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Extração de gás de xisto pode afetar expansão de energias limpas

 

Mapa das bacias gás de xisto na América do Norte
Mapa das bacias gás de xisto na América do Norte

Entre a série de questões ambientais que a revolução do gás de xisto suscita, uma das mais significativas ainda é a mais difícil de ser respondida: será que ele vai afetar o investimentos em energias renováveis necessários para enfrentar as mudanças climáticas? Matéria no Valor Econômico, socializada pelo ClippingMP.

A promessa de gás natural barato e abundante eclodiu no cenário energético global bem no momento em que as energias renováveis alcançam feitos que alguns pensavam ser impossíveis. Os investimentos em energias limpas atingiram o recorde de US$ 260 bilhões no ano passado, em comparação a menos de US$ 60 bilhões em 2004. Mais capacidade de geração de energia solar foi instalada em 2011 do que em todo o planeta até 2009.

As energias solar, eólica, geotérmica e outras formas de energias renováveis ainda são pequenas, produzindo apenas 3% da eletricidade consumida no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o organismo que monitora o setor no mundo (a energia hidrelétrica responde por outros 16%). Mas a previsão é de que todas vão crescer mais rapidamente do que outras fontes de energia, uma vez que tecnologias melhores e mais baratas as aproximam das usinas convencionais que usam combustíveis fósseis, que são mais baratas. Essas previsões vêm sendo frustradas pelo boom do xisto, que fez os preços do gás natural caírem aos níveis mais baixos em dez anos.

Até agora há poucas evidências concretas de que isso está afetando o crescimento das energias renováveis. Desde 2005, quando a produção de gás de xisto começou a decolar, a geração de eletricidade a partir do gás aumentou 270 terawatt/hora nos Estados Unidos, enquanto a geração a partir do carvão caiu 250 terawatt/hora, segundo Laszlo Varro, diretor da divisão dos mercados de gás, carvão e eletricidade da AIE. Mas, ao longo do mesmo período, a eletricidade gerada por meios renováveis não hidrelétricos, como a energia solar e a energia eólica, aumentou em 100 terawatt/hora. “Portanto, o gás está dando uma surra no carvão e ao mesmo tempo as energias renováveis estão crescendo bem”, diz Varro.

Mas o potencial comercial do gás barato já está afetando o pensamento dos investidores, segundo afirma Michael Liebreich, diretor do grupo de pesquisas Bloomberg New Energy Finance. “Se você é um fundo de pensão dos EUA e há esse fluxo constante de notícias sobre o gás, você precisa ser muito corajoso para dizer que é sensato continuar investindo meio a meio em gás e energias renováveis”, diz ele. “A manada está enorme e no momento começa a se dirigir de maneira impensada para o gás de xisto.”

EcoDebate, 12/07/2012

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