Castanhal-PA: Um Estudo Avaliativo da ‘Cidade Modelo’ no Nordeste Paraense, Brasil, artigo de Maria Lúcia Bahia e Rodrigo Fraga Garvão

CASTANHAL-PA: UM ESTUDO AVALIATIVO DA “CIDADE MODELO” NO NORDESTE PARAENSE – BRASIL

Maria Lúcia Bahia

Doutora em Economia Aplicada – Universidade Federal de Viçosa –UFV

Rodrigo Fraga Garvão

Mestrando em Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Universidade da Amazônia- UNAMA

RESUMO

O artigo em questão propõe construir uma análise histórica, econômica e social da cidade de Castanhal, localizada na região do nordeste Paraense. Esta cidade se caracteriza como uma “Cidade Modelo”. Tal análise relaciona-se as relações estabelecidas entre a dinâmica urbana de Castanhal, a partir de suas atividades econômicas, e o espaço metropolitano de Belém, importante mercado consumidor.

Palavras chave: Pará; Castanhal; Economia; Urbanização.

ABSTRACT

The article in question proposes to build a historical, economic and social analysis of the town of Castlebay, located in the northeastern region of Pará. This City characterized as “Model City.” This analysis relates to the relationships established between the urban dynamics of Castlebay from their economic activities, and metropolitan area of ​​Belém, important consumer market.

Keywords: Pará; Castanhal; Economy; Urbanization.

CASTANHAL-PA: UM ESTUDO AVALIATIVO NA “CIDADE MODELO” NO NORDESTE PARAENSE – BRASIL

O progresso não é mais do que o desenvolvimento da ordem – Auguste Comte

INTRODUÇÃO

Na atualidade, entender a organização espacial urbana das cidades se fundamenta em perceber a existência de um complexo sistema de redes. Portanto, não se deve entendê-la a partir de uma visão reducionista em que se consideram apenas as formas geométricas sem se “olhar” para as relações estabelecidas entre os espaços, devendo se analisar os fluxos de articulação sócio-espaciais, o tempo das relações (LENCIONI, 2003).

A análise do fenômeno urbano deve ser realizada a partir de fluxos sócio-espaciais, indispensáveis à compreensão das contradições que caracterizam o processo de urbanização e desenvolvimento humano no contexto amazônico.

Apesar da Cidade de Castanhal não pertencer diretamente à região Metropolitana de Belém , apresenta através do processo de metropolização do espaço, intenso processo de industrialização e relação de interdependência com a capital paraense, a partir de uma dinâmica de fluxos sócio-espaciais.

Portanto, este artigo tem por finalidade, analisar as relações estabelecidas entre a dinâmica urbana de Castanhal e a Região Metropolitana de Belém e analisar a importância da cidade de Castanhal no contexto do nordeste paraense, a partir da dinâmica de fluxos sócio-espaciais e desenvolvimento regional. Para isso será observado dados do IDH da cidade, índices do IBGE, dados do IDESP, para então traçar um diagnóstico da cidade, em que se retiraram conclusões para entender o futuro do município e da região.

2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASTANHAL

A cidade de Castanhal localiza-se no nordeste do estado do Pará, distante 68 km de Belém. Com uma população estimada de 173.149 habitantes, Possui uma área de 1.029,191 km². Sua população estimada em 2013 era de 183 917 habitantes, podendo ultrapassar a marca dos 200 000 habitantes, em 2014. ( IBGE, 2010), conforme pode ser observado na Figura 1.

Figura 1: Evolução Populacional

Fonte: IBGE,2010

Apesar de Castanhal não estar inserido diretamente nos grandes projetos direcionados para a Amazônia voltados para a agropecuária e mineração, sua localização geográfica se tornou estratégica para a ligação com outros municípios de grande potencial econômico para a região Norte, exemplificando os municípios de Ananindeua, Belém e Barcarena, nesta última, se instalaram grandes mineradoras como Alunorte e Allbrás. Também o município de Tucuruí, onde se instalou uma hidrelétrica, além de cidades mais distantes como a cidade de Parauapebas, onde também se instalaram projetos de mineração na serra dos Carajás, município com maior mercado consumidor e PIB do Estado do Pará.

