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Código Florestal: Carta aberta ao Deputado Aldo Rebelo e a sociedade brasileira

MD. Deputado Aldo Rebelo

Esta carta não é uma resposta, não quero acusações mútuas quero respostas e soluções para um Brasil sustentável, quero o debate e o jogo aberto da democracia. Entendo que todos nós ambientalistas e outros segmentos da sociedade, estamos surpreendidos com V. Excia. pertencente a um honroso partido que sempre se posicionou ao lado da democracia e da vida cidadã em defesa da liberdade e de ideais de solidariedade e atenção aos mais humildes e excluídos . Pretendo focar sua atitude de atacar e desqualificar o discurso dos que são contrários as alterações do Código Florestal.

Vamos conversar sem perder o foco, não queremos o jogo dos dossiês isso é da época da ditadura que democraticamente destruímos.

V. Excia tem agora a oportunidade de colocar-se ao lado dos desfavorecidos e excluídos ambientais, seu relatório de Lei, cada vez mais próximo da bancada ruralista, acirra ainda mais a exclusão ambiental e as injustiças no campo. Apure mais suas informações para agregar conhecimento sobre o assunto informe-se com os especialistas, com os técnicos de universidades, de instituições de pesquisa ambientais e ONGs, reveja seu ponto de vista vamos pensar num Brasil sustentável com agricultura familiar sustentável, por que defender o latifúndio? Por que apoiar os setores mais retrógrados do ponto de vista ambiental? Quem se beneficia com sua proposta? Os escravocratas? Os latifundiários? Repense deputado, é nobre em um ser humano reconhecer seus enganos e retroceder.

Além disso lembro a V. Excia que “O Brasil já derrubou muita floresta”.

Não é mais concebível mudar o Código Florestal para aumentar desmatamento, principalmente neste momento em que vivemos uma preocupante crise climática. Qualquer debate sobre a nossa lei florestal deve ser feito com seriedade, por toda a sociedade.

Dentre as mudanças que a “bancada da motosserra” quer, está anistiar quem cometeu crimes ambientais nas últimas cinco décadas, reduzir a obrigatoriedade de cada fazenda ter uma reserva legal (área coberta com mata nativa) e aumentar o limite de desmatamento em áreas de preservação permanente (APPs).

Chuvas torrenciais, secas, deslizamentos e mortes. Tudo isso tem a ver com o desequilíbrio ambiental que estamos legando ao país. Qualquer investida contra nossas florestas é um tiro no pé. Mesmo assim, as ameaças a elas não cessam. E uma das maiores, hoje, vem justamente da capital do país, Brasília. É no Congresso Nacional que representantes do agronegócio têm movido mundos e fundos para derrubar o Código Florestal brasileiro, levado pelo boom econômico, o tema ambiental não tem recebido o tratamento devido por parte do governo. http://www.ecodebate.com.br/2010/06/07/brasil-a-agenda-esquecida-codigo-florestal-debate-para-alem-da-questao-ambiental/ , pelo contrário, é visto como um empecilho para o crescimento econômico a lei que protege nossas matas desde 1934.

Mas a população brasileira não foi chamada para o debate. O destino de nossas florestas está sendo decidido por “meia dúzia” de deputados, em pleno ano eleitoral.

O argumento dos políticos que defendem a agropecuária é velho primitivo e não funciona os objetivos dos ruralistas são muito claros com a proposta de retalhar o Código Florestal: “consolidar o desmatamento que já promoveram no Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Caatinga; avançar na destruição da Amazônia e consolidar as áreas que já desmataram”, avalia Luiz Zarref, engenheiro florestal, especialista em agroecologia e militante do MST para o país se desenvolver, o campo tem de produzir. Isso é óbvio.

O problema é que, invariavelmente, a agropecuária avança sobre as florestas. Vamos ao debate democrático, aberto, honesto sem dossiês que fogem ao tema.

VAMOS CONSTRUIR UM BRASIL SUSTENTÁVEL!
Abraço Eco Lógico
Ricardo Machado – Ambientalista, pós graduado em planejamento e gestão ambiental

e-mail ricomachado@terra.com.br

EcoDebate, 31/03/2011

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9 thoughts on “Código Florestal: Carta aberta ao Deputado Aldo Rebelo e a sociedade brasileira

  • Osvaldo Ferreira Valente

    O articulista precisaria se informar um pouco mais da realidade do pequeno produtor rural brasileiro. Já tenho dito em artigos e comenrtários que um grande erro de ambientalistas é o foco na Amazônia e no grande empresário rural. Quem acaba sofrendo as consequências é o pequeno. E que o articulista me desculpe, mas o deputado Aldo Rebelo, pelas suas entrevistas, está bem a par das condições dos pequenos. Andou muito por aía ouvindo suas queixas. Sou um grande defensor dos pequenos produtores e os povos das cidades ainda têm deles uma visão muito romântica, o que é uma pena.

