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Especialista diz que desequilíbrio ecológico pode ter provocado volta da febre amarela no RS

Um desequilíbrio ecológico, com a diminuição dos predadores do mosquito Haemagogus, transmissor da febre amarela, é uma das prováveis causas para o aumento de mortes de macacos com a doença no Rio Grande do Sul e a consequente volta de casos em humanos.

É o que diz o especialista do Centro Nacional de Primatas, sediado em Belém (PA), o veterinário José Augusto Muniz.

Segundo ele, o macaco bugio é o mais sensível dos macacos à febre amarela. Ao menos 335 da espécie morreram nos últimos três meses. “É o grande alerta da existência de uma atividade viral muito forte”, afirma Muniz. Matéria de Graciliano Rocha, da Agência Folha, em Porto Alegre.

Ele diz que o aumento da presença do vírus na região pode ser fruto de um desequilíbrio ambiental provocado por desmatamentos.

Desde 2001, quando o vírus foi isolado pela primeira vez em Haemagogus no noroeste do Rio Grande do Sul, o governo gaúcho mantém um serviço para estudar a propagação da doença entre os macacos.

Naquele ano, dez animais foram encontrados mortos na região de Santo Antônio das Missões. O fato de o número de primatas mortos desde outubro de 2008 ter chegado à casa das centenas intriga especialistas.

“Todas as equipes que foram a campo relataram o aumento da quantidade de mosquitos. Uma mudança macroclimática pode ser uma explicação, mas faltam estudos”, diz o biólogo Edmilson dos Santos, da Secretaria Estadual da Saúde.

Sem saber por quê a febre amarela voltou com tanta força, as autoridades adotaram uma estratégia de intensificar a vacinação nas áreas onde os macacos foram encontrados mortos. A doença está se alastrando em direção ao leste e já chegou à região central.

Nesta sexta-feira, mais dez cidades foram adicionadas à área de risco pela Secretaria Estadual da Saúde, elevando para 109 o número de municípios onde a vacinação é obrigatória. Santa Maria, com 263 mil habitantes, no centro do Estado, passou a constar do mapa do risco.

A morte confirmada de uma dona-de-casa em Santo Ângelo, a primeira em razão da doença desde 1966 no Estado, tem provocado um aumento da procura nos postos de atendimento, que tiveram o horário estendido na área de risco. Há outros casos suspeitos: uma morte e outras duas pessoas internadas com sintomas da doença.

Na segunda-feira (12), técnicos do Ministério da Saúde vão vistoriar as medidas de prevenção.

* Matéria da Agência Folha, na Folha Online, 09/01/2009 – 22h28.

Nota do Ecodebate: sobre este assunto leiam, ainda, “Febre amarela volta a aparecer no Rio Grande do Sul após 42 anos“, da Agência Brasil, em 08/01/2009.

[EcoDebate, 10/01/2009]

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