A Cidade de Castanhal é um forte pólo agroindustrial paraense, possuindo 22% das indústrias processadoras de frutas do Estado (COSTA, 2004 apud SILVA, 2011).

Atualmente, Castanhal representa um importante pólo industrial do Pará que abastece e mantém estreita ligação com a capital do Estado, abastecendo-os, bem como os comercializar com o restante do Brasil, isso torna a cidade um pólo estratégico comercial de grande importância para o estado. Para PERROUX (1949/1967) uma região é considerada impulsionadora a partir do momento que esta provoca uma mudança percentual positiva na economia de determinado centro urbano.

Figura 2: Castanhal e municípios adjacentes.

Fonte: IBGE,2010

Segundo PERROUX (1949/1967) a teoria da Polarização define as regiões observando a natureza econômica e a posição de força ou dominância de espaços geográficos, no qual possibilita classificar essas regiões entre regiões pólo e regiões dominadas. Entender a aglomeração produtiva de Castanhal como um pólo de desenvolvimento regional é algo recente para o setor industrial. Sendo assim, percebe-se a importância de Castanhal como uma cidade pólo, já que ocupa lugar de destaque para a economia paraense, e virtude da sua localização e do seu alto desenvolvimento agro-industrial.

A relação de interdependência entre Castanhal e a região metropolitana de Belém, a partir da atividade industrial, dá-se, entre outros aspectos, ao fato da região metropolitana belenense, representar um importante mercado consumidor, possuir uma localização estratégica que facilita o escoamento da produção, a proximidade com o centro de decisões burocráticas e a visibilidade comercial proporcionada pelo mercado industrial estar junto à Belém. Para LEMOS (2000), a polarização econômica trata-se do poder de dominação sobre o espaço, de inicio entendido como indústria motriz e empresa motriz, com dimensões consideradas relevantes para gerar a capacidade de acelerar o processo de compras e vendas em um espaço definido.

Segundo dados do IDESP (2012), o setor secundário representou em 2009, 19,69% do PIB municipal de Castanhal. As atividades de setor terciário e agropecuário corresponderam, respectivamente, a 77,84% e 2,47% de um total de R$1.072.728,00 referente ao PIB de 2009.

Segundo dados do IBGE (2010), conclui-se que a base econômica de Castanhal dar-se-á em atividades relacionadas a serviços, seguido da industrialização, em pleno crescimento, e em menor escala a atividade agro-pecuarista, conforme ilustrado na Figura 3.

Figura 3: Produto Interno Bruto ( Valor Adicionado ).

Fonte: IBGE,2010

Observa-se no quadro abaixo, com dados obtidos pela IDESP (2010), o número de estabelecimentos com vínculos empregatícios segundo o Setor de Atividade Econômica. A partir destes dados destaca-se a força das atividades de comércio na cidade de Castanhal, onde há grande contribuição no abastecimento das cidades vizinhas, através da venda de utensílios, alimentos, ferramentas, material de construção. Municípios como: Igarapé-Açu, Santa Izabel, Santo Antonio do Tauá e Santa Maria do Pará vêem na cidade de Castanhal um pólo de negócios no campo agropecuário e também comercial , há uma procura de empresários e também comerciantes pela cidade, devido a mesma possuir uma posição estratégica em relação a capital paraense. Segundo Perroux (1949/1967) o pólo é o centro dinâmico de uma região ou de um país e seu crescimento alarga-se para a região de seu entorno. Portanto, o desenvolvimento regional deverá está sempre ligado ao do seu pólo. Segundo Richardson (1975), está será a teoria dos lugares centrais, em que o crescimento da cidade dependerá da sua especialização, na qual a função da cidade é atuar como centro de serviços para os interiores mais próximos. Trata-se de uma teoria mais generalista, visto que não explica apenas o crescimento dentro de uma cidade, mas também a distribuição espacial dos centros urbanos na economia regional e nacional.

