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Segundo a ONU, em 2008, aumentaram os desastres naturais relacionados às mudanças climáticas

furacão

A freqüência dos desastres naturais relacionados a mudanças climáticas vem aumentando, principalmente as enchentes, em relação à média registrada entre 2000 e 2006, segundo um relatório tornado público nesta sexta-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU). Das 197 milhões de vítimas por desastres naturais, 164 milhões foram por inundações. Da Agência EFE.

A Ásia foi, novamente, o continente mais afetado pelas catástrofes naturais, sendo cenário de oito das dez maiores acontecidas no ano passado – incluindo seis inundações. As inundações foram os únicos desastres que aumentaram de maneira significativa, registrando-se 206 só no ano passado, em relação à média de 172 nos últimos sete anos.

O país mais afetado por mortes foi Bangladesh, com mais de 5.000, seguido da Índia (1.103), Coréia do Norte (610), China (535) e Peru (519), segundo um relatório elaborado pelo Centro de Pesquisa da Epidemiologia dos Desastres (Centre for Research on the Epidemiology of Disasters, Cred), um organismo com sede na Bélgica, e apresentado pelo Secretariado da ONU para a Redução de Desastres (International Strategy for Disaster Reduction, ISDR).

A região asiática concentrou 74% das mortes, seguida do continente americano, com 12%, principalmente por causa do terremoto que sacudiu o Peru em agosto do ano passado e das tempestades tropicais no Caribe, segundo disse o diretor do Cred, Debarati Guha-Sapir. O número de vítimas mortais, no entanto, foi menor em 2007 – 16.517 mortos – diante da média de 73.931 registrada entre 2000 e 2006.

Os EUA, com 22 catástrofes naturais em 2007, foram o país mais afetado, seguido da China (20), Índia (18), Filipinas (16) e Indonésia (15).

Em entrevista coletiva em Genebra, Guha-Sapir explicou que, embora a China e a Índia tenham liderado nos últimos anos a lista de países mais afetados por tragédias, isso se deve ao fato de serem os mais povoados do mundo. O diretor explicou que uma metodologia mais justa para calcular o impacto de uma calamidade em um país – em relação à população – indica que os lugares mais afetados, em 2007, foram a Macedônia, com 49.000 vítimas, Suazilândia, na África (36.000), Lesoto (23.000), Zimbábue (15.000), Bangladesh (14.000) e Zâmbia (12.000).

O especialista assinalou que o impacto das mudanças climáticas na incidência de catástrofes naturais é provado pelo aumento de inundações, furacões e tempestades tropicais, claramente influenciadas pelo fenômeno planetário.

“A tendência atual é consistente com os prognósticos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, e a Ásia e a África do Oeste já estão sofrendo inundações mais severas e seguidas”, comentou, ao se referir à equipe de cientistas que estudam o fenômeno por encomenda da ONU.

Guha-Sapir também disse que existe a possibilidade de doenças infecciosas – como o dengue e a leptospirose, transmitidas, respectivamente, por mosquitos e ratos – se expandirem nos próximos cinco anos, conforme aumenta a incidência das enchentes, e cheguem inclusive à Europa e aos EUA.

O especialista disse que, atualmente, não é dada a atenção devida a essas doenças, porque só afetam ainda países pobres, mas com o aquecimento global, aumenta o risco da ocorrência delas em todo o Ocidente. O estudo do Cred também destaca o prejuízo dos desastres sobre a economia de países como o Japão, os EUA e muitos da Europa.

O terremoto ocorrido em julho do ano passado, no Japão, representou a perda de US$ 12,5 bilhões, seguido da tempestade Kyrril, na Europa, que matou 47 pessoas e provocou danos de US$ 10 bilhões.

Para acessarem o relatório (2008 disasters in numbers) cliquem aqui

[EcoDebate, 23/01/2009]

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2 thoughts on “Segundo a ONU, em 2008, aumentaram os desastres naturais relacionados às mudanças climáticas

  • Como podemos observar, os EUA foi o país mais afetado pelos desastres naturais em 2007. Todavia, o número de vítimas e prejuízos é ínfimo ao compararmos com outras nações também afetadas de maneira severa. Isto somente reforça a tese a respeito das vulnerabilidades que, ao contrário do que se pensa, não diz respeito apenas a intensidade do fenômeno, mas principalmente ao grau de preparação da sociedade. Paises desenvolvidos têm consciência da monta dos danos (vidas perdidas) e prejuízos (sócio-econômicos e ambientais) que os desastres proporcionam. Assim sendo, investem na prevenção e preparação, minimizando suas perdas.

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