Calor extremo e saúde do trabalhador: o impacto das altas temperaturas em ambientes urbanos
A luta por justiça social precisa incorporar a luta por justiça climática
Reinaldo Dias
Articulista do EcoDebate, é Doutor em Ciências Sociais -Unicamp
Pesquisador associado do CPDI do IBRACHINA/IBRAWORK
Parque Tecnológico da Unicamp – Campinas – Brasil
http://lattes.cnpq.br/5937396816014363
reinaldias@gmail.com
No dia 1º de maio, tradicionalmente dedicado à celebração e à luta pelos direitos dos trabalhadores, emerge uma nova frente de batalha: o enfrentamento dos impactos da crise climática sobre a saúde e a dignidade no mundo do trabalho.
O calor extremo, intensificado pelas mudanças ambientais globais, já compromete de maneira silenciosa e brutal a vida de milhões de trabalhadores, tanto nos trajetos diários quanto nos ambientes de trabalho e estudo. Garantir condições adequadas de conforto térmico e segurança frente às ondas de calor deixou de ser um tema marginal — tornou-se uma necessidade vital.
A luta por justiça social precisa incorporar a luta por justiça climática. Neste contexto, repensar o significado do 1º de Maio é um passo necessário para defender não apenas salários e jornadas, mas também o direito básico de trabalhar, viver e aprender em ambientes habitáveis e saudáveis.
- Introdução
Nos últimos anos, o planeta tem enfrentado um processo acelerado de aquecimento global, cujos impactos são cada vez mais perceptíveis na vida cotidiana. Em 2024, o mundo registrou o ano mais quente da história, com a temperatura média global atingindo 1,59°C acima dos níveis pré-industriais — ultrapassando, pela primeira vez de forma persistente, o limiar de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris (Paddison, 2025).
O Brasil, particularmente, vivenciou ondas de calor prolongadas e intensas, com sensação térmica superior a 60°C em algumas regiões, resultando em múltiplos alertas de emergência climática e aumento de internações por causas associadas ao calor (ClimaInfo, 2024).
Essa tendência se manteve no primeiro mês de 2025 que foi o janeiro mais quente já registrado, segundo dados divulgados pelo Copernicus, observatório climático da União Europeia. O recorde de calor ocorreu mesmo sob o fenômeno La Niña, que tende a reduzir a temperatura média global. (Observatório do clima, 2025). As projeções climáticas indicam que os próximos anos devem intensificar esse padrão, elevando a frequência e a severidade dos eventos extremos de calor.
O estresse térmico vem se consolidando como uma das principais ameaças à saúde e à segurança dos trabalhadores, impulsionado pela elevação das temperaturas médias e pela intensificação das ondas de calor. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 70,9% da força de trabalho mundial — ou 2,4 bilhões de pessoas — já convivem com o risco de calor excessivo em sua rotina.
No Brasil, mais de 20 milhões de pessoas trabalham ao ar livre, especialmente nos setores de agropecuária, limpeza urbana, reciclagem e transporte, enfrentam maior exposição a doenças como câncer de pele, enfermidades cardiovasculares e respiratórias, além de infecções transmitidas por vetores, como a dengue.
A ONU estima que o calor mata quase meio milhão de pessoas por ano — número 30 vezes superior ao de mortes por ciclones tropicais —, enquanto a OIT alerta que, acima dos 34 °C, a produtividade do trabalho pode cair pela metade, com perdas econômicas globais estimadas em US$ 2,4 trilhões até 2030 (Euler, 2024).
No entanto, apesar da crescente visibilidade das consequências climáticas em escala global, ainda são escassos os estudos e políticas públicas que tratam do impacto direto do calor extremo sobre os ambientes urbanos de trabalho e deslocamento, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
Este artigo tem como objetivo analisar os efeitos do aumento das temperaturas na saúde e bem-estar dos trabalhadores, com ênfase em três contextos críticos: o transporte coletivo urbano, os ambientes escolares públicos e os locais de trabalho sem condições adequadas de climatização.
Ao evidenciar os riscos e desigualdades gerados pela exposição contínua ao calor, pretende-se contribuir para o debate sobre justiça climática e apontar caminhos para a formulação de políticas inclusivas de adaptação.
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Transporte público: um desafio térmico diário
O transporte coletivo urbano é parte fundamental da rotina de milhões de trabalhadores brasileiros, especialmente nas grandes cidades, onde a dependência de ônibus, trens e metrôs é intensa. No entanto, com o agravamento das ondas de calor, esse deslocamento diário tem se transformado em um espaço de exposição sistemática ao risco térmico.