Figura 4: Número de estabelecimentos com vínculos empregatícios em Castanhal.PA

Fonte: IDESP(2010)

Analisando o gráfico acima, percebe-se que entre os anos de 1999 a 2009 houve um crescimento significativo em vários setores de atividade no município de Castanhal tornando-a “polo de desenvolvimento regional” (PERROUX, 1949/1967). O setor de construção civil passou por um processo de expansão, o que aponta para um crescimento gradativo da cidade, com aumento de imóveis na cidade demonstra-se que há um processo continuo de crescimento que tende a se alargar nos anos seguintes, podendo a levar a cidade a passar por um processo de conurbação (unificação das malhas urbanas) com cidade mais próximas, como é o caso da cidade de Santa Isabel. Com relação ao comércio de Castanhal, percebe-se que há uma elevação entre os anos de 1999 a 2009, mas principalmente a partir dos anos de 2008, este percentual tende a elevar-se, o que demonstra que há grande potencial no comércio da região. Nos outros setores de atividade do município, como o de serviços, agropecuária e indústria de transformação não há diferença no cenário de crescimento, com o passar dos anos a rede de serviços só aumenta em função da necessidade de acompanhar um crescimento quase que “obrigatório” da cidade, pois quanto mais indústrias existirem, maior será a necessidade de existir de aumentar o número de trabalhadores tanto na industria como no comércio.

3. ORIGEM , CULTURA E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, a origem do município de Castanhal é atribuída a um povoamento de colonos e imigrantes nordestinos. Existem duas versões que tentam explicar a origem do nome Castanhal. A primeira delas, diz respeito ao fato de que, apesar de da área em questão nunca ter sido no passado e nem se caracterizar nos dias de hoje, como uma área onde seja freqüente a ocorrência de castanheiras, o seu nome do Município foi dado em homenagem a essa espécie vegetal. A Segunda remete-se à época da construção da estrada de ferro que ligava Belém a Bragança, em que uma das suas estações ficou localizada sob a sombra de uma frondosa castanheira e, a partir daí, o local foi batizado como Castanhal, constituindo-se em núcleo urbano.

Segundo Smith Junior (2012) o desenvolvimento do “Núcleo de Castanhal” começou a partir de uma vontade política do governo do estado do Pará, a partir do Projeto de construção da ferrovia que ligaria Belém, a capital e a cidade de Bragança. A cidade de Castanhal possui dois distritos: a atual sede Castanhal e o vilarejo do Apeú, e ainda entre os seus acidentes geográficos estão os rios: Açu, Americano, Apeú, Caranã, Inhangapi, Arajó e Marapanim, e os igarapés: Petimandeua e Piquiá (CASTANHAL, 2006).

Considerada cidade pólo, por estar a sessenta e cinco quilômetros da capital paraense, Castanhal está entre as cinco principais cidades do Estado e figura como uma espécie de metrópole da região Nordeste do Pará, fazendo fronteira com oito municípios paraenses e é a quinta cidade mais populosa dos 143 municípios do Pará já no ano de 2007 (IBGE, 2007).

A cidade de Castanhal possui privilegiada posição geográfica no mapa do Pará, sendo cortada pela rodovia federal BR-316 – Segundo Fontes (2006) a rodovia Belém-Brasília foi de fundamental importância para a dinâmica econômica de Castanhal. Tal BR é a principal via de ligação entre a capital paraense e as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, item indispensável para uma melhor logística para saída de insumos para todo o Brasil, além disso, o fluxo migratório e conseqüentemente crescimento demográfico contribuíram para o desenvolvimento do setor terciário do município, no qual alcança 7º lugar no ranking dos municípios líderes do PIB do Pará , no setor de serviços (SEPOF, 2005) A economia local está centrada no conjunto das atividades que se voltam para o comércio, serviços, agricultura, pecuária e indústria. ( CASTANHAL, 2006).

A cidade de Castanhal por está há pouco mais de sessenta quilômetros de distância do porto de Belém, aeroporto e da Alça Viária, torna-se outra opção de saída de insumos para o Brasil, pela sua posição estratégica de ser um município de passagem ao longo da BR 316.

Outro investimento de suma importância para o crescimento e desenvolvimento de Castanhal, é o Pólo Industrial da região.O pólo industrial de Castanhal será implantado em uma área privilegiada às margens da PA-10, a cerca de cinco quilômetros de distância do centro do município. O governo municipal realizará toda a infra-estrutura necessária para a instalação das empresas além da isenção de impostos, como IPTU e ISS, para empresas que queiram se instalar no município e contratar mão-de-obra local. O pólo contará ainda com um Hangar e uma pista de pouso para aeronaves de pequeno porte. (CASTANHAL, 2006).

