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Mundo terá pelo menos 200 milhões de migrantes climáticos em 2050

mudanças climáticas

Fuga em massa do calor – O deslocamento humano em razão do aquecimento do planeta já começou, afirmaram especialistas, e pode ser bem maior do que se estimou originalmente. Segundo um relatório divulgado ontem, o número de migrantes climáticos seria de pelo menos 200 milhões até 2050, podendo chegar a 700 milhões nos piores cenários. Se nada for feito, alertaram cientistas, essa poderá ser a maior migração humana já registrada na História.

O documento foi divulgado ontem na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima que está sendo realizada em Bonn, na Alemanha. Matéria do O Globo, 12/06/2009.

Trata-se de um encontro preparatório para a reunião de Copenhaguen, no fim do ano, que começa a definir um acordo global para substituir o Protocolo de Kioto sobre redução de emissões de gasesestufa.

O relatório é baseado em dados e estimativas da Organização Internacional de Migração.

Os pesquisadores entrevistaram mais de 2 mil migrantes em 23 países sobre as razões de sua mudança, explicou Koko Warner, da Universidade das Nações Unidas, que coordenou o estudo com a ONG Care International.

Os resultados são “um sinal claro” de que o estresse ambiental já está causando deslocamento populacional e esse movimento, afirmou Warner, pode se transformar numa “grande tendência no futuro”.

O acordo sobre o aquecimento do planeta que está sendo negociado por 192 países terá que levar em conta o deslocamento em massa de seres humanos das áreas mais afetadas. Um rascunho do documento final do encontro inclui um apelo para que as nações desenvolvam planos para se adaptarem às migrações.

A pedido dos Estados Unidos, no entanto, o termo “refugiados climáticos” foi abolido do documento porque refugiados têm determinados direitos previstos pelas leis internacionais que não se aplicariam aos “migrantes climáticos”, que não estariam sofrendo perseguição, segundo explicou Warner.

O relatório “Em busca de abrigo: mapeando os efeitos das mudanças climáticas nas migrações e deslocamentos humanos” dá ênfase a populações que vivem em deltas de grandes rios (e estariam sujeitas a inundações por conta do derretimento de geleiras), aos habitantes dos desertos (que podem sofrer mais com a seca) e aos que moram em ilhas (que podem ser submersos pela elevação do nível do mar).

Segundo o relatório, nada menos que 40 estados insulares correm o risco de desaparecer se a elevação do mar ultrapassar os dois metros.

Nas Maldivas, uma cadeia de 1.200 atóis no Oceano Índico, o governo já tem planos para abandonar algumas ilhas ou mesmo mover a população inteira — de 300 mil habitantes — para outro país.

[EcoDebate, 13/06/2009]

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