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Ribeirinhos enfrentam cheias e outras dificuldades em Manaus

 

[Por Maria Carolina Gonçalves, para o EcoDebate] Em Manaus é comum pessoas de baixa renda morarem perto das margens dos rios. São comunidades como outras observadas no território brasileiro, porém, com uma particularidade: os alagamentos anuais. “O problema daqui é que alaga. A violência não assusta”, diz Elisângela de Freitas, moradora de igarapé.

Elisângela é doméstica e sempre morou na região do Igarapé São Raimundo, banhado pelo Rio Negro. Ela já passou por diversos problemas causados pelo alagamento. Em 2009, por exemplo, a cheia do rio foi tão intensa que a família precisou alugar uma outra casa por três meses até o nível da água abaixar e a casa ser restaurada.

Elisângela afirma que não recebeu nenhum apoio da prefeitura quanto às enchentes. Em 2009, o Prosamin (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus), segundo ela, prestou auxílio a menos de dez pessoas da região.

Para Sebastião Ferreira da Silva, que trabalha como serviços gerais e também é morador de igarapé, o maior problema é o trafico de drogas na região. Além disso, ele enfrenta dificuldades com o sistema de saúde. Ele conta que a mãe, portadora de deficiência física, recebia visitas regulares de uma médica voluntária, que deixou de visitar a família há oito meses.

Para Maria das Graças Santos da Silva, aposentada que nasceu em Tefé e hoje mora em Manaus, o rio já trouxe muitos problemas. São dez crianças e cinco adultos na casa, com uma renda que nem sempre é suficiente. Desde que mora no igarapé, já viu muitas cheias, perdeu móveis e as crianças já contraíram doenças trazidas pelo rio.

No entanto, o rio também trouxe a oportunidade de aumentar a renda. Todos os dias, seu marido sai às 4h da manhã para fazer “fretes” com sua canoa de alumínio. São viagens por motivos diversos, desde passeio até entregas, que rendem por volta de 15 reais por dia, e ajudam a família financeiramente. “É o barco que nos sustenta de madrugada”, diz Maria das Graças.

Maria Carolina Gonçalves é estudante de Jornalismo – ECA – USP

EcoDebate, 08/09/2011

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