EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Centro de Proteção de Primatas Brasileiros divulga Nota Técnica sobre a febre amarela e alerta sobre a proteção aos macacos

O Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, órgão científico avançado de pesquisa e conservação destes animais, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, divulga nota técnica e faz alerta de esclarecimento sobre o desenrolar do recente surto de febre amarela nas áreas rurais de São Paulo e Rio Grande do Sul.   

O órgão alerta que a doença não é contagiosa, ou seja, não é adquirido pelo contato direto homem-homem, macaco-macaco ou homem-macaco, e que são os mosquitos – principalmente dos gêneros Haemagogus, Sabethes e Aedes –  os únicos responsáveis pela transmissão do vírus da febre amarela, tanto em humanos quanto em macacos.

Segundo o Chefe do Centro Primatas, Leandro Jerusalinsky (Mestre em Genética e Biologia Molecular) e equipe, registraram-se pela Vigilância Sanitária, no Rio Grande do Sul, a morte de cerca de 1.400 primatas em 117 municípios, com confirmação laboratorial da circulação do vírus da febre amarela em mais de 35 localidades e estima-se que, pelo menos, 83 primatas morreram em 26 municípios de São Paulo, sem confirmação laboratorial da circulação do vírus amarílico.

Dentro do presente quadro, as autoridades do CPB esclarecem através da nota técnica sobre o ciclo de vida do vírus, histórico da sua chegada nas Américas durante o tráfico de escravos, carreado principalmente pelo mosquito Aedes aegypti e, principalmente, informam sobre os procedimentos das pessoas em contato com os macacos na natureza.

Alertas Importantes
O Centro Primatas recomenda que todos os macacos  encontrados  vivos, sadios e em vida livre, não devem ser capturados nem alimentados, nem retirados do seu habitat ou levados para outras áreas, muito menos mortos.

O órgão enfatiza que “matar macacos elimina seu papel de “sentinela” pois o ciclo de transmissão do vírus da febre amarela aos humanos não passa obrigatoriamente pelos macacos. Eles não são os únicos hospedeiros silvestres deste vírus. Os macacos possuem um reconhecido papel de “sentinelas” sobre a circulação do vírus da febre amarela, possibilitando identificar as áreas onde os órgãos competentes devem concentrar os esforços na prevenção da doença em humanos”.

O Centro Primatas alerta que, caso sejam encontrados macacos mortos, ou caídos no solo adoentados, não se deve manipular os animais pelo risco de contaminação por outras doenças (não pelo vírus da febre amarela),  e  comunicar imediatamente ao IBAMA, às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, e/ou Delegacias do Ministério da Saúde, responsáveis por analisar os casos.

[EcoDebate, 05/05/2009]

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta que envie um e-mail para newsletter_ecodebate-subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.