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Secas e ondas de calor reduzem capacidade das florestas na Europa de absorver CO₂

 

Mapa das Florestas da Europa
Mapa das Florestas da Europa

Pesquisa revela que secas e ondas de calor estão reduzindo a capacidade das florestas do sudoeste da Europa de absorver CO₂, podendo até transformá-las em fontes de emissão. Entenda os impactos para o clima global.

Um novo estudo publicado na revista Global Biogeochemical Cycles revela que ondas de calor e secas intensas estão reduzindo a capacidade dos ecossistemas do sudoeste da Europa de absorver dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera, agravando as mudanças climáticas na região.

A pesquisa, intitulada “Heat and Drought Events Alter Biogenic Capacity to Balance CO2 Budget in South-Western Europe”, analisou dados de fluxos de carbono e condições climáticas entre 2004 e 2020, mostrando que eventos extremos estão comprometendo a função vital das florestas como sumidouros de carbono.

Impacto dos eventos extremos no balanço de CO₂

O estudo, disponível no link DOI: 10.1029/2024GB008163, destaca que períodos prolongados de calor e estiagem prejudicam a fotossíntese e aumentam a respiração das plantas, levando a uma menor absorção líquida de CO₂.

Em alguns casos, áreas que tradicionalmente atuavam como sumidouros de carbono podem temporariamente se tornar fontes de emissão, liberando mais CO₂ do que absorvem.

Os pesquisadores analisaram regiões como a Península Ibérica e o sul da França, onde florestas e vegetação mediterrânea são especialmente sensíveis ao estresse hídrico.

Os resultados indicam que, em anos de seca extrema, a capacidade de sequestro de carbono pode cair drasticamente, com efeitos em cascata para os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas.

Implicações para políticas climáticas

O estudo reforça a necessidade de estratégias de adaptação e gestão florestal mais robustas, especialmente em um cenário de aumento da frequência de eventos climáticos extremos.

Os autores alertam que, sem medidas para aumentar a resiliência dos ecossistemas, o sudoeste da Europa pode enfrentar um declínio acentuado em sua capacidade de compensar emissões de gases de efeito estufa.

“Se as florestas perdem sua eficiência como sumidouros de carbono, isso pode acelerar o aquecimento global, criando um ciclo vicioso de mais secas e incêndios florestais”, explica um dos autores.

Recomendações dos pesquisadores

Os pesquisadores defendem maior monitoramento dos fluxos de carbono em tempo real e investimentos em reflorestamento com espécies mais resistentes às mudanças climáticas.

O estudo serve como um alerta para governos e agências ambientais sobre os riscos de subestimar o papel dos ecossistemas no combate às mudanças climáticas.

Referência:

R. Segura‐Barrero et al, Heat and Drought Events Alter Biogenic Capacity to Balance CO2 Budget in South‐Western Europe, Global Biogeochemical Cycles (2025). DOI: 10.1029/2024GB008163

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
 

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