No calendário de festividade, os dois principais acontecimentos do município ocorrem no segundo semestre. No segundo domingo de agosto, ocorre o Círio Fluvial de Macapazinho (distrito de Castanhal). O Círio é em homenagem á Nossa Senhora de Nazaré. No mês de setembro, outro acontecimento festivo em Castanhal, é a Exposição-Feira Agropecuária de Castanhal, já tradicional, o evento possui como objetivo promover a pecuária e a indústria de derivados do leite e da carne.

O artesanato de Castanhal, embora apresente variedades, é pouco divulgado. Destacam-se as confecções de roupas, bolsas, chapéus, peças de crochê, peças bordadas, cinzeiros, abajures e arranjos. A igreja de São José, construída em 1906, e a igreja de São Francisco, construída pelo cônego Leitão, em 1897, são considerados monumentos históricos da cidade. Outros lugares se destacam no município, como a Casa da Cultura e a Casa Paroquial, pontos de referência para a preservação e a divulgação da cultura local, são espaços também destinados a valorizar a identidade do cidadão castanhalense. Além disso, a cidade ainda tem como símbolo, uma estátua suntuosa de Jesus cristo as margens da BR 316, relembrando o cristo redentor do Rio de Janeiro, um ícone de modernidade e prosperidade da cidade, construído em uma posição estratégica, o que demonstra o quanto o município deseja ser visto como próspero e moderno.

4. CRESCIMENTO POPULACIONAL

O processo de urbanização na Amazônia é caracterizado por um crescimento contínuo desde 1940 onde a população urbana vem se sobressaindo sobre a população rural . Esse crescimento populacional nas cidades amazônicas proporcionou uma nova dinâmica de produção do espaço em questão. Segundo Becker (1999) a Amazônia , como no Brasil, não permaneceu a mesma dos anos de 1960. Urbanizou-se e industrializou-se. Segundo dados do IBGE (2010) 73,51% dos seus 15.865.678 habitantes residem em área urbana, cenário extremamente diferente da década de 40, quando a população urbana significava apenas 26,18%.

Figura 5: População urbana e rural – região norte (1940 -2010)

Fonte: IBGE,2010

Compreender a dinâmica urbana no contexto amazônico é extremamente importante para discutir a forma metropolitana dispersa inserida nesse contexto e analisar a dinâmica urbana de Castanhal e suas consequentes modificações socioespaciais.

4.1 População Urbana e Rural de Castanhal

Segundo IBGE (2007) a população rural reduziu-se gradativamente nos últimos 20 anos da existência da cidade de Castanhal, passando de 32,29% de população rural em 1970 para 9,82% em 2007, e nos anos atuais essa porcentagem se reduziu ainda mais. Houve um incremento significativo da população urbana durante a década de 80, alterando o percentual da população rural cerca de 50% para 20% da população total. A mudança do perfil profissional foi acompanhada por dinâmicas sócio-econômicas do município com o fortalecimento das atividades tipicamente urbanas como comércio, serviços e atividades administrativas. É provável que o crescimento mais intenso nas faixas de renda de 1 a 5 salários mínimo durante as décadas de 80 e 90, seja um impacto desta mudança.

Portanto, subtende-se que, a redução da população rural, por conseguinte o também aumento da população urbana, deve-se ao fato da forte industrialização do município de Castanhal. Isso possibilitou que a população, oriunda de espaços rurais, passasse a ter melhores oportunidades de emprego e salários. No entanto, o que se observa é que o crescimento populacional urbano de Castanhal ocorreu sem a devida retaguarda de políticas públicas voltadas para a construção de habitação e infra-estrutura urbana, acarretando em problemas de ordem social. Apesar dos números apontarem para um aumento no setor da construção civil, o que se percebe na cidade de Castanhal é um processo de “segregação” urbana, característica dos grandes centros urbanos.

A cidade de Castanhal viu nos últimos anos sua população crescer significativamente, isso ocasionou uma aceleração da construção civil, ao mesmo tempo houve uma “certa” seleção das moradias da cidade. A construção de prédios e condomínios de luxo passaram a fazer parte também da realidade da população castanhalense, que passou a se dividir entre o alto padrão de moradia e o baixo nível de moradias.