A ausência de climatização adequada na maior parte da frota de ônibus do país torna os veículos verdadeiras câmaras de calor durante os meses mais quentes do ano, com temperaturas internas que frequentemente ultrapassam os 40°C.
Estudo revelou que a influência combinada de ilhas de calor urbanas, mudanças climáticas e eventos de temperaturas extremas está impactando cada vez mais os viajantes em transporte público, especialmente populações vulneráveis, como idosos, pessoas com deficiência e pessoas com doenças crônicas(Fan et al, 2024).
A exaustão térmica, a desidratação e o aumento da pressão arterial são efeitos comuns observados entre trabalhadores que enfrentam longos trajetos em pé, sob calor intenso e sem acesso a hidratação. Além disso, os motoristas e cobradores, muitas vezes em jornadas extensas e expostos diretamente à radiação solar por janelas frontais e laterais, figuram entre os mais afetados.
Em muitos municípios brasileiros o número de denúncias relacionadas às condições térmicas em coletivos urbanos aumentou significativamente, como em cidades como São Paulo, Recife e Belo Horizonte. Em Salvador, por exemplo, o Sindicato dos Rodoviários contabilizou 312 registros formais de adoecimento relacionados ao calor em 2024, um aumento de 47% em relação ao ano anterior (Branco et al, 2025).
A falta de políticas públicas efetivas para renovação da frota com veículos climatizados evidencia uma negligência estrutural. Em muitos municípios, o transporte coletivo segue sendo operado sob concessões privadas que não exigem, como contrapartida contratual, investimentos em conforto térmico. Essa situação reforça desigualdades, pois são justamente as populações de menor renda, residentes em áreas periféricas e com menor acesso a alternativas de transporte, as mais afetadas pela precariedade térmica desses serviços.
Além da saúde física, o calor extremo no transporte coletivo interfere na produtividade e no bem-estar psicológico dos trabalhadores. Chegar ao local de trabalho já exaurido pelo calor do trajeto compromete o rendimento, a segurança em funções operacionais e o clima organizacional. Em alguns casos, trabalhadores relatam desmaios, vômitos e indisposição ainda no início da jornada de trabalho, o que evidencia o custo invisível do estresse térmico cotidiano.
Frente a esse cenário, torna-se urgente que políticas de mobilidade urbana sejam repensadas a partir de uma perspectiva climática, priorizando não apenas a eficiência dos trajetos, mas a saúde e a dignidade dos passageiros. Iniciativas como a climatização obrigatória de novos veículos, a ampliação de corredores verdes e sombreados nas paradas e terminais e a oferta de hidratação em pontos estratégicos são exemplos de medidas que, embora simples, podem mitigar significativamente os efeitos das altas temperaturas sobre os usuários do transporte público.
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Escolas públicas: ambientes de aprendizado sob calor intenso
O impacto das altas temperaturas nas escolas públicas brasileiras é uma realidade muitas vezes ignorada nos debates sobre justiça climática e direito à educação. Em um país onde grande parte das instituições de ensino ainda enfrenta graves deficiências estruturais, as ondas de calor se somam a outros fatores de precariedade, criando ambientes hostis tanto para o ensino quanto para o aprendizado. Salas de aula mal ventiladas, sem climatização e com ventiladores obsoletos são comuns em todas as regiões do país, onde o calor intenso compromete a saúde, o desempenho e o bem-estar de professores e alunos.
Segundo um estudo do Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas (CIEPP), apenas 34% das salas de aula em escolas públicas brasileiras (municipais, estaduais e federais) e 47% das salas em escolas particulares são climatizadas (Almada, 2024). Com o agravamento das ondas de calor registradas em 2024, diversos estados emitiram alertas de saúde para ambientes escolares, recomendando alterações nos horários de aula, suspensão de atividades físicas ao ar livre e intensificação da hidratação dos alunos. No entanto, tais medidas têm caráter paliativo e revelam a falta de planejamento estrutural para lidar com os efeitos do aquecimento global na rede educacional.
