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FAO relata que 42% da redução de florestas mundiais entre 2000 e 2005 ocorreu no Brasil

Desmatamento na Amazônia, em foto de arquivo MMA
Desmatamento na Amazônia, em foto de arquivo MMA

A FAO destaca que País terá dificuldade de frear desmatamento diante dos interesses agrícolas e do etanol

O Brasil registrou a maior perda absoluta de floresta no mundo entre 2000 e 2005 e 42% da mata cortada no planeta nesses anos ocorreu dentro do território nacional. A conclusão é da FAO, que destaca que o País terá grandes dificuldades de frear o desmatamento diante dos interesses agrícolas e do etanol de expandir a produção no próximos anos. No mundo, a FAO alerta que a crise internacional também deve aumentar a vulnerabilidade das florestas e secar os financiamentos para projetos ambientais. Entre 2000 e 2005, 200 quilômetro quadrados de florestas foram perdidos no mundo a cada dia. Matérias de Jamil Chade, correspondente de O Estado de S. Paulo.

O levantamento da FAO alerta que 200 quilômetros quadrados de florestas estão sendo dizimadas por dia no mundo. Os dados ainda apontam que, entre 2000 e 2005, o mundo perdeu 7,3 milhões de hectares. Na América do Sul, o alerta da FAO é de que o desmatamento não deve ser reduzido nos próximos anos.

A queda do setor imobiliário nos países ricos está tendo um impacto na florestas, com a queda da demanda por madeira. Mas a FAO também alerta que há uma queda de investimentos, o que deve afetar os esforços de gerência de reservas e de madeira certificada. Um dos temores é de que governos reduzam os investimentos no setor de energia limpa. Iniciativas que dependem de créditos externos para a redução de emissões também podem ser afetadas.

Para completar, a contração da economia pode acabar dando mais espaço para o setor informal, entre eles o corte ilegal de madeira.

“Na América do Sul, o ritmo do desmatamento não deve cair no futuro próximo, apenas da baixa densidade populacional”, afirmou a FAO.

Segundo a FAO, o Brasil perdeu 3,1 milhões de hectares de florestas por ano entre 2000 e 2005. Isso significou uma redução de 0,6% na cobertura florestal a cada ano. Segundo a FAO, o País observou uma aceleração no desmatamento em comparação ao período entre 1995 e 2000. Naqueles anos, a perda de floresta foi de 2,6 milhões de hectares por ano, 0,5% da cobertura.

O levantamento feito pela entidade com sede em Roma destacou que 75% do desmatamento na América do Sul ocorreu no Brasil. Na região, 4,2 milhões de hectares de mata foram perdidos entre 2000 e 2005.

Em comparação a outros países, o Brasil lidera amplamente com a maior área desmatada no planeta, mesmo que seu território ainda esteja coberto por floresta em 57,2%.

Em toda a África, a perda de florestas foi de cerca de 4 milhões de hectares por ano entre 2000 e 2005. O único país com dados parecidos ao do Brasil é a Indonésia, com o corte de 1,8 milhão de hectares de floresta por ano. Em termos percentuais, o desmatamento no território indonésio é mais significativo que o do Brasil, já que atingiu 2% da cobertura por ano.

Outros países que também sofreram foram Mianmar, que perdeu 466 mil hectares por ano de floresta, contra 445 mil em Zâmbia e 400 mil na Nigéria. Na Europa, a FAO registrou uma alta na área de cobertura de floresta, com um ganho de 600 mil por ano.

[EcoDebate, 17/03/2009]

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