4.2 IDH- Índice de Desenvolvimento Humano

Uma pesquisa realizada pelo DEEPASK (plataforma de inteligência que divulga pesquisas diárias, na qual cruza dados públicos de diversas fontes oficiais) a partir dos dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2013), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –PNUD, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- IPEA e Fundação João Pinheiro –FJP, e com dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010, concluiu que o IDH Municipal varia de 0 a 1 considerando indicadores de longevidade como saúde, renda e educação considerou que quanto mais próximo de 0 pior é o desenvolvimento do município,e quanto mais próximo do 1, mais alto é este desenvolvimento humano deste município, e analisando tais dados verificou-se que Castanhal , possui os seguintes indicadores:

Figura 6 : IDH no Município de Castanhal.PA

Fonte:www.deepask.com

No IDH estão equacionados três sub-índices direcionados às análises educacionais, renda e de longevidade de uma população. O resultado das análises educacionais é medida por uma combinação da taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada nos três níveis de ensino (fundamental, médio e superior). Já o resultado do sub-índice renda é medido pelo poder de compra da população, baseado pelo PIB per capita ajustado ao custo de vida local para torná-lo comparável entre países e regiões, através da metodologia conhecida como paridade do poder de compra (PPC). E por último, o sub-índice longevidade tenta refletir as contribuições da saúde da população medida pela esperança de vida ao nascer.

Observa-se que mediante a análise desses dados temos um IDH considerável em todos os aspectos como longevidade e municipal, mas em termos de educação ainda o IDH possui um índice não muito significativo, mas muito esperançoso para os próximos anos.

5. CONCLUSÃO

No cenário atual, avaliar algo a respeito do planejamento e da gestão do município de Castanhal são processos que exigem um diagnóstico global e continuado da realidade local, na qual acompanhe e interprete a dinâmica municipal em seus diversos aspectos social, econômico e ambiental.

Em se tratando da importância econômica de Castanhal, percebe-se que cada vez mais a polarização das atividades produtivas e dos serviços no município o faz assumir uma posição estratégica de pólo na região nordeste do estado do Pará e o coloca em lugar de prestígio, pois é cortada por uma rodovia de grande importância para todo o estado que liga a capital paraense ao resto do Brasil.

Alguns acertos são encontrados no processo de entendimento das ações municipais da cidade de Castanhal. Em primeiro momento aponta-se para o crescimento da cidade de Castanhal e desenvolvimento da região, isso fez com que vários setores oferecessem melhores condições de emprego e salário para sua população, ocasionando no aumento da qualidade de vida dos moradores do município, pois quanto maior for a oferta de serviços ligados a áreas como a saúde, agropecuária e comércio, maior será qualidade de vida dos habitantes.

Percebe-se também que o município de Castanhal sofreu um crescimento significativo em vários setores de atividade, como o setor de construção civil demonstrando uma tendência para o crescimento nos anos futuros.

Com relação ao IDH, pode-se dizer que o mesmo está entre os melhores do estado, mas ainda há muito a melhorar. Para se ter uma educação que possa se destacar no cenário nacional será necessário muito investimento na área.

Os investimentos na educação poderão apresentar significativas mudanças no futuro dos habitantes. Ações na urbanização da cidade também implicarão na geração de emprego e renda. Não esquecendo que a implantação de um pólo industrial fará com que o município tenha perspectivas de crescimento e desenvolvimento.

Por fim, percebe-se que as possibilidades de crescimento para o município de Castanhal são grandes, todavia podem trazer não só benefícios a sociedade castanhalense, mas também problemas futuros ligados à área social do município, pois todo esse crescimento, se não for planejado, trará consigo mazelas que tornará o município vulnerável a situações de inchaço populacional, prostituição e violência. O município precisará de políticas públicas voltadas para a construção de habitação, hospitais e infra-estrutura urbana, isso fará com que a periferia também possa usufruir desse processo de desenvolvimento e não se sinta exclusa de todo o processo de evolução da cidade.

Portanto, os indicativos levam a entender que Castanhal será uma cidade próspera, desde que, a mesma se prepare para receber esse processo de modernização, pois caso contrário, isso apenas trará graves problemas para o futuro da cidade.

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EcoDebate, 09/09/2014

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