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Atenção para as doenças psicossomáticas mais comuns na pandemia

 

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Atenção para as doenças psicossomáticas mais comuns na pandemia

Quem nunca sentiu uma dor específica ou um mal-estar e, ao ir ao médico e fazer os exames solicitados, descobriu que o problema tinha origem emocional?

Atualmente, a relação entre doenças físicas e emocionais é bastante comum. Com a pandemia, a tendência se agravou.

Por Flávia Ghiurghi

Segundo Flávia Teixeira, psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ, professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ e pós-graduada em Psicossomática Contemporânea, as doenças apresentam sintomas físicos, sem que nenhum exame laboratorial ou de imagem corrobore a organicidade dos mesmos.

“Estar sob forte pressão no trabalho, ter passado por um rompimento amoroso abrupto, pela perda de um ente querido ou estar com problemas financeiros, são exemplos de situações que podem levar o indivíduo a uma condição de estresse, ansiedade e tristeza tão grave que o corpo acaba absorvendo os desequilíbrios emocionais e mentais”, explica a psicóloga.

Ainda de acordo com Flávia Teixeira, no momento atual, tem havido muitos casos de pessoas que, devido a situações de estresse forte e constante, acabam tendo sintomas de gripe, dores no peito ou dificuldades de respirar, remetendo aos sintomas da covid-19 e, consequentemente, intensificando a ansiedade.

Abaixo, a psicóloga lista as 5 doenças psicossomáticas mais comuns percebidas na pandemia:

Resfriados frequentes
Quando os episódios acontecem com frequência, é sinal de que há algo de errado. Se os exames médicos não encontram uma explicação lógica para essa imunidade sempre baixa e você está passando por dificuldades, a somatização pode ser a resposta. “Para agravar o quadro, alguns sintomas se assemelham aos da covid-19, abalando ainda mais o emocional”, reforça a psicóloga.

Herpes
O vírus é transmitido através do contato com uma pessoa infectada. Entretanto, ele se manifesta em ocasiões de baixa imunidade. Ter episódios constantes de herpes, em especial, a labial, indica que o indivíduo apresenta alguma desordem no organismo. As feridas podem surgir em momentos de muito estresse. Os sintomas são surgimento de feridas ao redor da boca ou na região genital, com fortes dores e sensação de queimação no local.

Enxaquecas
A enxaqueca não é uma dor de cabeça convencional, podendo durar algumas horas ou até dias. Alguns casos são incapacitantes, ou seja, a pessoa não consegue realizar atividades rotineiras. Estudos científicos apontam que o principal gatilho para o episódio de enxaqueca é o estresse. Por isso, ela também é considerada uma doença psicossomática. Os sintomas são dor intensa e localizada em um ponto da cabeça, náuseas e falta de concentração. “Quando não tratadas, as enxaquecas frequentes podem se tornar uma doença crônica, acompanhando a pessoa por toda sua vida”.

Alergia nervosa
Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas existe um tipo de alergia de fundo nervoso, em que o indivíduo apresenta erupções na pele desencadeadas por um forte processo de estresse. Os sintomas são coceira, vermelhidão no local e irritabilidade. “Uma crise, se não for tratada, pode acarretar em um choque anafilático”, adverte Flávia Teixeira.

Diarreia
Em algumas pessoas, episódios de diarreia são decorrentes de forte estresse. Quando a diarreia se mostra constante e não há uma explicação física, como a Síndrome do Intestino Irritável, é bem possível que se configure como um caso de doença psicossomática. Os sintomas são dores abdominais e fezes extremamente líquidas.

“Na realidade, não existe uma dicotomia que separe os seres humanos em mental/psicológico/físico. Nosso funcionamento é resultado da interação com o meio e tudo aquilo que nos afeta”. Para lidar com a psicossomatização, a terapia, às vezes associada à medicação, é a melhor forma de evitar ou diminuir essas reações.

“Cuidar da saúde mental é fundamental para o autoconhecimento e para entender os alertas que o corpo emite. Neste momento conturbado em que estamos, estes sinais aparecem constantemente e nunca devem ser negligenciados. Daí a importância de procurar ajuda de um médico especializado ao menor sinal de que algo não vai bem”, finaliza Flávia Teixeira.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 03/12/2020

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