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Setor sucroalcooleiro lidera denúncias de trabalho escravo em 2008. Conflitos no campo caíram de 2007 para o ano passado

O ano de 2008 registrou o maior número de denúncias sobre trabalho escravo desde a primeira divulgação dos relatório sobre violência do campo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), há 14 anos. Segundo o último levantamento da entidade, divulgado ontem (28), em Indaiatuba, só no ano passado, 280 denúncias foram computadas – quatro a mais do que o número de 2005.

O ano de 2008 foi também o que registrou o segundo maior número de trabalhadores libertados da história, só perdendo para 2007. No ano passado, foram libertados 5.266 trabalhadores, contra 5.974 do ano anterior.

O setor sucroalcooleiro foi novamente o que teve o maior número de casos de trabalho em condições de escravidão. Dos trabalhadores envolvidos em denúncias, 36% trabalhavam na produção de cana-de-açúcar. Já entre os trabalhadores libertados, 48% estavam à serviço do setor.

De acordo com com o relatório do CPT, as regiões de expansão da cultura da cana-de-açúcar no país são justamente as que vêm registrando o maior crescimento dos casos de trabalho escravo durante os últimos dois anos. O Centro-Oeste, com 32% dos trabalhadores libertados, e o Nordeste, com 28,4%, ultrapassaram a Região Norte, que historicamente apresentava o maior número de libertados.

Procurada pela Agência Brasil, a Unica (União Nacional da Indústria da Cana-de-Açúcar) não se pronunciou sobre os dados apresentados hoje pelo CPT.

Os dados da entidade também não são iguais aos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Enquanto o CPT aponta que 5.266 foram libertados no ano passado, o MTE informa que o 5.883 foram registrados ou resgatados em ações de fiscalização.

Conflitos no campo caíram de 2007 para o ano passado

O número de conflitos no campo caiu, no ano passado, na comparação com o ano anterior. Em 2008 foram registrados 1.170 conflitos, contra 1.538 ocorrências verificadas em 2007.

Segundo o relatório, o número de pessoas envolvidas nos conflitos caiu de 795 mil, em 2007, para 502 mil no ano passado. Entretanto, o número de assassinato permaneceu o mesmo: 28 mortes em cada ano.

Matéria de Vinicius Konchinski, da Agência Brasil.

[EcoDebate, 29/04/2009]

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