O calor extremo, intensificado pela precariedade estrutural das escolas públicas, tem afetado diretamente o aprendizado. Estudantes relatam dificuldades de concentração, mal-estar e queda no rendimento em salas superlotadas, sem ventilação adequada ou climatização funcional. Muitas escolas estão localizadas em “ilhas de calor” urbanas, sem áreas verdes, e não contam com infraestrutura elétrica capaz de suportar aparelhos de ar-condicionado, agravando ainda mais os impactos do aquecimento global sobre a educação. Entre os docentes, os relatos de mal-estar, queda de pressão, dores de cabeça e exaustão são recorrentes, além do impacto emocional de conduzir o processo pedagógico em condições adversas e, muitas vezes, indignas (Ojeda, 2025).
No Rio Grande do Sul, a intensificação do calor extremo tem comprometido o funcionamento das escolas públicas. Em fevereiro de 2025, diante da previsão de temperaturas próximas aos 40 °C, o Sindicato dos Professores Estaduais (CPERS) solicitou a suspensão das aulas na rede estadual. A medida foi motivada por relatos de professores e alunos de escolas em Porto Alegre, preocupados com as condições insalubres das salas durante a terceira onda de calor do ano. Apesar do alerta da Climatempo sobre o risco elevado, a Secretaria de Educação decidiu manter o calendário escolar, emitindo apenas orientações gerais às instituições. A precariedade estrutural agrava o problema: cerca de 75% das escolas estaduais não possuem ar-condicionado, o que já havia levado ao adiamento do início do ano letivo em fevereiro, afetando aproximadamente 700 mil alunos da rede pública (Fischborn, 2025).
Além disso, o problema da exposição térmica nas escolas afeta desproporcionalmente os estudantes das camadas mais pobres da população, que não possuem alternativas como escolas privadas climatizadas ou estudo remoto com conforto. A desigualdade climática torna-se, assim, um fator a mais de exclusão educacional. O direito à educação de qualidade, previsto na Constituição Federal, não pode ser efetivado sem condições básicas de habitabilidade nos espaços escolares.
É urgente que políticas públicas de adaptação escolar às mudanças climáticas sejam implementadas em nível nacional, com prioridade para a climatização de salas de aula, adoção de materiais de construção mais eficientes termicamente, instalação de telhados verdes e arborização dos entornos escolares. A justiça educacional, diante da emergência climática, passa inevitavelmente pela criação de espaços pedagógicos seguros, saudáveis e resilientes.
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Impactos na saúde dos trabalhadores
A elevação das temperaturas médias, agravada por ondas de calor cada vez mais frequentes e prolongadas, tem gerado efeitos alarmantes sobre a saúde dos trabalhadores em diferentes contextos urbanos e ocupacionais. Os danos vão além do desconforto térmico: o calor extremo compromete funções fisiológicas básicas, afeta a produtividade e, em situações graves, pode levar à incapacitação temporária ou até à morte.
O calor extremo é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como um dos principais riscos ambientais e ocupacionais do século XXI, com impactos diretos na saúde física e na produtividade. Ondas de calor intensas e prolongadas aumentam o risco de acidentes, exaustão e insolação, além de agravar doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares, respiratórias e renais. Trabalhadores ao ar livre, em ambientes sem refrigeração ou submetidos a esforço físico contínuo, estão entre os mais vulneráveis, especialmente em contextos urbanos mal adaptados às mudanças climáticas (WHO, 2024).
No Brasil, os dados mais recentes indicam um crescimento significativo das queixas médicas e dos afastamentos relacionados ao calor. Em 2024, o Ministério Público do Trabalho registrou um aumento de 35% nas denúncias envolvendo más condições térmicas no ambiente laboral, com destaque para trabalhadores da construção civil, limpeza urbana, comércio ambulante e logística (Branco et al, 2025). O setor da saúde também foi afetado: profissionais que atuam em postos de atendimento sem ventilação ou climatização adequada relataram sintomas recorrentes de exaustão e pressão arterial instável.
Os impactos não são uniformes: trabalhadores informais e terceirizados estão entre os mais vulneráveis, pois frequentemente atuam em locais descobertos, sem acesso a água potável, áreas de descanso ou intervalos regulares. Além disso, essa população raramente tem acesso a equipamentos de proteção individual adequados ao calor, tampouco a políticas de seguridade que permitam afastamento remunerado em caso de adoecimento térmico (C40Cities, 2024).
A exposição contínua ao calor também afeta o equilíbrio mental e emocional, contribuindo para o aumento do estresse, da irritabilidade, da fadiga e de distúrbios do sono. Mulheres gestantes enfrentam riscos adicionais, uma vez que o calor pode sobrecarregar o organismo e agravar condições pré-existentes, com impactos sobre a saúde materna e fetal. Em contextos de calor extremo, a saúde mental, a estabilidade emocional e a segurança física do trabalhador podem ser seriamente comprometidas, exigindo intervenções rápidas e multissetoriais (WHO,2024).
