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Rigor com o teor de enxofre no diesel será ainda maior, diz Minc


Foto: AE : inversão térmica na cidade de São Paulo

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou ontem que o impasse sobre o teor de enxofre no diesel brasileiro está chegando ao fim. “Havia um impasse. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirmava que não havia tido tempo para se preparar para os novos motores com especificação Euro 4. O atraso foi tão grande que a solução encontrada é antecipar a próxima etapa, o Euro 5”, disse o ministro. Por Andrea Vialli, do Estadao.com.br, quinta-Feira, 14 de Agosto de 2008

Isso significa que os motores sairão de fábrica, se tudo funcionar como o ministro planeja, com um padrão de emissões ainda mais rígido do que o recomendado pela resolução 315/02 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que exigia que os fabricantes de autopeças se encaixassem no padrão Euro 4 – o que alinha a emissão de poluentes ao padrão hoje existente na Europa – até janeiro de 2009.

Sem dar mais detalhes, Minc afirmou ainda que o diesel que abastecerá esses motores será o chamado S10, que possui 10 partes de enxofre por milhão, em vez do S50 (50 partes de enxofre por milhão), que seria utilizado nos motores Euro 4. Atualmente, o diesel que abastece a frota de caminhões e ônibus brasileiros contém 500 partes por milhão nas grandes cidades e chega a 2 mil ppm no interior do País.

Minc anunciou ainda que em outubro chegam ao mercado os primeiros automóveis com a especificação do consumo de combustível. “Os carros sairão de fábrica já com a etiquetagem, o que será uma ferramenta para que se exerça o consumo consciente”, afirmou na abertura da Mostra Socioambiental da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

DESMATAMENTO

O ministro também anunciou que o desmatamento da Amazônia durante o mês de julho sofreu redução “muito significativa”. No entanto, não quis antecipar os números, que serão divulgados na próxima semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Eu credito isso não só ao aumento da fiscalização, mas ao trabalho que temos feito com as cadeias produtivas da madeira, do minério, da soja. É mais eficiente do que simplesmente a fiscalização”, disse.

As empresas paulistas assinaram ontem um acordo com o Ministério do Meio Ambiente se comprometendo a só comprar madeira nativa de origem legal e extraída de áreas de manejo florestal. O compromisso, assumido por Paulo Skaf, presidente da Fiesp, tem o objetivo de combater o desmatamento na região amazônica por meio do incentivo ao consumo de madeira de procedência certificada.

[EcoDebate, 15/08/2008]