  • 31.03.2011
    Ao Sr. responsavel pela carta aberta, com sermão ao Mui Dignissimo Deputado Rebelo pelo seu Novo Projeto Ambiental.

    O Sr. deve estar sentado num gabinete com ar condicionado, bom salário (não sei de onde vem) e se viaja para fazer pesquisas ganha tudo pago, desfruta hotéis de 5 estrelas, e não tem conhecimento da agricultura e de desmatamento, quer dizer certamente entende coisas por informações de um lado mas o Sr. deveria estar na pele dos agricultores, Familiares que labutam dia e noite p/ o sustento da familia e o que ele terá de oferecer para os seus filhos? Netos? Será que essa Burrocracia não para nunca? Existe gente q se axam na verdade, e esquecem que estão debaixo do madato dos Paises de fora, pensam em mata e esquecem q comem a comida produzida pelos agricultores, aliás querem q nós brasileiros importamos comida de fora é isso q querem por que existem gente ganhando com isso, é absurdo, até alcool para abastecer a frota brasileira importam. Abrem o olho gente é o fim da picada.

  • Parece que o Sr. Ricardo Machado, do alto de suas qualificaçõea acadêmicas não quer ver, ou não consegue ver o que realmente acontece no campo e em especial com o pequeno agricultor brasileiro. Europeus, americanos, canadenses não tem reserva ambiental em suas plantations; apenas usam a terra para produzir com tecnologia, ganhando produtividade e lucros, como no caso dos EUA, com apenas 2 % de sua população no campo… A extinta (graças a Deus) URSS, com sua imensidão de terras agriculturáveis jamais foi autosuficiente em alimentos. Por que? Devido a ineficência do modelo de produção coletivista, com seu arranjo eivado de vícios de origem, como prepotência dos ¨zampolit¨ e a corrupção endêmica de seu sistema.
    Sr. Machado, o mundo necessita cada vez mais de mais
    alimentos, para bilhôes de seres humanos. Mas, sua ideologia, como ápice do embate dialético, propõe mesmo
    é a extinção da Humanidade – essa é a verdade horrível, ocultada há décadas sob os mais diversos artifiícios que enganam a muitos, porém não a todos. Para finalizar, sua comida é produzida por quem? Quem produz os bens que o senhor consome? Como são financiadas as suas compras? O senhor vive numa sociedade de consumo. Sr. Machado, por favor, não vomite no prato!

  • Debora Wanderley

    O MD deputado Aldo Rebelo não defende o interesse do pequeno agricultor, não defende a agricultura familiar, defende o agronegócio, como a defendiam na velha republica nos anos 1800. Digam-me com quem andas e lhe direi quem és, já dizia meu pai. O deputado anda com a Sra. Catia Abreu, entre outros, da espécie mais conservadora e predadora do país, eles só pensam no dinheiro do agronegócio que historicamente nunca foi do pequeno agricultor, isto é também uma falácia histórica.

  • Joel Mauro Magalhães

    Prezados Senhores,

    Acredito que o Relator do PL Nº 1.876/99 está aberto a receber contribuições, inclusive o Presidente da Câmara Federal oportuniza-nos fazê-las, pelo menos até abril, quando deve ser votado o Relatório Substitutivo ao Código Florestal vigente.
    Penso que não deve ser reduzidas as faixas de APP, por causa das suas importantes funções de proteção dos cursos d’água contra assoreamento, proteção do solo contra desbarrancamentos; proteção das nascentes e das veredas etc, assim como não devem ser desmatadas as encostas que previnem os deslizamentos etc. Assim, sugiro manter as faixas que foram definidas pela Lei 7.803/89 e introduzidas no Código Florestal atua e, mantidas pela MP 2.166/67-01.
    Tenho absoluta certeza de que não deve ser liberada a Reserva Legal dos imóveis rurais de até 4 Módulos Fiscais, tidos como pequena propriedade ou posse rural, pela enorme importantância econômica da Floresta para o pequeno produtor rural que pode Manejá-la, explorando-a seletivamente e auferindo rendas, além de dever receber pelo carbono sequestrado e fixado na madeira.
    Ademais a floresta é uma fábrica de água pura e límpida, onde ela está presente alí não falta água pura, onde se retira a cobertura florestal a água fica escassa. Quém vive sem água? A indústria precisa dela, o comércio, o produtor rural o pintor, todos enfim. Então porque reduzir as fontes dos lencóis freáticos e aquíferos. Pensemos na possibilidade de um Projeto de Assentamento onde todos os colonos, com lotes de dimensão inferior a 4 Módulos Fiscais, vierem a utilizar esta “prerrogativa” haverá um enorme desmatamento localizado, fato que influirá no equilíbrio climático local e regional. E mais, o brasileiro é especialista em dar “um jeitinho” se vingar a não obrigatoriedade atual da Reserva Legal em imóveis de até 4 MF, muitos proprietários de grandes imóvesi os desmembrarão em pequenos imóveis para desmatá-los para plantar grãos, pastos etc. E a política climática brasileira onde fica?
    Falta no Relatório do Dep. Aldo incentivos ao reflorestamento, mesmo que seja industrial, para evitar o avanço sobre as florestas nativas, assim como carece de incentivo a quem mantem cobertura florestal no seu imóvel rural. Esta nova lei é uma oportunidade para regulamentar o mercado de carbono no brasil, tornando o tal crédito de carbono mais acessível, menos burocratizado, mais socializado. Isso falta no Substitutivo. Pensemos nestes aspectos e reforcê-mo-los.