Diante de um cenário que tende a se intensificar nos próximos anos, torna-se imprescindível que políticas públicas e iniciativas institucionais reconheçam o calor como um risco ocupacional. Isso implica regulamentar limites de exposição térmica, garantir pausas obrigatórias, acesso à hidratação constante, climatização em ambientes fechados e proteção específica para trabalhadores em áreas externas. O Brasil ainda carece de normas abrangentes que tratem do estresse térmico no campo trabalhista, o que reforça a urgência da inclusão do tema na agenda sindical, sanitária e ambiental.
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Propostas de adaptação e mitigação
Diante da intensificação das ondas de calor e da ineficiência estrutural de políticas públicas existentes, torna-se necessário formular estratégias de adaptação e mitigação que articulem saúde pública, planejamento urbano, justiça climática e direitos sociais. Essas ações devem ser intersetoriais e orientadas por princípios de equidade, priorizando os grupos mais afetados, como trabalhadores informais, usuários do transporte coletivo e comunidades escolares periféricas. Entre as medidas possíveis de adoção estão:
a. Climatização de ambientes públicos essenciais
A implementação de sistemas de climatização em escolas públicas, unidades de saúde e veículos do transporte coletivo deve ser considerada uma medida de urgência. A climatização não pode ser tratada como luxo ou comodidade, mas como infraestrutura básica diante do novo regime climático global. Políticas de financiamento federais e estaduais podem ser direcionadas a esse fim, com incentivos para o uso de tecnologias energeticamente eficientes e sustentáveis.
b. Reformas urbanas com infraestrutura verde
Estudo destaca que as ilhas de calor urbanas, intensificadas pelas mudanças climáticas, aumentam a magnitude e a duração das ondas de calor nas cidades. Essas condições elevam significativamente os riscos de saúde, incluindo aumento da mortalidade e morbidade, especialmente entre populações vulneráveis como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Além disso, o estudo também destaca que áreas urbanas densamente povoadas, com infraestrutura que retém calor e pouca vegetação, enfrentam desafios adicionais relacionados à ventilação inadequada e à exposição prolongada ao calor (Tong et al, 2021).
O enfrentamento das ilhas de calor urbanas requer intervenções no espaço construído. Investimentos em arborização urbana, telhados verdes, pavimentação permeável e praças sombreadas que são eficazes para reduzir a temperatura ambiente, melhorar a qualidade do ar e oferecer espaços de refúgio térmico à população trabalhadora. Essas soluções também contribuem para a diminuição da temperatura em regiões escolares e terminais de transporte, tornando o cotidiano mais suportável.
c. Regulação do trabalho em situações de calor extremo
É fundamental que o Brasil avance na normatização do estresse térmico como um risco ocupacional reconhecido. Isso inclui: estabelecer limites de temperatura máxima para atividades laborais; garantir pausas regulares, acesso à água e áreas de descanso sombreadas; proibir o trabalho ao ar livre em condições de calor extremo (acima de 40°C, por exemplo), conforme já ocorre em países como Qatar e Emirados Árabes Unidos; e incluir esse tema na Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9) sobre riscos ambientais no trabalho.
d. Educação climática e mobilização social
A promoção da educação climática (Dias, 2024) nas escolas e locais de trabalho pode fortalecer a capacidade da população de reconhecer e enfrentar os efeitos do calor. Campanhas públicas informativas — que orientem sobre hidratação, sintomas de exaustão térmica, prevenção e primeiros socorros — devem ser ampliadas, especialmente em comunidades com baixa cobertura de serviços de saúde.
e. Governança local e participação comunitária
Planos municipais de adaptação às mudanças climáticas devem ser construídos de forma participativa, incorporando os saberes e experiências das comunidades locais. Conselhos populares, associações de bairro, sindicatos e coletivos escolares devem ter espaço para propor soluções baseadas em suas realidades. A escuta ativa e a governança colaborativa são essenciais para garantir que as respostas públicas sejam eficazes e justas.
A aplicação dessas propostas depende de vontade política, coordenação entre esferas de governo e pressão da sociedade civil organizada. Não se trata apenas de enfrentar o calor como fenômeno climático, mas de reconhecer que, em contextos de desigualdade, o calor também se transforma em instrumento de exclusão social e violação de direitos fundamentais.
