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O teixo, árvore ameaçada de extinção, ajuda no tratamento de problemas cardíacos

 

O teixo, árvore ameaçada de extinção, ajuda no tratamento de problemas cardíacos

Muito conhecido por sua toxicidade, o teixo também pode ajudar a salvar vidas. Uma substância retirada da árvore, originária das regiões de clima temperado, vem contribuindo para o tratamento das doenças do coração.

Desde a antiguidade, o teixo é conhecido por suas propriedades tóxicas. A árvore, originária das regiões de clima temperado, como a Europa, possui substâncias venenosas em todas as suas partes verdes, o que a torna perigosa tanto para os seres humanos quanto para os animais.

Entretanto, mesmo que essa característica seja a mais difundida, a planta também ajuda no combate a algumas enfermidades. Estudos realizados em vários países demonstram que o paclitaxel, medicamento sintetizado do taxol, tem obtido bons resultados em pacientes com doenças coronarianas.

O paclitaxel é uma substância extraída da casca do teixo do Pacífico (taxus brevifolia). Como os poucos exemplares da espécie existentes não podem cobrir a demanda mundial, a substância passou a ser retirada também do teixo europeu (taxus baccata)

Atualmente, porém, a árvore está na lista das espécies ameaçadas na Alemanha e outros países europeus, principalmente por causa do aproveitamento de sua madeira durante a Idade Média.

Uso médico

O cardiologista e professor da Universidade de Tübingen Christian Herdeg é um dos que reitera a eficácia do remédio. Nos últimos 15 anos, ele verificou – juntamente com outros pesquisadores – os bons resultados do paclitaxel no reparo das artérias do coração obstruídas e na conservação, a longo prazo, do livre fluxo sanguíneo.

O método mais usado, hoje, para fazer esta desobstrução é o stent – pequeno tubo implantado na artéria, com o objetivo de segurar as paredes internas e permitir o funcionamento normal.

Apesar de ser menos evasivo, um dos tipos de stent – o não medicamentoso – apresenta uma desvantagem: nos seis primeiros meses após o implante é comum o surgimento da reestenose.

O problema caracteriza-se por um novo bloqueio da artéria ocasionado pelo aparecimento de cicatrizes no local do procedimento. Foi por isso que se propagou a utilização dos “stents farmacológicos” – associação do suporte mecânico do stent com a liberação local e controlada de medicamentos.

Mesmo que não seja indicado a todas as pessoas com doenças coronarianas pela necessidade de serem atendidos alguns critérios médicos, a incidência da reestenose caiu nas pessoas em que foi implantada a órtese (prótese interna) associada ao paclitaxel. Este resultado foi observado por Herdeg num dos estudos realizados por ele em Tübingen a partir de 2005 e do qual participaram mais de 200 pacientes.

Doenças contras as quais o remédio ajuda

A aterosclerose – espessamento e endurecimento das artérias provocado, entre outros fatores, pelo depósito de gordura – é uma das enfermidades em que o uso do paclitaxel pode ser positivo.

Quando a obstrução atinge níveis muito severos, a pessoa passa a sentir fortes dores no peito e nas costas, acompanhadas pela dificuldade de respirar, um mal conhecido pelo nome de angina pectoris.

De acordo com os pesquisadores de Tübingen, o remédio diminui a ocorrência da reestenose e, como consequência, das fortes dores no peito provocadas pela obstrução. Conforme Herdeg, a associação do paclitaxel com o stent reduz até mesmo a necessidade da cirurgia do bypass (neste caso, a da ponte de safena ou cirurgia de revascularização do músculo cardíaco).

Autora: Judith Hartl/Caroline Eidt. Revisão: Alexandre Schossler

Matéria da Agência Deutsche Welle, DW-WORLD.DE

[EcoDebate, 24/04/2009]

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