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Artigo

O estresse vicia, artigo de Américo Canhoto

[EcoDebate] Na vida contemporânea, nós teimamos em viver perigosamente; mas mesmo que seja de mentirinha; só no imaginário – acaba sobrando para o organismo físico.

Na ilusão: um bicho vai te pegar produzimos em altas doses alguns mediadores químicos e hormônios que estão ligados ao processo que regula o instinto de sobrevivência, de ataque e defesa – e se os níveis caem; nós entramos numa espécie de crise de abstinência do tipo uso de droga seja lícita ou ilícita.

Isso caracteriza um estado de dependência; um vício.

Criamos um tipo de dependência ao produzir algumas substâncias em níveis mais elevados do que o normal; e passamos a depender psicologicamente das sensações que elas produzem.

Algumas situações geram picos de produção desses mediadores químicos. E é lei da física – tudo que vai lá prá cima vai lá prá baixo.

Daí: Na fase de baixos níveis ou depressão orgânica do estresse, todo mundo almeja ir para um lugar sossegado e descansar, relaxar. No entanto, logo depois de algumas horas ou de poucos dias o sujeito passa a se entediar e não vê o momento de voltar ao “batente” que gera situações radicais de emoções fortes.

Isso, quando consegue realmente se desligar durante o repouso.

Daí a pergunta: – Será que estou viciado em situações que levam ao estresse?

Podemos dizer que sim, pois os hormônios liberados durante a reação de estresse criam uma situação de aumento de criatividade e de resolução de situações fora do comum e a pessoa, sem perceber, passa a buscar mais adrenalina e outros hormônios liberados nessas situações até em momentos de lazer: esportes
radicais ou perigosos, entretenimentos com elevado teor de clima de suspense ou de terror…

Também há o risco de se criar dependência química nas fases de depressão na energia e no organismo pós-estresse. Muitas pessoas passam a se dopar com estimulantes para levar um simples e corriqueiro cotidiano tornando o seu futuro bastante sombrio. Outras se tornam reféns do sistema terapêutico e passam a usar as tais drogas de uso contínuo.

Igual a todos os outros vícios; a porta de entrada deste é larga e chamativa – sair depois: quase sempre num caixão.

Entrar em qualquer situação desse tipo que vicia é muito fácil; sair é complicado principalmente devido a dois fatores: falta de vontade e de honestidade de propósitos.

Mentimos para nós mesmos e para os outros quando dizemos que não somos capazes de sair de uma determinada situação viciosa; na verdade, nós desejamos continuar nela.

Mais fácil e eficiente seria admitir que, nós não desejamos ainda largar esse estilo de vida que vicia; e que assumimos as conseqüências sem desculpas, revolta, nem choradeira – e muito menos vamos colocar Deus no meio desse imbróglio quando as conseqüências começarem a aparecer.

Eliminar o vício do estresse crônico exige uma pitada de raciocínio crítico; um dedinho de boa vontade e um mínimo de capacidade para executar a decisão tomada.

De fato, a cura definitiva ainda não é para qualquer um não…

Até mais.

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Usa a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

EcoDebate, 23/05/2011

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Alexa

One thought on “O estresse vicia, artigo de Américo Canhoto

  • Matéria bastante interessante, já procurava respostas das mesma respondidas em parte pois acho esse assunto muito complexo, o corpo e mente humana ainda estão longe da total compreensão, li em uma outra matéria mais ou menos assim o “Homem não consegue viver sem algum tipo de vício e pra não piorar acaba optando pelo menos pior” e concordo com isso, acho que é por ai. Mais uma vez digo que uma matéria que deveria ser abordada mais vezes. um abraço para o colunista.

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