6. Conclusão
A intensificação das ondas de calor no Brasil, como parte do agravamento da crise climática global, deixou de ser um fenômeno episódico para se tornar uma ameaça contínua à saúde, ao bem-estar e à dignidade de milhões de pessoas. Ao afetar com maior severidade aqueles que vivem, trabalham e estudam em condições precárias, o calor extremo revela e amplia as desigualdades já existentes em nossas cidades.
O transporte coletivo sem climatização, as escolas mal estruturadas e os ambientes de trabalho desprotegidos são espaços onde se expressa a injustiça térmica cotidiana. O sofrimento gerado pelo calor é um sofrimento socialmente distribuído: mais concentrado entre os pobres, os negros, os trabalhadores informais, as crianças das periferias e os profissionais da linha de frente que não têm escolha, senão resistir ao calor todos os dias.
Reconhecer o calor extremo como problema de saúde pública e risco ocupacional é o primeiro passo para a construção de políticas públicas eficazes. Mas é necessário ir além: pensar em adaptação climática com justiça implica integrar medidas estruturais, regulatórias e pedagógicas que levem em conta as especificidades territoriais e sociais do país. Significa, também, garantir o direito à cidade em sua plenitude — uma cidade habitável, segura e resiliente para todas as pessoas.
A emergência climática já é uma realidade. A pergunta que se impõe não é se devemos agir, mas como e com que urgência enfrentaremos esse novo cenário térmico global. A inação ou a lentidão podem custar vidas. A resposta precisa ser ampla, intersetorial, democrática e imediata.
Referências
Almada, J. (2024) Saunas de aula: climatização de salas de aula nas escolas brasileiras. Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas – CIEPP. https://www.ciepp.org/_files/ugd/25b93e_e0bc9d0ebff14307a8299051329f01d0.pdf
Branco, A.P, Gercina, C. , Galvão, J. e Cunha, J. (2025, 01 abr) Exaustão, queimaduras e desmaios: calor extremo castiga trabalhadores e eleva denúncias no MPT. Folha de São Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/04/exaustao-queimaduras-e-desmaios-calor-extremo-castiga-trabalhadores-e-eleva-denuncias-no-mpt.shtml
C40Cities (2024) How cities can support workers in extreme heat. C40 Cities Climate Leadership Group/C40 Knowledge Hub. https://www.c40knowledgehub.org/s/article/How-cities-can-support-workers-in-extreme-heat?language=en_US
ClimaInfo. (2024, 13 fev.). “Como em uma air fryer”: Brasil experimenta onda de calor extremo e prolongado. https://climainfo.org.br/2025/02/13/como-em-uma-air-fryer-brasil-experimenta-onda-de-calor-extremo-e-prolongado/
Dias, R. (2024, 22 mai) Mobilização juvenil e educação climática: respostas aos eventos climáticos extremos. EcoDebate. edição: 4143. https://www.ecodebate.com.br/2024/05/22/mobilizacao-juvenil-e-educacao-climatica-respostas-aos-eventos-climaticos-extremos/
Euler, M. (2024, 06 ago.). OIT: estresse por calor impacta segurança e saúde dos trabalhadores. Agencia Brasil. https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/meio-ambiente/audio/2024-08/oit-estresse-por-calor-impacta-seguranca-saude-dos-trabalhadores
Fan, H., Lu, H., Lyu, G., Guin, A., & Guensler, R. (2024). A Framework for Assessing Cumulative Exposure to Extreme Temperatures During Transit Trip. arXiv preprint arXiv:2408.04081. https://doi.org/10.48550/arXiv.2408.04081
Fischborn,E. (2025, 22 fev.) Onda de calor no RS: sindicato dos professores estaduais solicita ao governo nova suspensão das aulas. G1Globo. https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/02/22/onda-de-calor-no-rs-sindicato-dos-professores-estaduais-solicita-ao-governo-nova-suspensao-das-aulas.ghtml
Observatório do clima (2025, 06 fev) Janeiro de 2025 foi o mais quente já registrado. https://oc.eco.br/janeiro-de-2025-foi-o-mais-quente-ja-registrado/
Ojeda, I. (2025, 12 fev) O atraso para adaptar escolas públicas ao calor extremo. Repórter Brasil. https://reporterbrasil.org.br/calor-extremo-escolas/
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Tong, S., Prior, J., McGregor, G., Shi, X., & Kinney, P. (2021). Urban heat: an increasing threat to global health. bmj, 375. doi: https://doi.org/10.1136/bmj.n2467
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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