  • Carmem Rodrigues

    Não me espanta a postura do Deputado Aldo Rebelo. Em todas as áreas debatidas no Congresso, nota-se o mesmo tipo de postura.
    Gostaria de saber os nomes de deputados e senadores que não visam seus interesses pessoais e pensam no povo brasileiro, tenham ao menos um pouco de amor ao Brasil, e defendam os interesses da nação.

  • Devair Roberto Vitorino

    Após ler os comentários de Sr. Ricardo Machado e outros Pseudo-ecologistas, optei por fazer também um comentário. É bem verdade que vivemos em um País com relativa democracia, onde podemos contidamente expor nossas opiniões, mas, considerando seu histórico acadêmico era de se esperar que a informação fluisse de maneira mais ampla, principalmente em relação ao tema ambiental. Não é nada agradável nem útil a ninguém, que alguém sem a mínima condição e sem o mínimo preparo e conhecimento venha expor publicamente seus pontos de vista em relação a uma questão que não domina. Ainda mais quando se tem a petulância de , a um Deputado que trabalha a mais de 2 anos na elaboração do tema.
    O Deputado Aldo Rebelo realizou dezenas de reuniões País afora, esclarecendo e colhendo sujestões para compor e elaborar o novo Código Florestal, ouviu pessoas de todos os seguimentos com afinidades ao tema, até se chegar à conclusão atual. Tenho meu pai com 82 anos, nascido debaixo de um pé de café e até hoje trabalha e vive da agricultura, mas, que virou bandido porque aqueles pseudos entendidos acham que tem que ser como querem.
    Meu recado ao Deputado Aldo Rebelo e aos demais Deputados é que coloquem este Código em votação e aprovem-o sem qualquer conceção para que o homem simples e humilde, mas trabalhador, que vive no campo, possa continuar produzindo alimentos e mostrando aos “pseudo- entendidos” que não são eles quem destroem a natureza mas sim os “experts” de gravata, que deveriam ter um pouco mais de bom senso e sensibilidade para perceberem que quando não são do ramo, não sabem o que falam, o melhor seria calar. Aí sim estariam prestando bom serviço à sociedade.

  • Por que o sr. Aldo Rebelo nunca falou do desmatamento efetuado com a utilizaçao de produtos tòxicos adulterados ( por ex. o NUFARM 2,4-D aditivado com ROUNDUP, ou FUSILADE, ou GRAMOXONE, ou PARAQUAT e demais dessecantes ) contaminando solo e àguas além de deixar restos de POPs nos alimentos produzidos? O que diz das dioxinas encontradas nos ovos das galinhas ( na Alemanha e outros Paises ) alimentadas com farelo de soja e milho, bagaços de laranja e restos dos produtos utilizados para biocombustìvel? E que diz dos restos de agrotòxicos utilizados no agronegòcio que depois se encontram até no leite materno das localidades onde se utilizam estes “venenos” para o cultivo da soja? Padre Angelo Pansa- Delegado ICEF ( International Court of the Environment Foundation)

  • Bom dia!!!
    tenho um lote de terra e por coincidencia passa o rio no fundo do mesmo, porem esse local é area urbanisada (mais especificamente centro da minha cidade). Por isso estou torcendo para a mudança desse tão arcaico codigo florestal, que a referida Lei serve para centros urbanos e para a Amozonia, isso não tem logica né?

Fechado para comentários.