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Barraginhas plantam água e colhem resultados

Exemplo de barraginha - Foto: Luciano Cordoval / Embrapa Milho e Sorgo
Exemplo de barraginha – Foto: Luciano Cordoval / Embrapa Milho e Sorgo

“Entendi que plantar água vale a pena”. Assim o padre João de Deus, da Diocese de Oeiras, no Piauí, comenta a experiência com a construção de barraginhas. Na região, foram feitas 300 barraginhas para captação de enxurradas. Ao explicar os resultados já alcançados, Padre João relata a visita que fez a uma das propriedades atendidas. “O produtor, um senhor de mais de sessenta anos, estava tão feliz e contava que nunca tinha tido tanto milho. Ele chorava de alegria. Falou que antes a roça era seca, sem vida. Depois da barraginha, sempre tem o que levar para casa: abóbora, melancia, feijão verde, milho.”

Quando avalia a tecnologia social, Padre João é enfático: “barraginha é vida, traz vida para a família”. E essa realidade vai se propagar no Piauí. Serão feitas quatro mil barraginhas no estado, atendendo a vinte municípios com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Em Oeiras, serão quatrocentas. Duzentas financiadas pelo MDS e outras duzentas como parte do projeto “Desenvolvimento e Cidadania”, custeado pela Petrobras e coordenado pelo agrônomo Luciano Cordoval, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).

Luciano Cordoval, idelizador do projeto, ofereceu treinamento a técnicos e produtores rurais do Piauí durante a primeira semana deste mês. Ele explica que as covas captam as enxurradas e evitam a erosão do terreno. A água retida infiltra e reabastece o lençol freático. O plantio, então, pode ser feito no entorno da barraginha, onde o solo tem umidade garantida.

O agrônomo da Embrapa oferece cursos em várias partes do Brasil. Faz demonstração da tecnologia e passa as explicações aos participantes dos treinamentos que depois constróem as barraginhas. Como ele conta, “os produtores aprendem fazendo. Eles se apropriam. Por isso, em cada região, o projeto tem uma cara diferente.”

Sertão de Minas

Em Minas Gerais, as barraginhas agora tem como aliado o programa Territórios da Cidadania, do governo federal. O programa busca promover o desenvolvimento econômico e social de regiões carentes e faz o agrupamento de municípios com realidades semelhantes para execução de planejamentos e ações comuns.

No território “Sertão de Minas”, que envolve dezessete municípios da região central do estado, a construção de barraginhas foi colocada como prioridade no planejamento feito com participação de representantes dos governos federal, estadual, municipal e da sociedade civil. O território recebeu duas máquinas para as obras em uma solenidade realizada no último dia oito em Corinto.

Representantes dos municípios foram divididos em dois grupos para participar da capacitação em barraginhas. No dia 29 de maio, receberam o treinamento técnicos e produtores rurais de Presidente Juscelino, Curvelo, Três Marias, Felixlândia, Inimutaba e Morro da Garça. No dia 16 de junho, é a vez dos moradores de Buenópolis, Joaquim Felício, Augusto de Lima, Corinto, Santo Hipólito e Monjolos.

Por Marina Torres (MG 08577 JP), Embrapa Milho e Sorgo, publicada pelo EcoDebate, 20/06/2009

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