharia Rural (LER) da Esalq. Redação do Site Inovação Tecnológica.

Botrel está coordenando um grupo de pesquisadores que está tentando descobrir novos métodos de irrigação utilizando microtubos de polipropileno. Esses microtubos têm diâmetros internos que variam entre 0,6 mm e 1,5 mm.

Na microirrigação, ou irrigação localizada, são usados dois sistemas: o sistema por microaspersão e por gotejamento. A vantagem da microaspersão é que se consegue atender as necessidades hídricas das plantas, tanto nos solos argilosos como nos arenosos.

Nos sistemas de microaspersão, a água é lançada sob a copa das plantas, mas é necessário compensar a irregularidade de pressão ao longo da tubulação para que todas as plantas recebam água de forma homogênea. Os microtubos foram a solução encontrada pelos pesquisadores da Esalq.

“O microtubo é um emissor simples, de baixo custo, com o grande benefício de melhor adaptação em condições de topografias onduladas e montanhosas”, lembra Ceres Duarte Guedes Cabral de Almeida, que participa da pesquisa.

Vazão constante

Outro desafio vencido foi garantir a vazão constante de água ao longo dos tubos, de modo que toda a área de raízes receba a quantidade ideal de água. “Quando a irrigação não é homogênea, há perda de água ou queda na produtividade”, lembra Botrel.

Os sistemas atualmente disponíveis no mercado compensam a queda de pressão usando uma membrana de silicone, responsável por controlar a liberação de água de modo homogêneo. O dispositivo é eficiente quando novo, mas é caro e perde eficiência ao longo do tempo devido à fadiga do material.

Equipamento autocompensante

As pesquisas partem do princípio da variação do comprimento dos tubos ao longo da matriz, sendo que os primeiros são mais compridos, o que garante uma vazão homogênea, compensando a queda de pressão ao longo do percurso pela variação no comprimento.

Está garantido assim o mesmo efeito de um equipamento autocompensante, sendo ofertado por um sistema mais barato (atualmente o custo por hectare da irrigação localizada gira em torno de R$3 mil a R$4 mil), que não sofre ataque químico e apresenta uma durabilidade estendida.

Irrigação de precisão

Os resultados obtidos em laboratório atendem ao conceito da irrigação de precisão. A premissa considera que cada planta se desenvolve de maneira particular, processo atrelado a fatores como clima, solo e variabilidade genética, por exemplo. Então é feita uma análise da planta em questão e fica estabelecida a demanda hídrica, atendendo a ela especificamente.

A variação topográfica também deixa de ser um problema a partir da definição de comprimentos dos microtubos que estejam adequados às ondulações do terreno. “Inovamos sob dois enfoques: permitir a mesma vazão, independente da variação da pressão, e variar a vazão de modo controlado, possibilitando assim irrigação de precisão”, finaliza Botrel.

* Enviada por Edinilson Takara, leitor e colaborador do EcoDebate.

[EcoDebate, 16/06/2009]

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